A Herança Da Lua

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Minhas mãos tremiam ligeiramente, não apenas pela adrenalina, mas também pela ansiedade que crescia a cada passo que dávamos. Segui Nylla e Eli, meu coração acelerado enquanto a mulher ruiva liderava o caminho pelo corredor da alcateia. As palavras dela ainda ecoavam na minha mente, uma mistura de urgência e mistério. Ela havia se apresentado rapidamente, mas eu mal consegui processar seu nome antes de ela nos convocar. Saímos do salão tão rapidamente que a comida deixada para trás no meu prato já parecia um detalhe insignificante.

Eli caminhava ao meu lado, o olhar atento, como se tentasse decifrar as emoções que passavam por mim.

- O que você acha que está acontecendo? - perguntei em voz baixa, tentando quebrar o silêncio tenso.

Eli balançou a cabeça levemente, os traços do seu rosto se tornando sérios.

- Não sei, mas é melhor estarmos preparados para qualquer coisa - respondeu, a voz baixa, mas firme.

Continuamos a seguir Nylla, que andava com confiança, e a atmosfera ao nosso redor se tornava cada vez mais pesada. Meu coração batia forte, e a sensação de que algo monumental estava prestes a acontecer me consumia. Eu nem mesmo me importava mais de estar andando por aí só de camisola.

- Estão todos na sala de reuniões - Nylla disse, sem olhar para trás. Sua voz era firme, mas havia uma tensão perceptível em seu tom. - Eles estão esperando por vocês.

Continuamos a seguir por corredores labirínticos, o eco de nossos passos se perdendo nas sombras. Esse lugar parecia interminável, um labirinto de corredores e salas, cada uma mais impressionante que a anterior. Eu já havia passado por muitos lugares desde que acordei na alcateia, cada um mais intrigante que o outro, como ela conseguiam saber que corredor seguir era um mistério para mim.

Finalmente, ao contornar uma curva, chegamos a um salão amplo. A luz era escassa, mas o espaço se abria diante de nós como um abismo de possibilidades. No centro, uma mesa enorme de pedra dominava o ambiente, imponente e antiga, cercada por seis figuras.

Ao entrar no salão, fui envolvida por uma atmosfera imponente e ancestral. As paredes eram feitas de rochas escavadas, com veios de mineral brilhando sob a luz fraca que parecia emanar das pedras, e os cristais incrustados nelas emanavam um brilho suave, lançando reflexos cintilantes que dançavam ao nosso redor como estrelas em um céu subterrâneo. O teto se erguia alto, coberto por estalactites que pendiam como icônicas lanças, e a sensação de estar em um lugar construído pelo tempo me dominava.

A mesa de pedra no centro era colossal, esculpida em um único bloco, sua superfície lisa refletindo a luz suave dos cristais. Ela parecia ser o coração do espaço, cercada por cadeiras esculpidas de maneira elaborada, cada detalhe contando uma história de poder e prestígio. O ambiente exalava uma aura de grandeza, como se fosse um santuário dedicado a um conselho de antigos guerreiros ou líderes de clãs.

No ar pairava um aroma terroso e um leve odor de cera derretida, como se velas tivessem sido acesas em algum canto oculto, embora não houvesse luz visível. O silêncio era profundo, quase reverente, e cada pequeno ruído - o eco de nossos passos, o leve rangido das cadeiras - soava alto e claro, acentuando a tensão no ambiente.

Os seis homens estavam dispostos ao redor da mesa, como sentinelas em um palácio esquecido. A presença deles parecia preencher o espaço, suas silhuetas destacando-se contra a luz tênue. Os olhares eram fixos e intensos, carregados de uma mistura de curiosidade e apreensão, como se estivessem esperando por algo que mudaria o curso das suas vidas. Entre eles, reconheci Andros, cuja presença emanava uma mistura inquietante de arrogância e sarcasmo.

As roupas que vestiam eram estranhas, muito diferentes do que eu estava acostumada. Elas eram feitas de couro escuro, adornadas com fivelas e detalhes em metal que brilhavam à luz fraca. Cada peça parecia ter sido moldada para realçar a força de seus corpos, enfatizando músculos poderosos e uma estética de guerreiros.