50 - Me Venere

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Reviro meus olhos ignorando as ameaças de Hector, mas sinto meu corpo gelar quando ouço um clique perto do ouvido. Viro o rosto devagar apenas para fitar o cano prata da pistola que ele apontava para minha cabeça.

Pisco algumas vezes me deixando cair sentada do chão, alterno o olhar para arma e depois para o padre que fervia com seu olhar mortal perfurando toda minha pele.

— Vai me matar? Por favor, mostre que tem essa coragem, prove que não me ama realmente.

— Não diga isso... é muito tentador para mim.

— Então faça, atire! – Ergo o corpo encostando a testa no cano frio, mas em vez de recuar, Hector abre um sorriso maléfico.

— Sabe que não farei isso.

— Então o que quer apontado isso para mim?

— Poder, submissão...

— O que te faz acreditar que serei sempre submissa a você? — Me coloco em pé tentando encarar seus olhos mais de perto, agora a pistola descansava apontada para minha barriga.

— Você mesma.

Pisco algumas vezes caindo na realidade, e querendo ou não, com raiva dele ou não, Hector estava certo. Depois de tudo que fez, no final, o quis. Havia criado meu próprio monstro, agora teria que alimenta-lo.

— Sabe a merda que fez vindo aqui hoje, não é?

— Sabe a merda que VOCÊ fez falando aquelas coisas para mim ontem, não sabe?

— Estamos em um impasse.

— Sim.

Nossa proximidade começava a esquentar o ambiente, sinto a pistola deslizar para cima e para baixo contra o tecido do vestido. O olhar de Hector recai para minha boca e depois para meus olhos, sua língua passa em seus lábios mostrando que algo tomava o lugar da sua raiva, e eu sabia o que era, sabia que no final de tudo, sempre explodíamos em luxuria.

Sua mão sobe e logo para pressionando o cano contra minha bochecha, sua boca repuxa em um leve sorriso quando acaricia meu rosto com a arma, logo viro o rosto para que ela tocasse em meus lábios. Sem quebrar nosso olhar, passo a língua no aço frio, subindo e descendo. Seus olhos ganham um brilho pecaminoso. Abro a boca chupando a ponta da pistola o encarando até o fundo da alma.

Sua mão a empurra mais para dentro como se pagasse um boquete para aquilo, Hector estremece, abrindo os lábios para respirar melhor alternando seu olhar freneticamente entre minha boca e meus olhos.

Aproveito sua vulnerabilidade e levo as mãos as suas, deslizo meus dedos pelos seus e agarro a arma, tirando do seu punho com delicadeza enquanto limpava o batom borrado com o polegar.

Agora armada, aponto para seu pescoço, o mesmo se mantém calado apenas me fitando com sede, aquilo despertava sua parte mais podre, a parte que lhe excitava, a parte que antes, eu abominava.

— Ajoelha. — Ordeno pressionando o cano contra sua pele. Sua expressão não mudara, e nem fez menção de acatar.

— Vamos porra! Obedeça, ajoelha na minha frente!

Grito contra seu rosto e após alguns segundos, Hector desce ao chão me fitando com aquele olhar de súplica. Deixo escapar um sorriso o vendo rendido diante de mim. Suas mãos tocam em minhas pernas, seus dedos se afundam nas minhas coxas, enquanto estava ajoelhado me olhando como um cachorro sem dono. Descanso a pistola na sua cabeça e digo.

— Assuma o que sou para você.

— Você sabe, Lilith.

— Não sei! Diga, em voz alta!

O Pior de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora