Maite: Alfonso, o que faz aqui? – ela os olhava confusa e temerosa.
Alfonso: Oi. Eu vim...
Anahí: Ele veio tirar algumas dúvidas sobre a universidade – respondeu de imediato, desfazendo a fala dele.
Maite: Não sabia que estudavam juntos.
Anahí: E não estudamos, por isso, eu já disse a ele que não posso ajudar. E você, onde estava uma hora dessas? - indagou desviando o assunto.Maite: Decidi acompanhar Dulce até o aeroporto, e acabei parando para visitar umas amigas.
Alfonso: Me desculpe por estar na sua casa a essa hora.
Anahí: Não precisa se desculpar. Não tem nada demais nisso.
Maite sorriu, um pouco sem jeito, para o rapaz. Como que se pedisse desculpas pelo comportamento grosseiro de Anahí.
Improvisando um sinal de aguardo a Alfonso, a anja pegou na mão da irmã e a puxou para um canto da sala, próximo a uma estante rústica. Distante.
Maite: O que ele faz aqui? Está maluca!
Anahí: Eu já disse por que veio.
Maite: Não pensa que eu acreditei nisso, não é? Sabe o risco dessa situação!
Anahí: Se está preocupada com a vida dele, não precisa, como vê, ainda está vivo. Agora pare de me atazanar - Anahí deu as costas para a irmã que permaneceu parada, até retomar o movimento e fingir um sorriso agradável. Nada poderia sair dos eixos.
Anahí regressou para perto de Alfonso e espontaneamente os dois se fitaram mais uma vez, fixos. Ela estava aborrecida, mas não podia desconhecer a forte atração que tinha por ele. Balançando a cabeça para se 'acordar' do transe ela voltou a notar a presença de Maite, que ainda estava no mesmo local, entre os dois.
Anahí: Vai ficar aí, parada? - perguntou cruzando os braços e elevando a sobrancelha em negação.
Maite: Não. Tenho que ir e ver umas coisas. Com licença - Maite subiu as escadas pausadamente, pensando no risco que aquela situação representava. Então pausou no meio do percurso e chamou: - Alfonso.
Ele que estava distraído admirando Anahí de costas, voltou seu olhar para ela.
Maite: Mande um oi para o William, por mim. Por favor.
Alfonso: Claro. Mando sim.
Maite: Obrigada. Boa noite - ela encarava Anahí, se certificando se havia alguma alteração no seu comportamento, mas ela apenas evidenciava sangue-frio.
Logo a anja desapareceu nas escadarias deixando o casal a sós novamente. Descruzando os braços, ela se preparou para voltar a atenção para Alfonso. E como em sincronia ele a aguardava.
Anahí: Já pode ir.
Alfonso: Vai mesmo ignorar minha ajuda?
Anahí: Quer mesmo me ajudar?
Alfonso: Muito.
Anahí: Então prometa que não dirá a ninguém como eu e minhas irmãs somos. Isso sim, será uma grande ajuda. Elas não merecem ter suas vidas destruídas por minha causa.
Alfonso: Quanto a isso não se preocupe, não direi nada a ninguém. Só acho que uma hora ou outra, Maite terá que ser sincera com William.
Anahí: Isso é assunto deles, não me interessa.
Alfonso pisou devagar até Anahí, admitindo o lugar de caçador. Mesmo sem perceber, ela sabia os movimentos que ele fazia somente pelo cheiro e o calor que se aproximavam cada vez mais. Ele pôs uma das mãos sobre o ombro dela, acarinhando aquele local com o polegar.
Alguém vibrou em secreto.
Alfonso: O nosso beijo não significou nada pra você?
Anahí inspirou densamente, virando-se de costas. Aquela pergunta machucava, ainda mais sabendo ela, qual necessitava ser a sua resposta.
Anahí: Não - falou dura.
Alfonso: Eu sei que é mentira. Eu senti você – repeliu em negação.
Anahí: Têm uma coisa que você não sabe - arranjando forças para virar e olhá-lo nos olhos de forma fria ela continuou- Você fantasiou tudo. Eu não tenho emoções por humanos. A única coisa que sinto é vontade de caçar, sugar e matá-los. Você é só mais um, por isso, vá embora antes que eu deixe as minhas estimas de lado - As lágrimas dos olhos dele queriam saltar.
Alfonso: Isso não é verdade - a voz saiu falha.
Anahí desfrutou da sua aparência misteriosa e má, para transmitir verdade e temor naquelas falsas palavras. Foi como uma teste de pavor.
Anahí: Sabe a noite em que você foi assaltado? - Alfonso apertou os olhos confuso. Ele não recordava de ter dito a ela sobre o assalto - Eu estava lá, vi tudo. Vi a hora que o bandido te deu um golpe.
Alfonso: O que está dizendo?
Anahí: Estou dizendo que eu ia te matar, sem clemência – ele entorpeceu a vista para ouvi-la melhor - Só que minha irmã Dulce chegou antes que eu fizesse, me impedindo.
Alfonso apenas a observou por vários segundos. Sem falar uma só palavra. Elas lhe faltavam na boca. Anahí permaneceu indiferente. Baixando a cabeça, desconjurando a si mesmo por sentir algo por ela, ele se repudiou. Aquela mulher. Sua vontade era de se esmurrar, gritar, fazer com que dissesse que era mentira. Mas decidiu desistir. Mantendo-se de posição ereta ele se virou, caminhou alguns metros e foi embora, em silêncio.
Um silêncio funesto.A porta foi puxada com força, fazendo Anahí tremer em reflexo. As lágrimas da vampira ardiam como fogo que abrasavam em seu rosto conforme fluíam. Maite como se previsse, desceu às pressas, assustada pelo bater da porta. Quando viu Anahí parada sozinha e de pé, ela se aproximou da irmã.
Maite: O que aconteceu? Que barulho foi esse?
Anahí: Não foi nada! - disse quase aos gritos, correndo em seguida para seu quarto.
Maite não havia entendido muito. Aquela situação era estranha. Sabia que alguém havia batido a porta, e só podia ser Alfonso ao sair. Algumas dúvidas surgiram na mente da anja, que não podia aceitar o que estava pensando.
"Ele é bonito, mas Annie não faria isso. Faria?".
Ela não queria acreditarque era possível mais uma maldição na família.
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Supernatural Love (Em Revisão)
Random*Fanfic de traumas diversos (Concluída) Durante uma noite chuvosa, Nora, uma humana gentil e de coração nobre encontra três bebês abandonados a deriva em um riacho, no que parecia uma jangada. Dulce, Anahí e Maite, já em idade adulta, e consideran...