Capítulo 48 (PARTE II)

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- Willian! Pelo amor de Deus Will?

Chamei, mas ele já havia ido. Que inferno, eu sei que é difícil compreender minha decisão. Não voltarei atrás.

Volto à mesma posição de antes de Will entrar no quarto.

- Ele não aceitou, como eu previa Matt. Não quero que esta fosse a nossa ultima conversa ou a nossa despedida. – encosto-me a seu braço quando deito minha cabeça.

Pego meu celular de dentro de minha bolsa. Disco o numero de Deniel e peço que ele venha até o hospital.

Depois ligo para Dona Flora e Joana. Logo para Júlia.

Demoro um tempo contatando todos e contando os fatos. Pedi à Flora que cuidasse da clinica e que Joana a ajudasse, até Amanda se recuperar e poder assumir a clínica.

Júlia não aceitou muito bem, mas compreendeu. Ela disse que faria o mesmo por seu filho. João Miguel de 14 anos. Sim ela engravidou logo depois de se casar com Hender. Tudo deu certo, mesmo com idade avançada, nasceu um menino lindo e repleto de saúde.

Para Deniel não contei. Estou o esperando para dar-lhe a noticia. Sei que será o mesmo que com seu pai, ambos têm o mesmo gênero.

- Matt, eu quero muito que um dia você se levante desta cama e cuide de nossa filha. – passo a mão em seus cabelos grisalhos. – Ela precisará muito de você ao seu lado.

Seus batimentos estão muito mais rápidos do que o normal, isso acontecia quando ia ter ataque cardíaco.

- Não precisa se alterar querido.

Alguém bate na porta. Deniel entra.

Conto tudo a ele, do estado de sua irmã, até a urgência do transplante. Quando explico que eu farei os testes para ser o possível doador, ele fica insano. Logo começa a chorar me abraça e diz que não quer me perder. Também entro nesta nuvem negra que está em nossas cabeças.

- Por favor, mamãe. Não.

- Querido. – o afasto um pouco para olha-lo nos olhos. – Preciso que seja forte, ampare seu irmão e seu pai e cuide de sua irmã depois da cirurgia. Eu preciso saber que posso contar com você, para eu poder descansar em paz.

- Ah mamãe. – ele diz e volta a me abraçar.

- Mas eu só peço uma coisa, que quero que compartilhe com seu pai também. Nunca julgue sua irmã, nunca pense que foi ela a culpada por eu não estar mais ao lado de vocês, eu faria isso por qualquer um de vocês. Eu quero que vocês pensem que eu ainda estou aqui, pois de alguma forma estarei. Posso contar com você um bebê? Eu posso descansar em paz quando chegar a minha hora?

Chorando, ele apenas concorda com a cabeça.

Saímos juntos do quarto de Matt, me despeço dele e vou procurar o doutor.

O encontro em seu escritório. O mesmo em que estive quinze anos atrás.

A porta estava aberta, bato de leve com mão.

- Boa tarde, doutor.

- Só Luccas Isabel, por favor, entre.

Ele levanta-se de sua cadeira e aguarda eu entrar.

- Não Luccas, o que acha de tomarmos um café? Na cantina pode ser?

Ele olha para mim, um brilho nasce em seus olhos escuros.

- Aceitou meu convite de anos atrás? Fico muito contente. Claro, vamos.

Chegando à cantina, nos aproximamos de uma mesa perto da janela, eu quem pediu, e nos sentamos.

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