Capitulo 2.

1.1K 70 1
                                    


- Tudo bem então, vamos levantar, a senhorita ainda tem que tomar um banho, escovar os dentinhos, se trocar e ainda tomar café, dona moça, então levanta desta cama macia e vai direto para o chuveiro; - falo, quando ela se levanta, dou uns tapinhas fraquinhos de brincadeira no bumbum dela. - vamos, vamos - ela dá tanta risada que parece ser músicas para meu ouvido, como amo esta menina, meu deus.

-Mamãe, liga o chuveiro para mim? Eu não consigo alcançar, por favor?- ela pergunta toda educada.

-Claro minha vida. - chego do seu lado, retiro seu pijama das princesas, e ligo a água do chuveiro para minha menininha...

-Obrigada mamãe- ela fala.

-Filha? A mamãe vai na cozinha para preparar o café da manha, você quer ovos ou waffer?? - eu pergunto já sabendo a resposta, ela detesta ovos, eu também,

- A mamãe, waffer né? Eu não gosto de ovos, tadinha das galinhas, os homens tiram os patinhos delas e não deixam elas serem mamães, daí os patinhos não podem ter uma mamãe como a senhora. - ela fala, o meu deus, já disse como amo esta menina?

-oh meu anjo, aonde você aprendeu isto? - eu pergunto com um sorriso bobo no rosto.

- A minha professora falou, que as galinhas botam ovo, dai dos ovos nascem os patinhos, ela não disse a parte que os homens não deixam os ovinhos nascerem, mais eu imaginei, é verdade né mãe? - ela responde, como vou falar que só quando as galinhas chocam os ovos que nascem os patinhos e não antes? Meu deus, não tenho coragem de desmentir minha bonequinha, assim apenas confirmo para ela voltar a tomar seu banho, e vou apara a cozinha preparar seu waffer. A Júlia já está na mesa vendo sua agenda, esta vestida toda de branco, ela é uma mulher linda, tem 42 anos, mais é muito bem conservada, corpo esguio, cabelo preto lisinho, olhos azuis como os meus, e uma sorriso cativante, ela é um amor de pessoa e muito trabalhadora. Á cumprimento:

- Bom dia querida, dormiu bem?

-Bom dia, dormi muito bem, obrigada. E você? Teve pesadelos? - Ó Deus, ela é a única que sabe oque aconteceu comigo, não consigo ficar imaginando por demasiado tempo, fico triste e desesperada, o único gesto que faço é com a cabeça afirmando.

-Quer conversar? -não, não, não...

-Terei que verificar alguns empregos dos Classificados que estava pesquisando. Torça por mim querida, preciso tanto de uma oportunidade, não consigo ver você trabalhando tanto e eu não fazendo nada, só cuidando da casa... – faltou minha voz, estou tão decepcionada comigo mesma por não conseguir nenhum emprego. Júlia levanta de sua cadeira e vem até a mim, segura as minhas mãos e olha nos fundos dos meus olhos.

-Querida, sempre avisei e continuo avisando que não quero a ver se martirizando por não conseguir um trabalho, tudo que é para ser nosso será, ninguém irá tirar. Por isso, levante desta cadeira e coloque um sorriso neste rosto lindo e vá resolver a sua vida, mais lembre-se, não quero a ver mais com cara desanimada por este motivo, estamos entendidas? - como não melhorar a nossa autoestima com uma mulher destas? Ela sempre consegue colocar-me para cima, não importando a circunstância.

-Ok minha querida, vou verificar a minha menininha e me arrumar para esta manhã exaustiva, quando retornar lhe contarei em detalhes. – levantei da mesa e me direcionei até o banheiro onde se encontrava a minha linda filha, estava ainda no banho, ela adorava tomar banho.

-Amandinhaaaa.........você está atrasada mocinha. Vamos, vamos, a sua escolinha não irá esperar por você para ser iniciada. – ela olhou para mim com os cabelinhos todos em sua cara e cheios de gotas d'água, linda.

- Á mamãe, estava tão bom aqui. – ela respondeu-me com aquela cara de quem quer mais ou que pede algo, ela é uma sapeca.

- Vamos Amanda, a mamãe irá visitar umas clinicas de estéticas e outros trabalhos que estão nos classificados de empregos, vamos te trocar e colocar o seu uniforme. – a retirei do chuveiro e com uma toalha a sequei e a peguei no colo, colocando-a em cima da privada, continuei á secando, logo peguei um secador de cabelos para ela não sair de casa com seus cabelinhos molhados. Coloquei seu uniforme, fiz uma trança em seu cabelo e calcei seus sapatinhos, logo fui me trocar também. Coloquei uma calça jeans preta e uma blusa social branca com minhas sapatilhas de straz, a única que eu tenho, branca. Depois de prontas fomos até a cozinha, onde a Júlia já tinha ido atender seu primeiro paciente. A Amanda sentou na mesa e fui fazer seus waflers. Quando terminamos nosso café da manhã, peguei minha bolsa e a mochila da Amanda e nos deslocamos até a escola da minha filhota. Fomos caminhando mesmo, pois a sua escola ficava a três quarteirões de distancia de casa, quando a deixasse lá, iria pegar um ônibus para o destino dos meus, quem sabe, futuros empregos.

Chegando lá encontramos o porteiro, um homem baixinho, com um olhar hipnotizante, barrigudinho e com sua calvície aparente, mais uma pessoa humilde e cheia de carinho para dar.

- Bom Dia seu Augusto, tudo bem com o senhor?

- Bom Dia, dona Isabel, estou bem, apenas minha Flora está mal de saúde. – Respondeu com um semblante de tristeza. A dona Flora é a sua esposa, é da mesma idade do seu Augusto, a diferença é que ela tem vários problemas, incluindo o coração que até já fez ponte safena. Esta mulher é lutadora, forte, mãe dedicada do Carlos e Maria, mais não escolhemos quem fica doente não é mesmo? Enquanto isso quem seria ótimo morrer de uma dor que começasse de dentro e fosse explodindo cada pouco, sufocando, amedrontando, chega, não posso pensar no passado.

- Como sinto por isso Seu Augusto, ela é uma mulher extraordinária, não merece estar passando por isso. Manda um abraço para ela e melhoras, viu? Vou indo, tenho uns lugares para visitar a procura de emprego. Tchau seu Augusto.

- Até mais minha filha, fica com Deus. Pode deixar que digo para minha Flora que você mandou um abraço, - disse ele cheio de sorrisos, como é bom ter um sorriso amigável e verdadeiro, - E você Amandinha, como está?

- Estou bem senhor, estou indo para minha aula com a professora Clarisse, tchau senhor, tenha um bom dia. – falou minha princesa, as vezes eu me espanto com sua educação.

-- Tchau menina, para você também. –Disse seu Augusto. Fomos para a sala da minha baixinha, todos adoram ela, onde passa ganha uma passada de mão em seus cabelos.

Deixei a Amanda na escola e fui pegar o ônibus para o centro. Que Deus me ilumine e eu consiga um ótimo emprego, nem que seja o de faxineira........

IMPRESCINDÍVEL...Onde histórias criam vida. Descubra agora