Capítulo 10

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A CENTRAL

Chegamos na praça principal. 

É um ambiente agradável. Rodeada por prédios de luxo e casas elegantes com pelo menos quatro pilares na entrada e uma porta enorme. É bem diferente de onde estávamos a dois minutos atrás, como se em apenas alguns passos houvesse uma mudança no cenário.

Observo melhor o lugar e noto que no meio da praça há uma fonte com a estátua de um anjo segurando uma arpa. 

Interessante.

A fonte é idêntica a que tinha na cidade abandonada. Na lateral da fonte encontro algumas palavras gravadas em dourado:

Que a paz permaneça nesta família e que anjos celestiais toquem seus instrumentos para celebrarmos esta dádiva."

As pessoas desta parte da capital são diferentes de tudo que já vi ou me lembro ter visto. Elas tem expressões tão vazias e robustas. Suas roupas são cheias de detalhes em dourados e tem o mesmo padrão de cores, como um uniforme em branco, preto e azul escuro.
As crianças parecem mini-adultos. Elas não sorriem e nem saem correndo para brincar. São pálidas e sem vida.  Todos parecem não gostar da vida que tem.

Dê todos os detalhes neste lugar, um especial chama mais atenção. O lugar é enorme, maior do que os prédios e as casas que o cercam. Deve ser uma mansão ou algo assim.
A mansão é cercada por barras de ferro. Nos portões principais, no meio das barras tem duas rosas grandes na cor dourada. Tem guardiões em cada centímetro desse lugar.

- É belo, não? - diz Max.
- Sim, até de mais. - digo. - Qual é a desse palácio?
- Esse palácio, é Central, o coração da capital. Construída em 2098 pelas famílias fundadoras. Ali todas as decisões são tomadas, segundo eles, pelo bem do país. - ele diz. - Dizem que a maioria das paredes foram construídas com diamantes e as janelas feitas com cristais. Todas as portas são feitas madeira rara e lisa. A grama dos jardins está sempre verde. Tem setenta e oito quartos, doze portas secretas e se não me engano, pelo menos dois salões. E no topo do bolo temos o símbolo da república: uma águia dourada com um L no peito. 
- Como sabe de tudo isso?
- Tenho contatos. - ele diz. - O comando da Central foi divido por descendentes de famílias fundadoras, a família Nopel, Codellairo e Hüfner. Os Hüfner são uma família antiga de feiticeiros, tem a magia a seu favor. A família Nopel tem como herança a sabedoria e a a Codellairo tem a inteligência. Cada um tem sua parte no comando, dentro e fora da Central, mas seguem ordens de um governo sem rosto. Bom, foram eles que ajudaram a criar o sistema Limiar!

Limiar.
Só de ouvir o nome já começo a suar frio. Maxron não sabe que eu sou do Limiar e não pretendo contar tão cedo.
- Provavelmente, nossas irmãs estão lá dentro! - ele diz. - Podem estar fazendo qualquer coisa com elas.
Olho ao redor. Há várias jovens caminhando livremente pelas ruas.
- Por que tem meninas aqui?
- As meninas da capital, mais especificamente da elite, são poupadas do sistema Limiar.

Um carro-forte estaciona na próximo aos portões principais. Algumas meninas começam a descer pela porta lateral dele. Pelo menos cinco guardiões acompanham o grupo até o lado de dentro.

Max aponta para a cena. 
- É época de colheita. - observa Max. - Acho melhor irmos para a casa de uns amigos, já é tarde.

Maxron segura meu braço e me guia por um túnel escuro e fedido que nos leva de volta a parte suja da cidade, lugar de boates lotadas e prostitutas.

As luzes nessa parte da cidade são mais fracas. As pessoas possuem um olhar desconfiado. São sujas e desengonçadas. Vestem uma mistura de trapos e couro. Mas tem algo que não vi nas pessoas que estavam do outro lado, esperança.
- O povo apelidou essa parte da capital de Rosenland, pois parece que estamos em outro mundo.

- O povo apelidou essa parte da capital de Rosenland, pois parece que estamos em outro mundo

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