Capítulo 31 (PARTE IV)

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MENINAS. SEM REVISÃO.

ABRAÇOS. 

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Ela não diz nada, apenas coloca a mão fechada em sua boca, e sufoca um soluço. Ela está sofrendo tanto quanto eu, pois nós duas criamos a nossa menina.

- É grave Bel?

- O médico está realizando um exame que é feito na espinha com uma agulha, está retirando um liquido, ou algo assim, para definir o tipo e o nível em que a doença está Jú. Eu estou tão transtornada, por que a Amanda? Ela é sempre obediente, nuca fez mal a ninguém.

- Não escolhemos o que acontece na nossa vida, simplesmente acontece.

- Eu sei e entendo. – digo cabisbaixa.

Não falamos mais nada, sentamo-nos no banco e esperamos alguma notícia.

Não sei o porquê, mas senti falta do Willian agora. Falta do seu abraço terno e aconchegante em que me senti imensamente protegida, foi naquela sacada em que o abraço aconteceu, ele veio a minha mente. Eu queria que ele tivesse aqui.

- Você ligou na faculdade para mim Jú? – falei, escondendo este desejo absurdo com sete chaves em minha mente.

- Liguei sim. Falaram que iriam avisar os professores e a sua chefe disse que tudo bem, alguém iria ficar no seu lugar.

- Obrigada. Não sei o que seria de mim sem você.

Meu celular começa a tocar. Pego ele da minha bolsa e visualizo o identificador. Meu coração começa a palpitar descompassado. É ele.

Será que atendo?

- Jú, vou ao banheiro, já volto.

- Tudo bem Bel. – ela retira um livro de sua bolsa. – Vou ler um pouco.

Balanço a cabeça concordando.

Ainda com o celular nas mãos, vou em direção ao banheiro.

Resolvo atender.

- Alô? – digo com a voz suave, ainda embragada com o choro.

- Olá, tudo bem com você? – ele pergunta, calmo.

- Tudo. – um soluço escapa de minha garganta.

- Isabel, aconteceu alguma coisa?

- Não, não aconteceu nada. Preciso desligar. – no mesmo instante em que eu o quero ao meu lodo, no outro não o quero. Não consigo me entender.

- Isabel. – ele aumentou o timbre de sua voz. – Aonde você está. O que está acontecendo? – ele diz mais suave. – Por favor. Eu quero estar ao seu lado. Somos amigos, esqueceu?

Penso um pouco antes de responder a ele. Mas no instante em que penso nos prós e contras, começo a chorar descompassadamente. Caminho de um lado ao outro, fingindo chutar algo no chão com pé esquerdo, o celular em meu ouvido. Será que conto? Somos amigos, não é?

- Minha Filha, Willian, ela está internada no hospitar Eastern Long Island. Os médicos estão realizando exames neste momento, ela está com meningite. Não sei mas o que fazer, estou tão incapacitada.

- Não fique assim. – ele para de falar um momento. –Estou indo até ai.

- Não, por favo... – tum, tum, tum, tum. Ele desligou na minha cara. Meu Deus. Ele está vindo para cá. Fico olhando o visor do celular abobalhada.

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