11 - Prossiga

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~Padre Hector Santini~

Essa cidade é tão silenciosa a noite. Não há uma alma viva que perambule por essas estradas e caminhos de pedra a essa hora, a não ser eu. Deve estar perto do amanhecer, alguns pássaros começam a se agitar nas árvores aguardando ansiosos o nascer do sol.

O vento que assolou a madrugada começava a se acalmar, o silêncio das casas e a grande quantidade de árvores formavam uma canção quase fúnebre para aqueles que eram detalhistas em observar e ouvir.

Chego na porta dos fundos da igreja, retiro minhas botas e as levo nas mãos. Preciso de um banho e um café muito forte, na primeira hora da manhã já começam a aparecer fiéis, e o seu padre tem que estar disposto para ouvir seus arrependimentos mentirosos.

Tiro a roupa e a guardo no baú em um compartimento que tenho embaixo da cama. Entro no banho e a água fria faz seu papel de acalmar não só meus músculos mas minha mente também.

Fecho os olhos e me permito relaxar por alguns segundos, mas seus lábios grandes tomam conta da minha mente, aqueles olhos enormes e negros... seu cheiro de baunilha, o jeito que se comportava perto de mim parecendo uma lebre correndo, querendo ser caçada.

Começo a alisar meu pau imaginando suas mãos em volta dele, aquela boca deve ser quente, quero sua língua em volta dele, necessito da quentura do seu corpo. Meus movimentos ficam mais rápidos, minha mão o aperta mais, querendo que fosse outra coisa o pressionando.

— Caralho... — Trinco o maxilar e meu membro pulsa em resposta a minha imaginação, nem a frieza da água acalmara o fogo que cresce dentro de mim ao lembrar dela.

Cuspo contra a cabeça para que deslizasse melhor, sempre foi um lubrificante melhor do que água. Aperto mais os dedos me estrangulando mais, foder aquela boceta virgem e apertada seria meu sonho.

Lilith...

Seu nome dança em meus pensamentos, acelero meus movimentos, tento conter os gemidos roucos, seu efeito era tão forte em mim que parecia real, a via em minha frente ajoelhada implorando para que eu batesse naquele rosto lindo com minha pica. Caralho!

Vejo as veias saltarem latejando como nunca, a cabeça rosa fica mais inchada enquanto minhas pernas começam a falhar com meu peso.

Lilith...!

Os jatos voam longe, sujando a parede em minha frente, minha respiração está acelerada como um cavalo que correu uma maratona. Fico mais uns minutos embaixo da ducha esperando retomar meu controle. Estou obcecado, fissurado.

Preciso orar, que Deus dome a pior parte de mim.

                                 ⸸

~Lilith Bianchi~

Ouço batidas na porta...

Mais batidas...

Meus olhos vão abrindo aos poucos, os raios de sol cortavam o vidro da janela, pegando em meu rosto. Tudo parece embaçado, como se estivesse sonhando.

Tento me sentar mas minha bunda, costas e coxas ardem, sinto repuxar.

— Aaai, droga! – xingo pela tentativa inútil de levantar, olho para os lados e reconheço meu quarto. Mais batidas na porta.

— Lilith? Me responda, está ai? Está tudo bem? Tem sangue no carpete, aconteceu alguma coisa? – reconheço a voz de Victor em um tom preocupado, parece que bebi a noite toda, deve ser essa sensação de estar bêbado, tudo se move em câmera lenta.

— Si-sim, eu estou bem... hã, cortei o pé mas não foi grave.

— Que bom, me assustou, demorou a responder. Estarei lá embaixo, te espero para o café se quiser conversar. — ouço seus passos se afastando da porta... mas... porta? Ele arrancou minha porta com um chute! O mascarado, o açoite, a dor, o prazer... tudo volta como se uma represa tivesse estourado em minha mente.

O Pior de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora