Capítulo 11.

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O único jeito de eu conseguir uma escapatória é com a verdade, e nada mais que ela.

- Desculpe-me Sr. Allan, não poderei conceder o seu desejo. Eu simplesmente não posso.

- Diga-me o motivo senhorita – ordena – Quero a verdade, porque eu não creio que não tenha pensado nas palavras em que disse a senhorita nesta sala na tarde de ontem.

O jeito será a verdade. Conto-lhe sobre minha saída repentina da minha cidade natal e conto-lhe sobre minha filha. Conto que moro com minha prima que me recebeu de braços abertos e conto-lhe o motivo de trabalhar na clínica, que é o financeiro.

- Por estes motivos não posso aceitar senhor, tive apenas um namorado quando morava no Brasil – não irei contar a ele sobre "ele", nem hoje e nem nunca – não tenho experiência nenhuma com estas coisas. Só quero sustentar minha filha com minha dignidade intacta senhor. Me desculpe mais uma vez.

Ele está olhando dentro dos meus olhos, analisando e verificando se eu estava dizendo a verdade. Ao invés de ver decepção em seus olhos, vi alguma coisa à mais, não era pena parecia compreensão.

Sem dizer nada, virou-se, caminhou até o balcão, retirou de seu paletó a sua certeira, colocou-a aberta encima dele e com um caneta começou a escrever algo. Estava muito longe para saber do que se tratava. Pode ser que estava pedindo a minha demissão por escrito a Dona Flora, meu Deus, se for isso eu não terei mais forças para encontrar um novo emprego.

Sr. Allan parou de escrever, virou-se, olhou em meus olhos e veio em minha direção, com o que quer tenha a escrito em mãos.

- Pegue. – disse rude. Peguei o pequeno pedaço de papel que ele colocou em minhas mãos.

- Senhor Allan, desculpe, não posso receber demissão agora, não tenho mais forças para encontrar outro emprego.

- Isabel, - assustei-me com sua palavra, ele nunca havia pronunciado meu primeiro nome, sua voz grave e macia ao mesmo tempo, ficou excitante saindo de seus lábios. – leia antes que ser precipitada.

Peguei o papel e comecei a ler. Quando meus olhos fixaram o pedaço de papel que estava em minha frente, levei um susto, minha boca fez um formato de "o", e meus olhos arregalados olhando para o pequeno pedaço de papel.

Um cheque de cinquenta mil dólares. Sabe quanto é isso?

Meu Deus. Olhei para ele com a expressão de abobalhada. Ele imaginou meus pensamentos e começou a explicar suas intenções com este cheque:

- Senhorita, quero exclusividade, apenas quem eu indicar, a senhorita poderá fazer os extras, entendeu? E quanto a sua indignação perante ao cheque que acabei de lhe dar mãos, foi apenas uma gorjeta de muitas que ganhará. Este cheque é seu, a administradora já recebe a mensalidade que pago pela mensalidade. Como disse, irá ser exclusiva minha, porém, eu posso querer qualquer uma daqui desta clínica.

Estou pasma, literalmente. Não sei o que responder. Eu serei sua exclusividade e ele poderá ter quem quiser. Esta folha em minha frente me deu esperança. Poderia comprar o carro que tanto preciso e ainda ajudar a Júlia nas despesas de casa. Meu Deus, o que estou pensando, não posso aceitar.

- Desculpe – disse, entregando o cheque a ele, minha mão ainda está plantada no ar, que ele não a pegou, - Não posso aceitar senhor Allan, este cheque é demais, e como disse, não tenho experiência alguma, escolhe alguma da meninas daqui que tem mais a ver com o senhor do que comigo.

- Senhorita, - ele começa, novamente, ele não vai desistir, - Ninguém nasceu sabendo, tudo é aprendido conforme o tempo e a prática. Posso ensinar tudo que eu quiser, tanto para o seu como para o meu prazer. Posso lhe dar orgasmos que jamais imaginou serem reais. Este cheque que lhe dei, - encosta em minha mão e leva ela, com o cheque, para perto de meu corpo – é seu, foi pela sessão de massagem de ontem. Quero uma resposta neste exato momento. Como lhe disse anteriormente, este foi apenas um de muitos outros que a senhorita irá ganhar em ser minha exclusiva.

E agora?

Eu posso tentar não é? Sem contar que suas palavras me deixaram com muita vontade de experimentar, o sonho me vem à cabeça, o desvio imediatamente do meu pensamento.

- Nós podemos fazer um experimento, não é mesmo? Se caso não quiser mais fazer isso, o senhor me deixaria parar? – pergunto, ele me olha com olhos semicerrados e sorriso de lado, como um verdadeiro predador.

- Quando você quiser parar Isabel, eu deixarei, sem perguntas inoportunas e sem explicações.

Você? Isabel? É isso mesmo que ouvi? Ele está sendo informal comigo. Me arrepiei novamente com meu nome saindo de seus lábios.

- Tudo bem Sr. Allan, eu aceito sua proposta. Aceito ser sua exclusiva. – digo, ao mesmo tempo excitada e ao mesmo tempo cabisbaixa, eu irei vender meu corpo para o bel prazer de alguém, sei que vou ganhar também, mais eu irei fazer isto por dinheiro, meu coração está despedaçado, penso em minha Amanda e em minha prima, e em minhas contas.

Senhor Allan olha para mim vitorioso e com um sorrisinho, faz um gesto com a cabeça, de cima para baixo, vira-se, ficando de costas para mim e sai da minha sala, me deixando totalmente perplexa.

Aceitei a sua proposta, agora só falta vir suas ordens!

W6

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