Capítulo 22!

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Depois de sair da clínica ontem, vim direto para casa. Allan não me contatou em nenhum momento do dia de ontem e nem do de hoje. Ele me deve explicações, eu acho. Pelo menos, porém, pensado bem, não me deve não. Ele pagava para ter meu corpo. Deve ter se acertado com sua esposa, e percebeu que seu casamento pode sim dar certo, mesmo tendo iniciado de forma errada.

Estou no Central Park com minha filha. Estamos deitadas em uma toalha de mesa verde, estendida no enorme gramado. Aqui é maravilhoso, transmite tanta calma.

Estamos lanchando sanduiche e suco de uva. Está um dia excepcional.

- Mamãe, vamos brincar? Eu trouxe minha Barbie para mim e outra para a senhora.

- Claro meu anjo. Me passa uma. – digo, e ela abre sua mochila e me entrega uma Barbie morena e ela fica com a loira.

O dia está tão gostoso que nem percebo o dia passando. Brincamos de Barbie, pega-pega, e simplesmente deitamos e olhamos para o céu, sem extressamentos, sem pensamentos ruins, nada, somente eu e o meu motivo de viver, minha filha.

Estamos correndo no parque, paro uma pouco e flexiono meu tronco para frente e levo minhas mãos aos joelhos fletidos, estou cansada.

- Amanda? A senhorita deixou a mamãe com a língua de fora. – digo rindo e levanto a cabeça, olhando para cima, para focalizar minha visão nela, quando vejo alguém se aproximando.

- Senhorita. Que coincidência vê-la por aqui! – meu Deus, só pode ser Deus querendo me pregar uma peça, não pode. Willian está a minha frente, lindo, com calção, regata e tênis, cabelos e camisa suados. Seus braços musculosos a vista, brilhantes pelo suor.

- Coincidência por que senhor? O parque é público. – digo, minha alegria e meu dia perfeito se foi com este fatídico encontro. Não sei o motivo, mais este homem me irrita. E o que eu mais acho estranho é que não sinto nada, pensei que quando eu visse ele iria me lembrar dele, mais não, sinto uma raiva fora do comum. Ele retira seu sorriso com minha resposta.

- Ok, ok, vamos começar novamente. Boa tarde senhorita Tonial. Está um lindo dia, não é mesmo? – olhei novamente, desta vez bem no fundo de seus olhos, querendo decifrar o porquê desta mudança de humor. Mas nada encontro para responder minha pergunta.

- Boa Tarde senhor. Sim, o dia estava lindo. – digo, - Amanda? Vamos para casa? Já brincamos bastante. – chamo e ela vem, me abaixo, ficando da mesma altura que ela. – Você está toda suada meu amor. Vamos para casa tomar um banho e depois dormir um pouco. – dou um beijo em sua bochecha e me levanto. – Desculpa senhor, mais tenho que ir.

- Mamãe? Posso tomar um sorvete antes de irmos para casa? – ela pede e depois desvia seu olhos do meu e olha para Willian, e, educada do jeito que é, o cumprimenta. – Boa tarde senhor. O Senhor é amigo da minha mamãe?

Fiquei puro um pimentão neste momento.

- Amanda. A mamãe nem o conhece, filha.

- Desculpa mamãe. – ela diz e abaixa a sua cabecinha constrangida.

- Sua filha? – só agora olho para ele, e consigo ver sua surpresa. Parece que ele viu um fantasma. – Ela é linda. – diz, já recomposto pelo seu choque inicial.

- Sim senhor. Minha filha.

- Os olhos dela são verdes. – ele diz pensativos, e sua mandíbula fica rígida de um momento para o outro. – Onde está o pai dela?

- São sim desta cor, mas desculpa pela minha falta de educação, mais não interessa onde está o pai de minha filha. – digo irritada. Definitivamente, a tarde maravilhosa que estava tendo com minha filha acabou com a presença deste homem. Por que estou tão irritada mesmo? Boa pergunta, mas não tenho a resposta.

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