A Herança Da Lua

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A luz suave do fogo no quarto criava sombras dançantes nas paredes, enquanto a tensão entre nós pairava no ar. Eu me inclinei mais perto de Ahren, sentindo o calor que emanava dele. A proximidade despertava um turbilhão de emoções dentro de mim, entre o desejo e a inquietação. Mas a curiosidade ganhava.

- O que você quer dizer com isso? - minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia, como se cada palavra carregasse o peso do que estava em jogo. As preocupações sobre Davian se tornavam uma nuvem densa, obscurecendo o momento. Eu não conseguia me livrar da sensação de que algo estava prestes a mudar.

Ahren fixou o olhar em mim, sua expressão séria. - Davian precisa provar sua lealdade primeiro - afirmou, a firmeza na voz trazendo um senso de determinação. - Antes de permitir que ele transite pela alcateia, precisamos ter certeza de que ele não representa uma ameaça.

Senti um nó se formar no meu estômago, a frustração crescendo. - Ahren, é claro que ele é confiável. Foi ele que comecou a desconfiar de Theron e dos outros! Me deixe conversar com ele.

- Primeiro, precisamos saber se ele pode ser confiável - insistiu ele, a expressão inabalável.

Ahren ficou em silêncio por um momento, seus olhos fixos nos meus. Parecia que ele estava lutando consigo mesmo, tentando encontrar uma maneira de me proteger sem me sufocar. Ele respirou fundo, os músculos dos ombros tensos.

- Por que você está tão determinada a vê-lo? - perguntou, a voz mais suave agora, mas ainda cheia de cautela. - O que acha que ele pode te dizer que você não pode descobrir de outra forma?

Eu me aproximei mais, segurando o braço dele, tentando fazê-lo entender.

- Porque eu confio nele - respondi, sentindo minha própria voz tremer com a força de meus sentimentos. - Porque ele era nosso amigo, Ahren. Não posso simplesmente aceitar que ele seja culpado sem ao menos dar a ele uma chance de falar. Ele não merecia isso.

- Eu vou pensar sobre isso, Evrin - ele disse finalmente, soltando um suspiro, mas ainda soando cauteloso. - Mas não posso prometer nada.

A raiva e a ansiedade se misturaram, e eu respondi com uma intensidade que mal conseguia controlar. - Eu quero vê-lo.

Antes que eu pudesse protestar mais, Ahren avançou, seu braço forte envolvendo minha cintura com um movimento decidido. Com um puxão suave, mas irresistível, ele me arrastou para baixo, fazendo-me cair na cama. O colchão macio me acolheu, e eu me senti momentaneamente aturdida, o calor do corpo dele agora pressionado contra o meu.

Ele se posicionou sobre mim, seu corpo aquecendo o meu, a distância entre nós evaporando. O calor dele era uma chama que me envolvia, e eu podia sentir a força de seu torso contra o meu, uma presença dominadora que despertava uma tempestade de emoções. A respiração dele estava tão próxima que quase podia senti-la aquecendo meu rosto, e o cheiro dele me embriagava, misturado com algo mais. Fazendo meu corpo responder de maneiras que eu não conseguia controlar. Seus olhos passaram lentamente a mudar de cor e eu fiquei fascinada.

- Lembra que eu disse que lobos são superprotetores com suas parceiras? - ele sussurrou, a voz baixa e poderosa, como um feitiço que me prendia. O espaço ao nosso redor parecia se contrair, cada segundo se estendendo, cada batida do meu coração ecoando na tensão do momento.

Eu acenei, a cabeça levemente inclinada para trás, presa em seu olhar. O braço dele segurava minha cintura de maneira possessiva, a força e a segurança que emanavam dele eram quase avassaladoras. Era como se ele estivesse moldando meu corpo ao dele, e a consciência do calor de sua pele contra a minha enviava ondas de eletricidade por todo o meu ser.

- Eu esqueci de mencionar outra coisa - ele continuou, sua voz agora um sussurro sedutor que fazia meu corpo vibrar. - Lobos também são muito ciumentos. Não gostam de ouvir suas fêmeas tão interessadas em outro macho.