Capítulo 45 (parte II)

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- Você sabia que isso aconteceria prima. - estou no quarto de Júlia conversando com ela. Ambas estamos chorando, a despedida sempre é dolorosa.

- Eu sabia, é claro, mas não tão rapidamente assim. Você acabou de chagar de Lua de Mel.

- Eu sei prima. Sem a sua ajuda, o seu companheirismo não teria chagado até onde cheguei. Eu sei prima, eu sei que cometi erros irrefutáveis, mas juro não os cometer novamente. Mas foi por este erro que tornei-me na mulher que sou hoje, decidida, alegre, e por causa dele, que também conheci o amor verdadeiro e que estou com o fruto deste amor em meu ventre. Você sempre me apoiou, me amou, me deu carinho e muitos conselhos nos momentos em que precisava. Eu amo tanto você.

- Eu também. Mas chega com isso. - ela se levanta da cama. Seca as lagrimas com as costas das mãos. - Não é uma despedida isso aqui não. É só uma mudança de casa. Você virá aqui todos os dias, e Amanda também, estamos combinadas? Apenas deixaremos de viver sobre o mesmo teto. - ela diz sorridente, mas logo cai em um choro histérico novamente. - Não , não está nada bem. Eu vou sentir tanta falta de vocês duas, tanta falta, que já sinto um vazio em meu peito Bel.

Levanto-me da cama e dou-lhe um abraço apertado. Oh minha prima, que aparenta ser tão forte, mas no fundo é tão instável.

- Eu prometo que estarei aqui todos os dias, eu e Amanda. Eu juro.

- Eu sei. - ela diz, mas estabilizada. - Por que se isso não ocorrer, eu irei até a sua casa. Eu juro também.

- Eu sei disso.

Ambas sorrimos.

- Chega de chororô. Nossos homens estão na sala. Devem estar preocupados conosco. Vamos lá?

- Vamos sim.

Saímos do quarto, e fomos encontrar nossos amores. Amanda estava no colo de meu marido, do seu pai.

Como é estranho pronunciar estas palavras, mas irei acostumar-me, pois elas faram parte permanentemente de meu vocabulário, e de minha vida.

" Dona Flora.

Venho por meio desta, declarar e pedir a sua humilde constatação de meu pedido de demissão.

Motivos desnecessários para serem descritos. Porém, mesmo assim os farei.

Abrirei uma clínica de estética no centro de Manhatam, e assim sendo aguardo seu veredicto.

Agradeço por todos os ensinamentos que tive o privilégio de aprender com você.

Sem mais.

Isabel Tirsk."

Dona Flora está com minha carta de demissão em mãos já faz tempo, mas de quinze minutos, e nada fala, apenas encara o pequeno pedaço de papel em sua frente muito concentrada.

- Dona Flora?

- Quieta minha Cara.

Nada mas falo.

Cinco minutos depois, ela coloca o papel em cima de sua mesa, e retira os óculos, colocando também na mesa. Ambos seus cotovelos descansam perto do papel e óculos. Olha para mim.

- É isso mesmo que quer Isabel?

- Eu quero reconstruir minha vida Dona Flora. Quero realizar meu sonho de ter uma clínica, nem que seja apenas a dona, e não uma Fisioterapeuta.

- Entendo. - ela sai da posição que estava, e descansa suas costas no grande encosto da cadeira, que eu estava acostumada a sentar. - Você foi uma excelente funcionaria, e conseguiu méritos em gerenciar tudo isso aqui, que para mim, é o meu império. Sei que você será uma empresaria de sucesso, pois você tem força, coragem, será muito vitoriosa em seu negócio. É claro que aceito sua demissão. E fico imensamente feliz em saber que fui eu quem ajudou a construir seu aprendizado.

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