Amy - Prólogo (part. II)

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O PRIMEIRO RAIO SOBRE A SOMBRA

...

Leah continua correndo a toda velocidade, enquanto usa toda sua força para me manter firme em seu colo e segurar a mão de Eve, tudo ao mesmo tempo.
Olho para trás tentando ver se ainda estão nos perseguindo. Não vejo nada além​ das luzes da cidade diminuindo, a medida que adentramos cada vez mais na floresta escura e fria.
Sinto o sangue dos braços de Leah sobre a minha pele, os espinhos rasgam a pele da minha irmã como seda, mas mesmo em péssimas condições, ela não desiste e continua correndo.
Consigo sentir seu coração  acelerando, imagino ele saltando de seu peito.  Aos poucos ela vai diminuindo a velocidade, até parar e dizer:
- Pare, não podemos continuar. - acho que ela quis dizer quem ela não pode continuar.
- Leah, não podemos parar! - diz Eve.

Leah olha para cima. Pelo brilho em seus olhos azuis, noto rapidamente que ela teve uma ideia.
Minha mãe costumava dizer que Leah teria um futuro brilhante na capital, mas ela não pensou que estaríamos lutando para sobreviver quando disso isso, meses atrás.

Então, minha irmã mais velha começa a escalar os espinhos de uma árvore, enquanto eu sigo aguarrada em suas costas até o ponto que suas forças permitem. Ela coloca sobre um espinho firme e em seguida faz mesmo com Eve. 

Observo o cuidado dela com a gente nesse momento tão difícil, sua força de vontade para nos proteger me lembra minha mãe. Como ela deve estar agora?
Se tudo se perder, Leah vai ser a pessoa que terei como mãe.

Depois de colocar nós duas no espinho, chega a vez de Leah subir. Ela respira fundo e começa a subir, mas antes que possa colocar o pé no quarto espinho, ela escorrega e cai já sem forças. Parece estar inconsciente, pelo menos não dá nem um sinal de vida.

 Parece estar inconsciente, pelo menos não dá nem um sinal de vida

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- Leah? - chamo tentando descer para ajuda-la. Eve me impede.
- Não. - diz ela, ofegante.

Os pingos de chuva começam a cair.
- Encontramos elas! - grita alguém enquanto se aproxima.
Primeiramente, eles nos obrigam a descer. Então, as vozes começam a chegar em forma de ecos. Eles injetam um tipo de líquido prata no meu pescoço e a partir disso já não consigo ouvir mais nada. Naquele momento, senti uma picada que ia além do meu pescoço, estava em minha alma, penetrando nos meus ossos.
As lembranças começam a se embaralhar e minha visão fica turva.
- Podem levar ela junto com as outras. Menos as mais novas, essas vão para a Central... 

São as últimas palavras que ouço antes de cair em um sono profundo. 

Os pingos de chuva parecem  aplaudir o espetáculo, mas não se sabe se o próximo ato será bom ou ruim.

TREINADA PARA LUTAROnde histórias criam vida. Descubra agora