Deixe-me

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Anahí saiu e sentou na escadaria logo na saída da porta da suíte em que estava. Ela mal conseguia se mover alguns metros a mais. Sua mente viajava buscando desculpas para o ato de Edward. Ele havia dito ser por ciúmes...

Será que meu olhar é tão nítido? Como é esse olhar?

Era o olhar que ele não tinha dela, talvez nunca o tivesse. Ela amava Alfonso mesmo contra sua vontade. Seus olhos azuis se perderam na escuridão da noite estrelada. O peso das mãos quentes do único homem que ela podia imaginar surgir ali forçou seu ombro esquerdo assim que ele se sentou ao seu lado.

Edward: Me desculpe.

Anahí: Não é tão simples... – ela se virou para encarar o namorado – Desculpas não resolve o seu problema.

Edward: Prometo que vou desfazer o que fiz– ele não a olhava, sua vista focava o horizonte – Fui muito impulsivo ao fazer aquilo.

Anahí: Seu ciúme foi ao extremo Edward. – ela se ergueu ajustando o vestido amarrotado pelo seu sentar – Acho melhor ficarmos separados por um tempo até as coisas se esclarecerem melhor entre nós.

Edward: Esclarecer o que? - ele a imitou ficando na sua frente – Eu preciso de você perto de mim.

Anahí: Esse é o problema... – a mão dela foi até seu olho direito, limpando a lágrima que estava prestes a escorrer por lá - Eu não sei se preciso de você como você de mim. – o olhar atônico de Edward fez ambos ficarem em silêncio apenas se mirando por segundos "infinitos".

Edward: Não pode fazer isso comigo Anahí, não agora.

Anahí: Já estou fazendo – a lágrima insistente se pôs a derramar, fazendo-a correr o mais rápido que podia para se livrar da presença daquele homem por quem ela não sabia o que sentir, ou ao menos definir.

Seus passos acelerados foram em direção a sua casa, não em Kalypto, e sim na sua real casa. Pluckley.

~~~

Dulce já estava comemorando ao lado de todos que restaram no salão. Ela sabia que Anahí talvez não voltasse. A cada dia sentia a irmã mais distante e vazia. William a presenteou com uma bela garrafa de vinho francês suave. Ela adora bebidas do gênero o que fez seu sorriso se estampar. A fada teve que se afastar para pegar alguns itens que tinha deixado no camarim onde havia se arrumado. Ainda de costas, ela buscava por sua pilha de partituras quando o som da porta se fechar seguido da chave travando-a a fez olhar rapidamente para trás, pelo susto.

Christopher estampava um sorriso glorioso, ainda apoiado na parede ao lado da entrada.

Dulce: Você me assustou! Porque entrou dessa maneira?

Christopher: Apenas gostaria de parabenizar minha namorada pelo seu belo desempenho esta noite. – Com uma das sobrancelhas erguidas ela o fitou indiferente.

Dulce: Quem disse que sou sua namorada? Não me lembro de nada sobre esse assunto.

A pressa dos passos logo colocou Christopher a centímetros de Dulce, que agora, já controlava sua respiração.

Christopher: É simples de resolver... Quer namorar comigo Dulce? – os olhos da fada se arregalaram em surpresa. Ela não sabia o que dizer. Sim, não? Logo a lembrança de sua tia alertando-a para se afastar dele roubou sua concentração.

Dulce: Não sei se isso está certo ou deva acontecer.

Christopher: O que te impede?

Dulce: Existem coisas que vão além de mim ou de você. Minha vida não tem nada de simples Christopher, ficar comigo te traria problemas e... – com as duas mãos segurando o rosto dela, ele a rendeu .

Christopher: Deixe o futuro para depois. Viva o agora... Comigo. – de olhares cruzados eles se enlaçaram num beijo deixando Dulce sem sentidos.

"Outra hora penso nas consequências" refletiu enquanto era beijada.

Supernatural Love (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora