Capítulo 49.

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A vida não é eterna e tudo tem um prazo, nossas vontades mudam nas viradas do acaso, pois esta é uma questão ainda não resolvida: a vida faz o amor ou o amor que faz a vida?
A quem não precisa nunca falta uma amizade, mas quem precisa só experimenta falsidade e descobre oculto no amigo um inimigo antigo.

O taxi para em frente a minha, tão habitada e linda casa, a mesma em que passei a primeira noite de amor com meu amado marido. A primeira de muitas que vieram logo após.

Abro o portão, e olho o imenso jardim que eu semeei com todo carinho, rosas, margaridas, arvores, uma paisagem tão linda para uma alma tão triste como no momento a minha está.

Caminho pelo caminho de pedras até chegar à porta principal.

Pego minha bolsa e procuro a chave em seu interior. Apanho e logo a coloco na fechadura. A casa está vazia. Eles devem estar no jardim. Admiro os mesmos detalhes, o mesmo lustre, a mesma sala, cozinha. Passo por todos estes cômodos, e vou até uma porta que dá acesso ao jardim traseiro da casa. Piscina, balanços, e três homens sentados no banco, ambos vestidos. Apenas o menor, está com sunga, devido o calor.

- Olá!

Chamo a atenção de ambos, que viram a cabeça no mesmo instante. Quando Will percebe minha presença, ele vem até mim, e me segura nos braços, acolhendo-me em seu abraço acalentador.

- Minha querida, estava preocupado. Como nossa pequena está?

Uma lagrima escorre por minha face.

- Na mesma.

- Tirou aquela insana ideia de sua cabeça?

- Por favor amor. Vamos esquecer por hoje, tudo bem? Quero passar um tempo com minha amada família.

- Claro. Vem.

Ele pega em minha mão e nos guia até nossos filhos. Só faltou Amanda aqui. Uma onda de tristeza vem chegando, mas a arremesso para longe. Se esta vai ser minha ultima noite com eles, minha ultima noite nesta terra, quero aproveita-la da melhor maneira.

- Mamãe!

Arthur vem ao meu encontro e pula em meu colo, o pego e o giro no lugar.

- Sentiu saudades da mamãe?

- É claro né mamãe? E da mana também.

Deniel vem até nós e abraça-me com Arthur no colo,

- Desistiu daquele assunto né, mãe?

- Hoje não meu filho. Hoje vamos viver. – minha ultima noite, quase disse, mas me contive a tempo.

- Então homens da minha vida, que tal um strogonoff com arroz e salada de janta?

Digo e olho para Will, seus olhos brilham, mas aquela capa de angustia envolta de seus olhos safira, estão lá, não os deixam.

- Ótima ideia mamãe.

Meus meninos dizem.

- Adorei.

Will profere. E coloca seus lábios nos meus, dando-me um selinho.

- Papai e mamãe tão se beijando. Papai e mamãe tão se beijando. – Arthur canta, bate palma e arrodeia no lugar. Todos nós sorrimos.

- Que bom que aprovaram o cardápio da noite. Vamos para a cozinha então família linda.

Meus olhos queimam, mas tento acalma-los, não poderia desabar na frente dos meus filhos.

Depois da janta pronta e devorada, Deniel lava a louça e Will seca. Até que é engraçada esta cena. Cena esta, que ficara gravada em mim, até meus últimos suspiros. Ideia, chispa daqui.

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