Capítulo 10.

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Acordo suada, perdida.

Este sonho me deixou exausta, e nem foi real. Olho para o despertador ao lado de minha cama, ainda é madrugada.

Levanto-me vou até a cozinha para beber um copo d'água. Nem precisa eu verificar minha humidade no meio de minhas pernas, sei que está lá.

Meu Deus, não sei o que irei fazer. Estou sentada na pequena mesa de mármore com o copo de água em minhas mãos e pensando nas palavras do Senhor Allan, estou tão perdida, eu não posso vender meu corpo, isso está fora de cogitação. Não posso, não posso e não posso. Eu sei que estou passando por necessidade, sei que minha filha precisa de mim e de alimentação diariamente, sei que preciso urgente de um carro para ir ao trabalho e não pedir sempre o de Júlia, sei de todas estas coisas, mais meu corpo além de não ter nenhum atrativo é sem nenhuma coordenação quando se trata destas coisas. Não sei fazer nada. Fiz estas coisas somente com Victor quando morava no Brasil e claro com ele. Só de pensar nele começo a sentir calafrios, tonturas.

Levanto-me da cadeira e vou rumo ao meu quarto, está cedo ainda, daqui umas três horas irei para meu trabalho e terei que pensar em uma resposta para dar a ele.

Pensando em minha filha e em como vou enfrentar esta situação daqui a algumas horas, deixo meu subconsciente tomar espaço e embarco em um sono profundo. Sonho com um homem, está diante de mim com um buque de rosas amarelas, ele é lindo, cabelo quase preto parece uma cor de chumbo, olhos azuis, rosto másculo. Continuo olhando para ele sem entender o que está acontecendo, nunca o tinha visto na minha vida. Mais ele é lindo de mais.

Acordo com um aperto no peito, aquele rosto ainda está em minha cabeça.

Levanto-me da minha cama aconchegante, estou perturbada de como minha mente viajou em tantos lugares em um espaço de tempo tão curto. Arrumo minha cama, e vou até o banheiro com uma toalha em mão para o meu banho.

Olho-me no espelho, meus olhos azuis estão brilhantes e apagados ao mesmo tempo, primeiro sonhei com o Sr. Allan, depois sonhei com um homem que nunca tinha visto. Não sei o que isso significa.

Meus cabelos estão tão rebeldes hoje, terei que lava-los. Retiro meu pijama e vou tomar uma ducha.

Seco meus cabelos e com uma toalha em volta do meu corpo vou até meu quarto.

Estou em frente ao meu guarda roupa com as portas abertas imaginando qual roupa usar. Odeio me arrumar, quando morava no Sul eu era muito vaidosa, cuidava de mim, hoje em dia nem depilar minhas partes intimas tenho animo, qualquer coisa serve. Sinceramente, não sei o que o Sr. Allan viu em mim, tem tantas mulheres lindas lá na clínica e ele veio justamente ate mim. Chega de transportar meus pensamentos viajantes sem rumo, tenho que me concentrar em minhas vestimentas. Uma calça branca e uma regata branca, amarro meus cabelos limpos em um rabo de cavalo e calço minhas únicas sapatilhas. Não gosto muito de maquiagem mais passo um rímel, blush e gloss., lembrando as funcionárias da clínica. Estou pronta.

Abro a porta do quarto de minha menina, ela ainda dorme, verifico a hora em meu celular, temos meia hora para ela levantar tomar um banho, trocar-se e ainda tomar o desjejum. Sento-me ao seu lado na cama da Barbie, faço carinho em seus cabelos castanhos e chamo por ela.

Depois de ter um pouco de dificuldade de acordar, Amanda levanta-se e toma seu banho e coloca seu uniforme.

Faço umas panquecas doces para nosso café da manhã, Júlia ainda está dormindo, ela deve estar de folga hoje. Faço três panquecas a mais para ela. Limpo a cozinha e lavo a louça enquanto Amanda come, pois eu já estou servida, quando ela termina, escovamos nossos dentes e vamos para a escola dela.

Depois de deixar Amanda, vou rumo a clínica.

Não sei o que irei responder a ele. Eu não irei conseguir, não irei.

Quando estou chegando perto da clínica, meu coração parece que está tendo uma festa. Estou nervosa. Estaciono o carro na frente e desço do carro. Apanho minha bolsa e a coloco em meu ombro.

Digo Bom Dia para a recepcionista, e ainda fico encantada pelo designer da recepção, estes quadros são magníficos.

Cumprimento Dona Flora e Thaine que estão conversando e vou para minha sala.

Quando abro a porta tomo um susto, acho que irei desmaiar.

Pelo jeito minha resposta terá que ser mais rápida do que imaginei.

- Bom Dia Senhorita, desculpe pela minha visita inesperada, porém não consegui controlar minha ansiedade perante a sua resposta. Então, o que será?

Meu Deus do Céu, o que eu vou responder agora???

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