A Vida Real

Capítulo 66

                 Boa Leitura !             
                     Alasca.

--Alas...-- A enfermeira fecha a  porta antes que Ethan complete o que iria falar.

Eu entrei em uma batalha interna contra as vontades do meu coração.

Quando vi que ele implorava pelo olhar  para ver o nascimento dos meus filhos, meu coração foi definitivamente na boca, mas eu consegui ser forte, ele não verá nem o nascimento, nem os filhos.

Ele simplesmente achou que fossem do Ricky, não foi ?  Achou que eu era uma vadia golpista, não foi ? Então ele não merece nada pacífico que venha de mim, muito menos dos meus filhos.

Eu sei que Ethan me ajudou e muito, eu perdi muito sangue , e era só o início ainda de uma hemorragia, se não fosse por Ethan, não quero nem imaginar o que teria acontecido com meus filhos ou um deles. Mas eu não esqueci tudo o que ele me fez, e não seria por aquela ajuda que eu esqueceria, sou grata a ele sim, mas eu não o quero por perto.

O que Ethan fez, foi o mínimo que ele poderia ter feito pelos filhos, afinal, ele foi o causador de toda essa bagunça na minha vida, não que meus filhos sejam a bagunça, mas foi ele quem me abandonou quando eu mais precisei.    

Eu fui bobinha demais achando que ele me amaria. Ele não me amaria...

Eu continuo o amando. Deus, como eu continuo. Foi difícil dizer cada palavra, foi difícil não deixar transparecer emoção e desejo naquele beijo, foi quase...Impossível.

Mas eu precisava, eu tinha que botar um ponto final nessa esperança, ele provavelmente quer brincar comigo, hora me humilha, hora volta atrás querendo perdão. Claro, eu disse que ele se arrependeria, mas não achei que fosse daquela maneira como ele veio atrás, que eu ACHO que foi sincero, achei que fosse levando chifres e golpes de Valery.
     (..)

--Não está na hora deles nascerem. Isso pode?-- Michel pergunta histérico.

--Não é a hora exata, mas também não é a errada. É normal, os bebês se desenvolveram bem e a bolsa rompeu.-- A obstetra diz.

--Va..i demorar mui...to ?-- Pergunto sentindo a dor, para a minha obstetra que acompanha tudo.

--Precisamos fazer um ultrassom para ver primeiro a posição que o primeiro bebê se encontra antes de retirá-lo.--Responde  com um sorriso.

--Eles... estão..encaixados, por favor está...doendo!

--Não é tão simples mamãe, só mais uns minutinhos!

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--Aaaaaah, sangue, sangue!-- Michel grita com olhos arregalados olhando para o lençol fino e aberto onde os médicos preparam o parto.

--É claro que é sangue, Michel, queria que eu estivesse jorrando refrigerante enquanto meus filhos saem do meu ventre ?-- Reviro os olhos.

Uma fisgada intensa me invade e eu grito, Michel grita junto.

Parece impossível que essa fisgada piore, mas só piora.

--Minha filha, força!-- Titia fala enquanto aperto a sua mão e ela acaricia meus cabelos.

--Não dá-Aaaaaaa meu Deus!

Estou soando muito, mas estou com muito frio, o que não sei se é normal.

--Se ela fizer tanta força, ela não..hm... Faz cocô ?-- Michel pergunta para um médico e a minha vontade é de apertar o pescoço dele.

--Michel! Vai deixar Alasca mais nervosa.-- Titia o repreende.