IMPRESCINDÍVEL...

Cápitulo 5.

Estava eufórica, extasiada, Deus consegui um emprego, estou chegando no ponto de ônibus onde devo descer uma quadra antes da minha casa. Meu sorriso está de orelha a orelha, minha prima/ irmã vai surtar com esta notícia. Lembro quando comecei a minha Graduação, o Victor estava sempre do meu lado, ele sabia que era meu sonho ajudar as pessoas em suas recuperações, auxiliar um acidentado a recuperar seus movimentos... O Victor sempre foi um excelente namorado, amigo, companheiro, mais naquele tempo queria mais, era nova, queria experiências para colocar em meu diário e deixar registrado em minhas memórias mais depravadas, e foi neste momento que "ele" apareceu...

Voltando a realidade, não gosto de memorizar meu passado, meu terrível passado, pois só a minha menininha de bom que ocorreu depois daquele terremoto que aconteceu na minha vida.

Sai do ônibus, estava indo em direção de casa quando olhei-me no vidro de uma Boutique, meu cabelo castanho está ondulado, meus olhos estavam iguais a duas safiras brilhantes, o único contra foi minha blusinha todo amassada, apurei meus passos, quero muito chegar em casa e encontrar para minha filha e prima. Quando parei em frente a porta da recepção da minha casa, senti um frio na barriga, de tanta empolgação que estava me corroendo por dentro. Aproximei-me da porta e bati uma vez, ninguém atendeu, bati novamente e ouvi alguém destravando a porta, quando a porta abriu-se e saiu uma garotinha de trás dela, escondi-me na lateral para que a Amanda não me visse, foi tão engraçada esta situação:

- Olá? Tem alguém ai? – quando ela estava já entrando para dentro eu a segurei e a peguei no colo e comecei a beija-la, ela soltou um gritinho que fez minha prima vir para fora, quando viu que era eu, sua feição mudou de preocupada para risonha.

- Ai Bel, você me assustou, vem vamos entrar, a janta já está na mesa, fiz risoto. – Hum, adoro risoto. Eu e a Amanda, nós a olhamos e pensamos alto:

- Hummmmm, adoro risoto da tia Júlia. – A Júlia está com uma mão estendida para acertar um palmada nas minhas nádegas, ela é muito brincalhona.

-Ai! – passei a mão na região que a pouco foi golpeada, fingindo estar doendo.

- Vamos jantar, já passa das 19:00 da noite e ainda a senhorita não jantou, estou curiosa para saber das novidades... – foi como se o seu o céu mandasse fogos de artifícios e eu olhasse para eles extasiada quando ela falou em novidades, estou tão feliz.

- Claro prima, vamos estou morrendo de fome, almocei somente uma minúscula barra de cereais. – Júlia me olhou de forma reprovadora, mais o problema é que só tinha dinheiro para o ônibus de ida e volta, a barrinha tinha pegado na estante de condimentos antes de sair a procura de emprego.

- Bel, nem vou comentar nada, pois se fizer isto você está encrencada mocinha. – falou séria, assustei-me. – Vamos, entre.

Entramos na nossa pequena cozinha, lembrei-me de quando cheguei aqui, desolada sem ninguém, e grávida. Sentamo-nos à mesa, depois de dar mais umas mordidas e beijos na minha gata, e de lavar as mãos começamos a comer o risoto, hum, está uma delícia. Da tanto prazer em ver a Amanda comendo, que chego de parar de jantar para visualiza-la. Ela é linda. Quando, de repente ela percebe que está sendo observada, ela para de colocar a colher em sua boca em formato de coração e olha com estes olhos verdes para mim, e pergunta:

- Oque que deu mamãe? Porque está me olhando assim? – perguntou sincera.

- Você sabia que é linda? Ainda mais quando come com tanto gosto. – e dei uma risada, todas me acompanharam. A Júlia olhou-me neste momento e perguntou: