Capítulo 50

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Catarina Ferraz

A manhã começou como qualquer outra. O sol entrava pela janela, iluminando o quarto com uma luz suave. Eu me espreguicei, sentindo a familiaridade do meu lar ao meu redor. Os trigêmeos ainda dormiam, e Paulo já havia saído para preparar o café da manhã. O cheiro do café fresco invadia o ar, e eu sorri ao pensar em como ele sempre se esforçava para tornar nossas manhãs especiais.

Mas havia algo diferente naquela manhã. Uma sensação estranha, como se uma pequena borboleta estivesse dançando no meu estômago. Eu não conseguia identificar o que era, mas algo me dizia que deveria prestar atenção. Após me vestir, decidi que era hora de fazer algo que eu vinha adiando: o teste de gravidez.

Entrei no banheiro e peguei o teste que havia comprado semanas atrás, guardado em uma gaveta. A ansiedade começou a crescer dentro de mim. Eu sabia que, com os trigêmeos, a vida já era uma aventura e tanto, mas a ideia de ter mais um filho me deixava nervosa e animada ao mesmo tempo. O que Paulo diria? Como os trigêmeos reagiriam?

Segurei o teste com firmeza, tentando acalmar meu coração acelerado. Segui as instruções e, em poucos minutos, o resultado apareceria. Enquanto esperava, minha mente começou a divagar. Lembrei-me de como foi a gravidez dos trigêmeos, os desafios e as alegrias. A sensação de segurar cada um deles pela primeira vez foi indescritível. Eu me perguntei se conseguiria lidar com mais um bebê, mas a ideia de aumentar nossa família me encheu de esperança.

O timer apitou, e eu olhei para o teste. Meu coração disparou. As duas linhas estavam lá, nítidas e claras. Eu estava grávida novamente. Uma onda de emoções me invadiu: alegria, surpresa, um pouco de medo. Eu não sabia se ria ou chorava. A ideia de ser mãe novamente era ao mesmo tempo emocionante e assustadora.

Saí do banheiro e fui até a cozinha, onde Paulo estava preparando o café. Ele me cumprimentou com um sorriso, e eu percebi como ele sempre conseguia iluminar meu dia.

- Bom dia, amor! Você está bem? - ele perguntou, notando a expressão no meu rosto.

- Eu... eu preciso te contar uma coisa - respondi, tentando controlar a tremedeira na minha voz. Ele parou o que estava fazendo e me olhou com atenção - Eu estou grávida.

A expressão dele mudou instantaneamente. Primeiro, houve um momento de silêncio, como se ele estivesse processando a informação. Então, um sorriso largo se espalhou pelo seu rosto.

- Sério? Isso é incrível! - Ele veio até mim e me abraçou com força, como se quisesse me proteger de qualquer dúvida ou medo que eu pudesse ter.

- Eu não sei como isso aconteceu, Paulo. Os trigêmeos ainda são tão pequenos - eu disse, a voz trêmula - E eu estou um pouco assustada.

- Eu também estou surpreso, mas isso é uma bênção, Catarina. Nós vamos conseguir, como sempre fizemos. Estamos juntos nessa - ele respondeu, olhando nos meus olhos com tanta confiança que me fez sentir um pouco mais tranquila.

A conversa fluiu naturalmente, e logo estávamos falando sobre como seria a vida com mais um filho. O que antes parecia um desafio agora se transformava em uma nova aventura. Começamos a imaginar nomes, a pensar em como os trigêmeos reagiriam e como poderíamos nos organizar para dar conta de tudo.

Enquanto tomávamos café da manhã, a ideia de ser mãe novamente começou a se solidificar em meu coração. Eu olhei para Paulo, que estava tão animado quanto eu, e percebi que, independentemente dos desafios que viriam, teríamos um ao outro para enfrentar tudo. A vida estava prestes a se tornar ainda mais cheia de amor e risadas.

No entanto, nas semanas seguintes, a alegria que eu sentia foi acompanhada por um mal-estar inesperado. A náusea começou a me acompanhar desde o momento em que acordava até a hora de dormir. Era como se um nevoeiro tivesse se instalado em minha mente e meu corpo. Eu tentava ser forte, mas havia dias em que simplesmente não conseguia sair da cama.

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora