Passado sombrio

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Eles foram ate os ‘bosques que gritam’ a procura de algumas presas. Caçar juntos como faziam sempre...
*
Dessa vez foi um senhor de idade avançada que estava na minha frente. Edward Já o havia hipnotizado, somente aguardava meu sugar. Eu o olhei antes de iniciar. Vi que uma lágrima escorreu do seu olho direito e aquilo me fez pausar, pondo a mão no rosto.
*

Edward: O que aconteceu? Porque não se alimentou?
Anahí: Esse homem pode sentir. Ele lagrimou.
Edward: Isso são vestígios de antes de eu hipnotiza-lo. Fique calma... Se não quer, eu o liberto - assentiu, porque era isso que ela realmente queria. Ele o libertou e o senhor saiu correndo as pressas.

A vampira de sentou na beira do riacho, enterrando por alguns segundos o rosto, enquanto abraçava os joelhos. Lembrou-se da noite em que quase matou Alfonso “se for fazer algo, faça de uma vez!” era o que ele havia dito. Não temia a ela. Edward se sentou ao seu lado olhando para o céu.

Anahí: E se nós dois não dermos certo, como vou caçar sem você hipnotizar as vítimas para impedir meu sentimento de culpa?
Edward: Não vamos terminar – ele se virou para olhá-la, pondo uma das mãos sobre o braço de Anahí.
Anahí: Como tem tanta certeza? Ainda estamos nos conhecendo...
Edward: Temos um pacto Anahí, não adianta, ele sempre vai nos unir, nem que isso demore anos de novo.
Anahí: Eu não fiz esse pacto Edward – retrucou - fizeram sem saber o que eu sentia ou o que eu pensava. Eu era um bebê, mas hoje sou uma mulher – ele a fitou tentando compreender o motivo daquela conversa.
Edward: Se arrepende de estar comigo esses meses Anahí? Porque se for verdade, eu não posso acreditar que fingiu sentimentos entre nós.
Anahí: Eu já disse que sinto coisas inexplicáveis por você. Mas isso não é comprovação de uma eternidade juntos. Porque somos imortais!
Edward: Prefere ficar com aquele tal de Alfonso? Ele simplesmente vai morrer de velhice e você vai continuar sozinha. – Anahí o olhou incrédula da reação que Edward lhe acabara de demonstrar.
Anahí: Em qual minuto citei Alfonso na conversa? - Ela se levantou indignada virando para ir embora, mas antes que ela o fizesse ele a seguiu segurando-a.
Edward: Perdoe meu surto... Eu apenas senti ciúmes.
Anahí: Ciúmes? Pois guarde seus ciúmes somente pra você.
Edward: Já pedi desculpa Anahí. Esse pacto também mexeu com a minha vida, eu sempre esperei te reencontrar, mesmo sabendo que podia já ter uma vida diferente.
Anahí: Mas eu tenho uma vida bem diferente. É só que às vezes parece que você quer me tornar dependente de você e da sua presença.

Edward: Se pensa assim, tudo bem. Eu apenas queria te ajudar nesse processo de transição, que eu seu o quanto é difícil, porque eu também passei por ele. E no meu caso, acabei matando muitas pessoas, destruí várias , acabei com vilas inteiras. Me tornei um aniquilador – Anahí o olhou apavorada pelas palavras que ele acabara de dizer. Ela sentiu vontade de chorar por tanto horror em imaginar o que devia ter passado na vida daquele ser atordoado e o pior era ver a angústia e a tristeza estampadas no rosto dele – Isso me impede de dormir tranquilo até hoje... Não queria que acontecesse o mesmo a você.

A vampira não disse mais nada. Apenas se agarrou a ele, lhe dando um  curto abraço reconfortante. Desta vez foi Anahí que decidiu dar iniciativa do beijo. Pensando que somente dessa forma, aquele assunto seria esquecido.

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