Capítulo 09

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Eu estava exausta, estava com a cara inchada de tanto chorar. Titia está internada há uma semana, não localizei o doutor Ethan, Alexander e sua esposa se mudaram no dia seguinte que descobri que minha tia estava com câncer, a esposa dele tem uma irmã doente na cidade longe daqui e eles quiseram ficar mais perto dela.

Serviço ? Sofri tanto com isso, nada, nenhum lugar, nenhuma pessoa me ajuda. Essa é a merda de sociedade que preferem morrer do que ajudar alguém, a merda de sociedade egoísta! Um dia eu vou voltar e esfregar na cara de cada um tudo que eles me fizeram. Os vizinhos ? Esses conhecem tia Charlotte a muitos anos mas ninguém se dispõe a ajuda-lá, quando eu disse a ela que seríamos eu por ela e ela por mim, eu pensava que os vizinhos ajudariam no sufoco, mas esses passam e ainda me olham de cima a baixo e empinam o nariz, a condição financeira deles é melhor que a nossa, a casa deles são casas humildade também mas bem melhor que que a nossa. Nossa casa não é uma casinha tão pobre, tem dois quartos na parte de cima ,um corredor e ao final do corredor tem um banheiro, em baixo tem a sala, um pequeno murinho com balcão para separar a sala da cozinha e a pequena cozinha, tudo pequeno, bem apertadinho, porém a casa é pintadinha e arrumada. Meu quarto cabe somente minha cama, um guarda roupas, e uma cômoda com uma TV pequena em cima. No quarto da titia tem sua cama, um guarda roupas, uma cômoda, e dois criado mudo ao lado da cama, com um abjurar bem velho em cima mas que funciona.

Tomei um banho, fui a cozinha ver se achava alguma coisa para comer e nada, a situação está realmente precária !

Abro os armários e só tem açúcar, trigo, fermento, pó de café, e um potinho pequeno de bolacha de água com sal. Na geladeira só tem água. Vou ao meu quarto visto um short colado, uma regata de pano fino branca e calço uma rasteirinha, vou ao guarda roupas e pego R$: 20,00 que ainda tenho guardado para os remédios da minha tia e vou ao mercado já que a bulacha está murcha. Nunca pensei que passaria por isso, sempre tinha tudo quando eu morava com meus pais, a mesa de café da manhã era completamente recheada.

Chego ao mercado compro algumas coisinhas só para comer agora é muito miojo, vamos ver se vivo disso até não sei quando...

Passo na praça e me sento em um banquinho para descansar, já que vim andando e vou voltar andando. Vejo duas mulheres conversando de longe, elas estão vistidas totalmente expostas com roupas vulgares, quase mostrando tudo, um carro para e uma delas entra, o carro some de vista e a outra fica sozinha. Depois outro carro para, supostamente com defeito, ela chega no vidro do carro e bate, mostra parte de seus seios e ele abre a porta para que ela entre, conserta algo no capú do carro e arranca com o mesmo indo em direção a algum lugar que não sei onde. Certamente são prostitutas alugando seus corpos para uma rodada de sexo! Deus, eu morro mas não vendo nunca meu corpo, que nojo dessas prostitutas nojo maior de quem paga por uma rodada de sexo com elas.

Levanto-me e sigo para minha casa, vou vê se o dono não me dá mais um praso de mais um mês e parcela a dívida, eu ainda tenho esperança de que vou conseguir um emprego.

Agora nem estudar eu estudo mais, estou no terceiro ano quase terminando pois sou um ano adiantada, mas tive que parar.

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