ROSAS FRESCAS
ROSAS MURCHASOntem, planejamos dormir o resto da noite na casa dos amigos de Max, mas eles não estavam em casa, então dormimos em um beco frio e escuro.
Maxron ainda está dormindo. Já estou de pé, acordei com uma dor de cabeça insuportável.Vou dar uma volta pela cidade antes que o Max acorde.
Eu o deixo dormindo e saio rua á fora.
Não consigo entender porquê a capital tem um vilarejo pobre de um lado e do outro um lugar tão luxuoso.
As mulheres de Rosenberg andam com jóias e roupas do melhor tecido. Já as mulheres do outro lado, andam com roupas maltrapilhas e botas de couro.
Os homens de Rosenberg vestem terno com postura e classe, mas os de Rosenland andam com roupas sujas, sem postura e muito menos classe.
Essa desigualdade me perturba.Em Rosenberg há guardiões em vários lugares, mas aqui há guardiões até nos lugares menos improváveis.
Não tem prédios reluzentes de metal como do outro lado, só casas de madeira. Algumas tem dois andares.Não há lojas, só feiras. Comida é algo que se preza muito por aqui, mesmo em falta. Em Rosenberg tem lojas por todos os lados e um bom movimento nelas.
Flagro uma garotinha roubando uma maçã de uma barraca de frutas. A menina corre até se perder de vista. O cara da barraca nem percebe que foi roubado.
A rua tem um movimento caótico de pessoas. Muitas pessoas estão tentando trabalhar nas barracas, incluindo as crianças.
Sem querer, entro em uma rua sem saída. Mas acabo presenciando a cena de um homem sentado em caixote de madeira, rodeado por crianças observando maravilhadas algo saindo das mãos dele.
O homem tem o cabelo branco e cumprido até a metade das costas. Veste uma roupa de bom tecido e uma capa azul escura. Suas botas são de um couro que reluz na direção do olhar. Ele aparenta ter entre dezoito e dezenove anos de idade.
Ele não é de Rosenland, obviamente.Nas mão dele pairam borboletas azuis fosforescentes. A luz azul deixa o rosto das crianças iluminado quando se aproximam.
Quando me dou conta os olhos azuis do homem estão fixos em mim. Ele sorri e dá um aceno.
Devolvo um aceno envergonhada
De repente um guardião aparece.
- Ei, você aí! - chama ele. Me viro assustada.
O guardião começa a vir em minha direção, faço uma manobra de desvio, passando por debaixo dele e começo a correr.
Ele corre atrás de mim.
Tenho que sair daqui.
Avisto o túnel por onde passei com Max ontem.
Corro o mais rápido possível e passo pelo túnel. Já do outro lado, estou de volta a Rosenberg.
Quando me sinto segura diminuo os passos, tentando recuperar o fôlego.
De repente alguém toca meu ombro. Eu me viro na hora.
Ufa, é apenas Maxron.
- Ainda bem que é você! - digo.- Bom dia, aliás eu estava te procurando, isso passou pela sua mente impulsiva?- ele diz. - Quase morri de preocupação menina.
- Maxron tá tudo bem, eu sei me cuidar! - digo e dou um sorriso astuto.
- Prometa que nunca mais vai fazer isso enquanto estivermos trabalhando juntos! - ele diz.
- Eu prometo!
- Ótimo, acho que agora podemos ir a casa dos meus amigos! - ele diz.- Na verdade, não é bem uma casa, é mais um bar. Mas Vega e eu sempre nos escondemos lá quando necessário. Foi com a ajuda deles que conseguimos sobreviver todos estes anos.
- Vocês não tem uma casa aqui?- Na verdade não temos casa em lugar nenhum, mas sempre tivemos um teto para dormir. Somos sobreviventes. - explica Max. - Mudando de assunto, conforme estava nos meus planos, vou te levar pra conhecer Rosenberg, por favor, siga-me!
Abro um sorriso e o sigo.
Max comprou uma maçã para mim, estamos dividindo ela.
- Eu já volto.- ele diz.
Fico parada na calçada em frente a uma joalheria.
Decido dar uma olhada nas jóias enquanto espero Max. Elas brilham diante dos meus olhos na vitrine. Todas são lindas, mas uma para mim é perfeita.
É um pequeno e delicado colar dourado. Na ponta do colar há um pingente pequeno no formato de uma águia transparente e dentro dela um diamante minúsculo e reluzente.
Ouço a respiração de Maxron aproxima aos meus ouvidos.
- É uma linda jóia! - ele diz, apontando para o colar.
- Sim.
- Você quer?
- Quero. - brinco.
- Prometo que quando encontrarmos Vega sua recompensa será este colar.
- Pode ser, mas eu não tenho nada para te dar pra quando... regatarmos a Eve!
- Vou pensar em algo por você. - ele diz. - Agora vamos, quero que você conheça meus amigos. Ah, e isto é pra você.Max me entrega uma linda rosa vermelha.
Provavelmente deve ter roubado de algum florista.
Aceito a rosa.
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TREINADA PARA LUTAR
Science FictionAmy Young é uma jovem de dezessete anos que vivia na pequena cidade Loudenberg até ser obrigada a fugir com suas irmãs, uma vez que o mundo se tornou um grande campo de batalha. Porém, como em toda guerra mundial, houve uma queda no número de soldad...