Capítulo 32 (PARTE III)

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SEM REVISÃO.

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Minutos depois ele leva Amanda numa maca e sai da sala com ela.

Minha sorte é que Amanda nunca faz barde, se não queria ver.

Primeiramente, depois que Amanda foi levada para fazer os exames, foi pegar meu celular no armário dentro de minha bolsa e discar um número que eu, de tantas vezes que liguei, decorei.

- Alô?

- Oi.

- Aconteceu alguma coisa? Como você está? Eu já estava indo para ai, só estava arrumando uns papeis aqui na empresa.

- Calma, não precisa se apressar. Mas aconteceu sim uma coisa.

- Hum pela sua voz foi alguma coisa boa.

- Ótima. Venha pra cá, você mesmo vai ver.

- Claro, já estou saindo do meu escritório. Mas eu até imagino o que seja pelo tamanho de sua alegria e seu jeito descontraído de falar.

- Estou tão feliz Willian, tão feliz, você nem imagina quanto.

- Eu imagino sim querida.

Absorvo suas palavras, como gosto de falar com ele, estar ao seu lado. Ele me deixa tão leve quando estou cheia de problemas.

- Obrigada. Venha logo, estou esperando você. Beijos.

- Tudo bem, estou indo. Beijos minha linda.

Minha linda. Dizendo isso desliga. Coloco o celular contra meu peito, o segurando ali, fecho meus olhos lembrando na nossa noite, agora que minha filha está bem, eu me permito pensar.

Saio de meu frenesi momento. Ligo para a Júlia e dou a notícia que Amanda acordou

Todos nós, Júlia, Willian, o doutor e eu, que estou sentada na cama ao lado de Amanda, estamos no quarto do hospital, esperando o veredicto final do doutor.

- Depois de vários dias sem a mocinha aqui acordar, recuperando-se adormecida, ela ganhará alta. Eu e minha equipe fizemos vários exames e não descobrimos nenhuma sequela, isso é muito bom. Ela está recuperada, digamos assim. Mas terá que tomar muito cuidado, pois a meninge, que fica localizada no cérebro, foi afetada por causa da infecção, fizemos uma tomografia e não ouve nenhuma lesão, mas temos que ficar cientes que algum dia poderá vir à tona, mesmo tendo tratado a infecção. – o médico diz tentando simplificar o que Amanda tem, até que está dando de entender. – Aqui, - ele diz e escreve algo no papel. – É uma receita, com três remédios, ela terá que toma-los por uma semana para cura-la totalmente. – ele me entrega a receita. – E mãe, - ele olha para mim. – Cuidar com a alimentação dela, nada muito gorduroso, tomar muita água, eliminar refrigerantes, estas coisas que fazem mal para qualquer um. E não deixar ela perto de outras crianças e nem sair muito com ela, melhor ela ficar em casa nestes dias de tratamentos finais.

- Claro doutor, seguirei à risca suas orientações.

- Ótimo. – ele para de olhar para mim e localiza sua visão em Amanda. – Então mocinha, pronta para ir embora?

- Sim doutor, prontoissima.

Ele sorri para ela.

- Se me dão licença. A enfermeira só irá tirar retirar o soro dela aí já estarão liberados.

Dizendo isso ele vai. Abre a porta e desaparece.

- Você deve muito a ele mesmo não é senhorita Tonial. – Willian diz isso e sai do quarto. Olho para a Júlia com um olhar interrogativo.

- Ciúmes Bel, ciúmes.

- Mas Jú, eu não faço nada.

- Você não, mas o doutor lindo sim. Ele quase te come com os olhos Bel.

- Chega Jú, a Amanda está ouvindo.

- Por que o tio Will saiu daqui mamãe?

Fico vermelho igual um tomate, e sem saber o que responder a esta pergunta.

- Por que ele tinha que trabalhar meu anjo, ele é bastante ocupado.

- Ah bom, vai ser o tio Will o meu papai mamãe?

Olho para Júlia e ela dá risada.

Salva pelo gongo, a porta é aberta com um ruído, e entra uma enfermeira.

Depois de uns minutos arrumando as coisas minhas e de Amanda e da enfermeira fazer seu trabalho, troco a roupa dela e partimos dali. Não quero voltar aqui tão cedo.

Pego Amanda no colo, enquanto Júlia carrega as malas e sacolas que haviam ali.

Saindo porta afora, encontro ninguém mais ninguém menos que quem?

- Você não tinha ido embora?

- Desculpa pela minha cena de a pouco. Sei que somos apenas amigos, como você mesma inquiriu isso, mas não consegui controlar.

Sinto meu coração descompassado, com Amanda no colo respondo.

- Controlar o que Willian? – pergunto já sabendo da resposta.

- Eu gosto de você, e morro de ciúmes quando aquele cara se aproxima de você.

- Você gosta da minha mamãe tio Will? Então você vai ser meu papai?

Ele olha para mim e eu olho para Amanda que está com os olhos brilhando de emoção e felicidade. Nem parece que ela acabou de sair de um coma. As crianças sempre são mais fortes que os adultos.

- Se a sua mãe quiser minha flor, eu serei sim.

- Deixa mamãe, deixa por favor, eu quero um papai, quero o tio Will como meu papai mamãe, deixa ele ser meu papai.

Olho Willian de cara feia e depois minha filha me implorando com o seu ar inocente.

- Vamos ver meu amor.

Will percebe que está na hora de encerrar a conversa.

- Deixe-me ajuda-la. – ele fala com os braços estendidos. – Quer vir com o tio? No meu carro?

- Willian, eu estou com o meu aqui.

- Deixe que eu venho busca-lo depois ou mando alguém. – concordo com a cabeça e entrego Amanda para ele.

- Júlia você quer vir junto?

- Olhem, eu vou ter que falar, vocês três parecem uma família, e vocês dois juntos parecem fogo com água, enquanto um se queima o outro se molha. Vocês dois são os opostos, mas sabem não é? Os opostos se atraem, se deem esta chance.

- Júlia, sem filosofia por hoje.

- Tudo bem, podem ir tranquilos, eu vim de taxi, eu levo seu carro para nossa casa.

- Sério? Ai que bom.

Nos despedimos e vamos rumo ao estacionamento do hospital.

Chegando na recepção, Doutor Luccas está debruçado no balcão lendo algum papel em sua frente. Ele nos vê, levanta sua mão e a balança, dando tchau.

- Se você devolver este gesto para ele Isabel eu juro que você vai se arrepender.

- Você está ficando paranoico Willian.

Levanto minha mão e devolvo o gesto.

- Ele é o médico de minha filha. E eu nunca dei o que pensar mais sobre mim, sempre fui apenas a mãe da paciente que ele estava tratando nunca me passei com ele. Seu ciúme não tem fundamento.

Ele nada responde. O que ele vai aprontar?

Chegamos ao carro. Amanda fica alucinada pelo mini carro, como ela diz, que vamos para casa.

Durante o caminho todo ele não me direciona palavra alguma.

Amanda abre o vidro de trás e coloca a cabeça para fora, mas logo eu peço para ela fecha-lo, ela acabou de sair do hospital, nem o ar condicionado não deixo Willian ligar, pois ela está com a imunidade baixa, o médico disse, e todo o cuidado é pouco.


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