Capítulo 41 - Max

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A DOR DA PERDA

NO DIA SEGUINTE...

Assisto o dia amanhecer.
Meu braço machucado está melhorando ,mas a atadura com continua aqui.
Meus dedos ainda estão meio doloridos,mas não ardem mais.
Sophia cuidou bem de mim,bem até demais para o meu gosto.
No momento eu não consigo parar de pensar no sonho em que eu matei a Amy,só que não era ela,eu tenho certeza.
Desço as escadas e vou direto para o andar de baixo.
Está vazio ,ele só abre mais tarde.
Phillip está descascando batatas ,Ron está lavando a louça e Declan acaba de entrar no bar todo animado.
-Trago boas notícias pessoal!-ele Diz com um largo sorriso.
-Diga logo !-manda Ron - Sua animação me deixa enjoado!
-Consegui vinte jovens para lutar ao nosso lado,se vocês quiserem podemos ir hoje mesmo para o terreno da família de Phillip!-ele diz.
-Ótimo!-digo aparecendo do nada. Eles ficam até meio surpresos ao perceberem a minha presença.
- Sophia já está nos esperando com o resto do pessoal!-diz Declan.
-Vamos agora e podemos voltar quando anoitecer!-diz Phillip-Onde eles estão?
-No hospital abandonado!-diz Declan.
O hospital fica a algumas quadras da casa abandonada.
Quando a última peste atingiu a Capital o hospital de Rosenberg não tinha mais remédios para a peste e por isso invadiram o nosso hospital ,não sobrou nada ,levaram tudo para eles. Muitos de nós morreram na época.
-Ok,vamos nessa!-digo
Eu ,Declan e Phillip fomos na frente.
Ron vai ir daqui a pouco, pois ele ficou fechando o bar.

Logo quando entro no hospital vejo um monte de jovens e alguns adultos lá, reparo que um homem de meia idade carrega uma garotinha em seus braços.
Todos olham para mim esperançosos.
O que direi a estas pessoas?
-Olá meu nome é Maxron ... Como vocês eu tenho uma jóia em minha vida, e eu vou lutar por ela até o fim! - Subo em uma cadeira.- Eu vi um homem ser partido ao meio,eu vi pessoas inocentes morrerem ,pelas mãos dos guardiões,pelas mãos da capital e eu estou aqui pra lhes fazer uma pergunta! Vocês lutariam ao meu lado,pela liberdade?
O povo grita a meu favor.
Vejo o sorriso de Sophia em meio a tantos outros.
As pessoas gritam "liberdade" sem parar.
Peço para se acalmarem,me preocupando para que os guardiões não nos ousam .
Phillip me puxa para baixo e pergunta:
-Max,como vamos tirar todas estas pessoas daqui e leva lás para o terreno sem que os guardiões não desconfiem de nós?
-Lembra do plano da igreja?-pergunto.- Vamos fingir que estamos indo para a missa.
Aqui em Roseland temos uma tradição de ir a igreja de casaco para que os espíritos ruins não nos possua e quando entramos na igreja tiramos o casaco para mostrar a Deus que estamos "puros".
-Já pedi para eles trazerem os casacos!-diz Declan chegando atrás de nós.
- Não tem armas pra todo mundo!-diz Phillip.
Por um segundo penso que Phillip não quer que agente saia daqui.
-Podemos ensinar aos que ficaram sem armas a lutarem sem armas Phillip!-digo.
Phillip fica meio frustrado. Ele não é muito confiante com as coisas.
E assim eu e o resto do pessoal saímos cabisbaixos do hospital, todos usando casacos e juntos.
Ron conseguiu nos alcançar e está indo na frente do bando com Declan para nos guiar até a casa de festas ou melhor até a " igreja".
Phillip e Sophi estão indo atrás (quem sabe eles não conversam um pouco).
Eu estou no meio das pessoas,para que os guardiões não vejam meu rosto,pois acredite : os guardiões me odeiam mais do que qualquer outro cidadão.
A CF ( Casa de festas ) não é tão longe do hospital e por isso faltam apenas algumas ruas para chegarmos lá.
Já falamos com o dono do bar e ele irá nos ajudar.
Reparo novamente no homem que carrega uma garotinha em seus braços,ela está agarrada a uma boneca de pano suja e velha.
Quando olho pra menina vejo Vega.
Paro de andar e sem querer uma mulher esbarra em mim.
-Tudo bem?-pergunta a mulher.
Acho que estou louco,pois a mulher também é parecida com Vega.
-Sim!-digo e volto para o meio das pessoas,contínuo a andar.
Vejo que três Guardiões olham para nós. Eles parecem ser jovens ,dão risadas altas e parecem estar debochando de nós entre si.
-Papai,minha boneca!-diz a menina para o pai.
A boneca dela caiu no chão la trás.
-Filha não! -diz o pai e continuando a andar.
-Pai ,por favor!-diz a menina ,ameaçando chorar ali mesmo.
Se essa menina começar a chorar vai chamar atenção dos Guardiões.
Penso em ir pegar a boneca ,mas quando me dou conta o homem já saiu do meio do povo e foi pegar a boneca.
Os guardiões olham para ele e debocham.
A menina fica esperando o pai no meio do povo,me aproximo dela.
Percebo que um guardião tira a pistola do sinto e aponta na direção do homem,mas ele não vê.
A menina também percebe e logo ameaça avisar o pai,mas corro até ela é tampo sua boca a tempo dela gritar.
O guardião aperta o gatilho.
A bala passa pelo peito do homem e no mesmo instante ele cai no chão e a boneca também.

Sinto as lágrimas da menina sobre minha mão

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Sinto as lágrimas da menina sobre minha mão.
-Vamos continuar-digo no ouvido dela.
A menina e eu continuamos andando,ela vira várias vezes para trás,na esperança de ver seu pai se levantar,mas ele se foi.

TREINADA PARA LUTAROnde histórias criam vida. Descubra agora