Capítulo 49 (PARTE II)

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No escritório do doutor Alexander, está eu, Will, e Luccas. Meu esposo não gostou muito da presença dele, mas ele não manda, não é mesmo? Sorrio em pensamento. Controlador do modo que é, deve estar se corroendo por dentro.

Conseguem perceber que estou calma, não é? Não teria o porquê de estar temerosa, esta é a minha escolha, e todos tem que acata-la. Mesmo que a contra gosto.

- Bom dia. – doutor que nunca havia visto, amigo de Luccas, nos saúda. – Tenho em mãos os testes que a senhora Isabel Tirsk Montenegro se submeteu em realizar a prol de sua filha. – o doutor fala, e me olha nos olhos. – Este órgão que a senhora está se subtendo a doar, é o que a mantem viva, sabe disso não é? – concordo. – Mesmo sabendo deste fato, ainda está certa de tal sacrifício?

- Não é sacrifício doutor, é a minha filha naquela maldita cama, prestes a perder a vida se um doador compatível não surgir, e culpa de um individuo repugnante de ter batido em carro. – lagrimas reaparecem em meus olhos. – Eu a amo, não conseguiria viver sem ela. E esta é a minha decisão.

- Ok. – ele desvia seus olhos dos meus e olha para meu esposo, que esta apoiado em mim, sentada. – E sua família? Concordou com este transplante?

- Não doutor Alexander. Não concordamos. Mas ela decidiu, ela decidiu nos deixar.

- Para Wiliam.

Ele aperta meu ombro, e o sinto sussurrar em meu ouvido. "Eu não conseguirei viver sem você."

- Mas terá que conseguir, para que o meu "sacrifício", como todos vocês falem, ter valido a pena. Terá que aprender a sobreviver para cuidar de nossos filhos.

Ele cessa suas sorrateiras perguntas.

- Vocês concordar em realizar o procedimento? – pergunta a Will.

Ele aperta meu ombro, olho para ele. Ele concorda com a cabeça, mas vejo lagrimas em seus olhos. E logo ele sai da sala.

- Nem ligue doutor, ele logo se acostumará sem mim.

- Cara senhora, acho que a senhora está enganada. Seu esposo a ama, e nunca a esquecerá, ele viverá em um inferno pessoal sem ti.

- Ele terá que se reerguer por nossos filhos, uma parte de mim estará sempre com ele. Por favor, doutor. Qual foi o resultado?

- Tudo bem, apenas quis colocar a situação em outro ângulo, mas a senhora sabe o que será melhor para você e sua família. Mas só lhe digo uma coisa, eles nunca aceitaram o que fez, e nem sua filha a perdoará.

- Por favor, chega.

- Claro, desculpe. – ele diz e abre o envelope pardo em suas mãos. – O resultado deu ... – ele para de falar e analisa o papel. Logo olha em meus olhos. – POSITIVO, a senhora é compatível com sua filha.

Uma onda de alegria, euforia, tristeza e temor, tomam conta de mim. Vou salvar minha pequena, mas irei deixa-la, e Will, Arthur, Deniel, Júlia.

Mas tomei esta decisão, e a catarei com um sorriso na face. Meus filhos em primeiro lugar.

- Ótimo doutor, quando poderemos realizar o transplante.

- A senhora está mesmo certa disso?

- Claro.

- Bom, podemos realizar em dois dias.

- Mas, mas ... – minha pequena só tem quatro dias com aquele objeto a deixando viva no peito. – Mas doutor, já passou um dia, se fazermos em dois dias será no quarto, e o doutor Luccas disse que tem que realizar um transplante no quarto dia.

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