Capítulo 41

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Paula Bellini

O sol da manhã filtrava-se pelas janelas do orfanato, criando um ambiente acolhedor e iluminado. Marco e eu estávamos nervosos, mas animados. É a primeira vez que visitamos um orfanato, e ambos sentíamos que essa experiência poderia mudar nossas vidas de maneiras que ainda não compreendemos.

Ao entrarmos, fomos recebidos por uma funcionária gentil, que nos conduziu por um corredor decorado com desenhos coloridos feitos pelas crianças. O som de risadas e brincadeiras ecoava ao fundo, e eu não pude deixar de sorrir ao imaginar a alegria que aquelas crianças sentiam.

- É aqui que as crianças passam a maior parte do tempo - disse a funcionária, apontando para uma sala de jogos - Elas adoram brincar e se divertir - Marco olha para mim, seus olhos brilhando com empatia.

- Devemos fazer algo especial para elas hoje - ele diz e eu imediatamente concordo, pensando em como poderíamos trazer um pouco de alegria para aquelas crianças.

Enquanto caminhamos, um pequeno garoto chamou a minha atenção. Ele estava sentado em um canto, brincando com um carrinho de brinquedo. Seu cabelo cacheado e escuro destacava-se contra a luz suave da sala, e seus olhos grandes e curiosos observavam tudo ao seu redor.

- Quem é aquele menino? - eu pergunto, apontando discretamente.

- Ah, aquele é o Noah. Ele tem apenas dois anos e é um dos mais novos aqui. É um pouco tímido, mas adora brincar - respondeu a funcionária.

- Posso me aproximar dele? - eu pergunto ao sentir meu coração apertar.

- Claro! Ele adora receber atenção - disse a funcionária, sorrindo.

Vou em direção ao menino e me agacho ao lado dele cuidadosamente, ele me olha com curiosidade.

- Oi, pequeno! Eu sou a Paula - eu digo estendendo a mão. Noah hesita por um momento, mas logo sorri e segura a minha mão com força.

Meu marido observa a cena, e posso ver que ele está emocionado. Ele logo se junta a mim, e juntos começamos a brincar com o carrinho. Noah ria, sua timidez desaparecendo à medida que se divertia com nós dois.

- Você gosta de carrinhos? - Marco pergunta, enquanto empurrava o brinquedo para Noah.

- Sim! - Noah respondeu, sua voz alta e alegre. - Carrinho rápido!

Meu marido e eu trocamos olhares cúmplices, percebendo que aquele momento era especial. A conexão que estávamos formando com Noah era palpável, e ambos sentíamos que algo estava mudando dentro de nós.

- Você já pensou em como seria maravilhoso ter uma criança assim em nossas vidas? - eu pergunto depois de um tempo brincando.

- Sim, eu pensei. Noah é incrível. Ele merece uma família que o ame - meu marido hesita, mas logo responde.

Meu coração dispara. A ideia de adotar Noah começa a tomar forma em minha mente. Eu olho para o menino, que agora estava rindo e brincando conosco, e sinto uma onda de amor.

- Vamos conversar sobre isso mais tarde? - Marco sugere, percebendo a intensidade do momento.

- Sim, precisamos pensar com calma - eu respondo, mas a esperança já começa a brotar em meu coração.

Enquanto o dia avançava, continuamos a brincar com Noah, rindo e criando memórias que, de alguma forma, pareciam ser o início de uma nova jornada. O orfanato, que antes era apenas um lugar de visita, agora se tornou um símbolo de possibilidades e sonhos compartilhados.

E assim, naquele dia ensolarado, nós descobrimos que o amor pode surgir nos lugares mais inesperados, e que, às vezes, o destino tem planos que vão além da imaginação.

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora