86 - Yuki Tsunoda

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"Correr é fácil, difícil é não perder a cabeça

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"Correr é fácil, difícil é não perder a cabeça."

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Era uma manhã ensolarada em Interlagos, e o circuito estava mais vibrante do que nunca. O público brasileiro, com sua paixão inigualável, já fazia festa nas arquibancadas muito antes da largada. Os sons dos motores ecoavam no autódromo, e a energia eletrizante era quase palpável.

Eu estava ali, nos boxes da RB, sentada em um canto estratégico para acompanhar de perto cada momento da corrida. Yuki, meu namorado, estava no auge da concentração, ajustando a luva enquanto conversava com os engenheiros. Apesar de sua habitual expressão determinada, eu conseguia perceber o leve nervosismo nos seus olhos – algo que ele nunca admitiria, claro.

A corrida começou, e o caos habitual de Interlagos não demorou a se instaurar. Yuki largou bem, mas o tráfego no meio do grid estava intenso. Eu assistia cada volta com o coração na mão, sentindo como se estivesse no cockpit com ele.

No rádio, a voz de Yuki já começava a dar sinais do seu famoso temperamento explosivo.

— O que diabos ele está fazendo?! Idiota completo! — ele gritou, claramente irritado com uma manobra de um piloto à frente.

Eu precisei morder o lábio para não rir. Aquilo era tão típico dele.

Voltas depois, as coisas ficaram ainda mais intensas. Um toque entre dois carros à frente o forçou a desviar bruscamente, quase perdendo o controle do carro. O rádio explodiu de novo:

— Isso é ridiculamente absurdo!

A essa altura, eu já imaginava a expressão dele: sobrancelhas franzidas, o maxilar travado, completamente impaciente. Mas então veio o momento que eu mais esperava.

Na saída da curva do Laranjinha, o carro deu uma leve escapada, e a voz de Yuki soou clara no rádio:

— Filho da puta, que porra foi essa?!

Eu fiquei paralisada por um segundo, meu cérebro tentando processar o que acabara de ouvir. Então, me virei para os engenheiros ao meu lado, que trocavam olhares confusos. Alguns seguravam o riso, enquanto outros pareciam absolutamente perdidos.

Segurei o rosto com as mãos, tentando não gargalhar. Ele realmente tinha usado o palavrão que eu ensinei!

A situação só piorou (ou melhorou, dependendo do ponto de vista) quando, na reta oposta, um piloto fechou Yuki agressivamente. Sem hesitar, ele soltou mais uma:

— Vai tomar no cú! Esse cara tá de brincadeira comigo!

Dessa vez, não consegui segurar. Ri tão alto que alguns mecânicos me lançaram olhares curiosos.

Eu sabia que tinha sido uma péssima influência. Durante as semanas que antecederam o GP, eu ensinei para Yuki alguns dos mais clássicos palavrões brasileiros, só pela diversão. Nunca imaginei que ele fosse usá-los – e no rádio da equipe, ainda por cima!

Nos minutos finais da corrida, quando ele ainda lutava para segurar uma posição no top 10, veio o golpe final. Depois de errar uma troca de marcha, Yuki gritou com toda a força:

— Merda, merda, MERDA!

Quando ele cruzou a linha de chegada em oitavo, eu estava entre a exasperação e o orgulho. Yuki saiu do carro visivelmente exausto, mas aliviado. Tirei o fone de ouvido e corri até ele.

— Yuki! — chamei, rindo enquanto apontava para ele. — Você usou TODOS os palavrões brasileiros que eu te ensinei no rádio!

Ele tirou o capacete, o rosto vermelho de calor e esforço. Me olhou com um sorriso travesso e deu de ombros.
— Eles funcionam muito bem. Brasileiros sabem xingar com emoção, né?

— Você tá louco! — eu disse, ainda rindo. — Se a FIA traduzir tudo, você tá ferrado.

— Então é sua culpa, — ele retrucou, com um brilho de diversão nos olhos. — Você que me ensinou. E, além disso, foi bem mais divertido assim.

Eu balancei a cabeça, incrédula, mas incapaz de conter o sorriso. Aquele era o Yuki que eu conhecia e amava: intenso, espontâneo e cheio de surpresas.

Ele me puxou para um abraço apertado, ignorando os olhares curiosos ao nosso redor.
— Obrigado por me ensinar. Você é minha maior incentivadora – até quando é pra xingar.

Eu ri e escondi o rosto em seu peito, pensando em como nossas "aulas de vocabulário" haviam saído do controle. E, naquele momento, prometi a mim mesma que as próximas lições seriam menos... polêmicas. Ou talvez não. Afinal, com Yuki, sempre valia a pena arriscar.

***

Eu simplesmente amei esse! 😍 Está no meu top 5 de imagines favoritos. 🌟

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