58 - Queime Para Mim

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Três dias para o casamento...•Madrugada •

~ Padre Hector Santini ~
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Mais uma noite sem dormir, desde sempre pegar no sono foi um pesadelo para mim e agora... não seria diferente.

Meus coração está funcionando no modo automático, apenas bombeando, batendo cansado contra a jaula que o aprisiona, tornando cada movimento seu, dolorido.

Reviver o passado para Lilith foi dilacerante, mas nada pior que ver seu olhar perdido e desesperado, não imaginando o quanto isso me destrói, o quanto deixa-los foi a decisão mais difícil que tomei, assinando minha sentença de morte, mas continuando vivo.

Sempre desprezei e nunca tive pena com qualquer pecador, e até com aqueles que não tinha afeição, mas crianças... elas sempre tiveram a minha parte machucada e afetuosa, e agora, teria uma que seria minha!
Como poderia agir do jeito certo? Como farei quando esquartejar meia dúzia de pessoas e voltar para casa para fitar seus olhos? Impossível...

Caminho até a ponta da mesa de vidro e agarro a garrafa de whisky me servindo novamente, a única coisa que me acalmava, e me destruía ao mesmo tempo.

Suspiro vendo as horas e me conformo que seria mais um dia sem dormir. Daqui a pouco iria amanhecer e correr com esse casamento estava sendo meu foco, para tentar não pensar no pior que me rodeava, preciso selar o matrimonio e manter Lilith segura.

Sento na cadeira sentindo o couro afundar, olho pela janela notando o céu estrelado, mas o frio não dava folga, ter seu corpo quente comigo me acalmaria, mas essa não seria minha realidade depois do casamento, não posso alimentar isso.

Meus olhos correm para porta do escritório que se abre devagar, sinto meu peito pular já que nenhuma alma andava por aquela mansão de madrugada, e quando vejo seus cachos volumosos e aquele par de olhos grandes que me balançavam, percebo que ela sim, perambulava sempre.

— Hector...— Sua voz sai baixa, junto com soluços, quando chega mais perto percebo que chorava, seus olhos estavam vermelhos.

— O que aconteceu? Não consegue dormir? Não pense nas coisas que te falei...

— N-não... é isso, na verdade, tudo formou um combo de horror...— Me inclino na cadeira para prestar mais atenção nela, entender o porque estava assim, logo seu corpo se aproxima do meu.

— Fala logo, não me deixe preocupado!— Lilith elevava muito rápido meus níveis de ansiedade e preocupação.

— Eu... só preciso de você, antes de tudo.

— De mim?— Questiono sentindo seu corpo pesar sob o meu, Lilith abre as pernas sentando em meu colo, de frente para mim.

— De você, do meu marido, do padre, do mascarado, do menino assustado, eu... preciso de você Hector, agora, inteiro para mim!

Sinto meu corpo arrepiar em resposta, aperto seus quadris causando a guerra em meu peito da razão com o desejo. Encaro seus olhos úmidos pelas lágrimas.

— Você não sabe o que está falando. Está sensível, triste... estamos no mesmo barco! O bebê, não podemos...

Sua boca pressiona a minha, Lilith não me dava ouvidos e a sinto rebolar em meu colo, meu corpo acende como uma faísca em um palheiro.

O Pior de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora