Capítulos 10 e 11

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O som da campainha fez Alfonso se acordar. olhando para o relógio ao lado da poltrona, percebeu que já passava das 6 da manhã. Cadê as pessoas desta casa? A pergunta já tinha resposta. Todos haviam saído antes do sol se pôr, para resolver algumas coisas pendentes na capital.
Suas costas estalaram durante o espreguiçar.
Ele acabou caindo no sono, tarde, exausto por ter velando a filha durante a maior parte da noite.

Pondo as sandálias nos pés, andou lentamente arrastando-se até o berço. Checou Stella, e ao se certificar de que tudo estava bem, caminhou para a entrada da casa.
- "Pode ser o leiteiro" deduziu ele.

Limpando o que pôde do rosto, Alfonso girou a maçaneta e sentiu a hora que suas pernas balançaram como duas árvores prestes a serem derrubadas.
Anahí estava na sua porta.
Seus cabelos, corpo e pés estavam todos marcados pelo cheiro forte daquele sangue escuro, sugerindo a ele que não seria recente.

A mulher se jogou de joelhos no chão, como se pedisse clemência.
Os olhos que jorravam lágrimas, clamavam por ajuda, resgate. Sem saber como agir ele apenas olhou para a companheira antes de tentar juntá-la. Anahí segurou-se nele e sujou as mãos do homem com a suas.

Alfonso não se importou, a única coisa que parecia fazer sentido ali era de que a ex vampira precisava de suporte.Depois de levá-la para dentro, o primeiro destino foi a banheira do seu quarto. Anahí estava afundada na água vermelha, sendo esfregada por ele sem dizer uma só palavra. Ela apenas chorava. Alfonso não a questionou a princípio, decidiu esperar que o estado de choque passasse antes de iniciar as interrogações.
Trocando de água, ele percebeu que a imagem de serial killer dela começava a sumir.
A toalha foi posta sobre Anahí enquanto ele a conduzia até a cama.

Depois de quase duas horas de silêncio, Alfonso resolveu quebrá-lo.


Alfonso: Anahí...

Anahí: Eu o matei.

Os olhos dele se abriram, fixos nela, que falava olhando para o lado oposto.

Alfonso: Matou?

Anahí: Não me faça perguntas. Não peça detalhes. Apenas me abraça.

Ela se agarrou nele, pondo sua cabeça úmida sobre o peito do homem a sua frente. Alfonso queria odiar ouvir aquilo, mas não podia. De certa forma ouvir e imaginar que Edward estaria morto o tranquilizou.

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Capítulo 11

Um mês depois...


No jardim da casa, a cena rotineira se repetia mais uma vez. Anahí rodopiava com Stella nos braços, sorrindo como uma tola mulher fútil. Alfonso gargalhava com a travessura da mulher enquanto dobrava as pernas para acomodar-se no banco longo de madeira.Eles estavam sorridentes e felizes.A Mercedes vermelha reluzia cada vez mais enquanto se aproximava deles. Quando o carro estacionou próximo ao casal, Anahí parou o que fazia e descansou com a filha, que ainda balbuciava risadas descontraídas.Dulce Maria desceu, revelando uma discreta barriga por debaixo do vestido azul. Ela completava 4 meses naquele exato dia. Ver como a fada estava prestes a realizar seu maior sonho deixava a ex vampira satisfeita.

Dulce: Como estão? - o cumprimento veio junto de um abraço afetuoso na irmã.

Alfonso: Eu apenas observo as duas mulheres da minha vida.

Anahí: Galante - de longe ela lhe lançou um beijo atrevido de forma divertida, em resposta ele sorriu com o nariz - Os sinais já estão visíveis.

Christopher: Não se preocupe com sinais Anahí, o pior são os desejos!

Ela não viu a hora que o cunhado havia descido do carro, por isso levou um leve susto instantâneo.

Alfonso: Meus pêsames meu irmão.

Agarrando a cintura da ruiva o marido a apertou com força de forma carinhosa.

Christopher: Mesmo assim eu adoro cada pedido que ela me faz. - Dulce sorriu com todos os dentes a amostra.

Dulce: Acho muito bom, mas a minha vinda tem um outro motivo. Amanhã será o aniversário de Maite e como sempre pretendo dar um jantar.

A ex vampira preferia não lembrar aquela data, muito menos recordar daquela morte. segurando a tristeza, que também estava presente no rosto da fada enquanto falava, Anahí deu a filha para Alfonso e fez questão de ir até Dulce. De frente as duas se olharam e seguraram suas mãos. Ela encarou a irmã por longos segundos, quando de repente sentiu a necessidade de tocar a barriga dela. Dulce apenas recebeu o toque, calada.

Anahí: Eu te amo.

Surpresa a fada apertou os olhos.

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No dia seguinte, os preparativos estavam a mil. Todos os detalhes do jantar estavam sob supervisão de Dulce e seus caprichos. Anahí estava na organização a decoração, recortando várias fotos da anja, pondo-as em cartolinas brancas, decoradas. As colagens estavam incrivelmente organizadas. A cada foto ela sorria emocionada pelas recordações alegres que a invadiam. Natal, ação de graças, aniversários, ano novo.

Todas eram lindamente carregadas de saudade. Entre elas Anahí encontrou algumas em que todas abraçavam Nora.

Aquilo era como um resgate de memórias. Orgulhosa do trabalho que tinha feito a mulher sorriu para cada painel e se sentiu completa.

Terminado de colar as cartolinas na parede ao redor da sala de jantar a morena subiu e foi se trocar para aquela noite. A roupa era simples. Um vestido vermelho, justo e de mangas longas. Na costa tinha um leve decote em V que dava todo o charme. O cabelo estava solto e a maquiagem era nude, quase natural. A mulher se envolveu num roupão para preservar a sua produção antes de se sentar na beirada da cama e começar a ler um trecho do livro de romance que havia se dedicado nos últimos dias. "Porque me aprontei tão cedo?" Questionou-se revoltada.Sem notar Anahí adormeceu de cansaço num piscar de olhos.


[......]

O jardim que andava não lhe era estranho. Ela já tinha passado por aquele lugar antes, em algum momento. Mas qual?  Puxando na memória as questões vinham com seus passos cautelosos. As tulipas eram mais bem vivas que as comuns. No fundo ela sabia que estava num sonho bom, porém quando um feixe de luz forte tapou sua visão, Anahí protegeu o rosto com as mãos percebendo que alguém saia por trás da luz.Ela tentou ver quem era, mas não foi possível, a iluminação era muito intensa. Para o seu alívio, a intensidade diminuiu e lhe foi revelado a face da presença gloriosa.

Supernatural Love (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora