Sei que existe um coração

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Eles não se largavam. Os beijos eram seguidos de risadas e gracejos da parte de William.

Maite: Me deixe entrar!

William: Tudo bem. Vou deixar você dormir. Amanhã nos veremos de novo – soltando o ar pela guerra vencida, Maite lhe deu o último beijo de despedida e ele então se foi.

Colocando os sapatos nas mãos ela se moveu até a cozinha para beber um pouco de água antes de subir definitivamente para se deitar. Quando estava prestes de chegar à porta, a anja ouviu alguns barulhos que vinham do quarto de Anahí. Em passos leves, ela se aproximou cada vez mais, girando a maçaneta, até deixar uma fresta que possibilitava sua visão do quarto. Assim que avistou a irmã largada ao chão, Maite se despertou empurrando a porta sem cerimônia ou cuidado. Em instantes ela já estava ao lado da vampira.


Maite: Anahí! O que aconteceu?

A vampira não respondeu apenas se agarrou nela aos soluços incessantes. Como reação Maite a abraçou de volta, demonstrando suporte. Mesmo com a tensão a anja não podia deixar de se surpreender com cena em que se encontrava. Ela nunca vira Anahí naquele estado e muito menos se agarrando a ela daquela forma. Annie sempre foi a mais reservada e obscura de todas as três. Seus segredos e sentimentos eram isentos de todos.

Anahí: Eu não sei o que fazer Maite. Não sei. – sua voz era de difícil compressão, pela falta de ar e pela fraqueza que demonstrava.

Maite: Quando não sabemos o que fazer só existe uma resposta... Deus Annie – Anahí ergueu a cabeça olhando profundamente para a irmã. Maite pôde perceber, assim, como as pupilas dela estavam dilatadas e seus olhos inchados.

Anahí: Deus? – Anahí se levantou, limpando o excesso do rosto – Ele não pode me ouvir. Olhe para mim... Sou um ser das trevas, do mal, um demônio.

Maite: O único que vejo é um ser atordoado e inseguro – mesmo com toda a postura Anahí não disfarçou a surpresa pelas palavras da anja – Você tem tudo para ser feliz e Deus, sim, ele pode te ouvir sempre e em todos os lugares. Nosso pai nunca vira as costas para nenhum filho, por mais complicado e diferente que ele seja. Aos seus olhos somos todos iguais.

As forças que ela tentou estabelecer desapareceram com tudo o que Maite acabara de dizer. "Eu quero estar em paz" A paz transmitida pela anja. Seus joelhos flexionaram o bastante para deixa-la cair ao chão outra vez. Maite fez o mesmo, ficou ao nível da irmã, com os olhos cheios de lágrimas em ver o tamanho dor que Anahí carregava. Ela apoiou as duas mãos em seus ombros, prestes a dizer mais algumas coisas apesar de receber a reclusa da irmã.

Maite: Olhe para mim. – relutante ela olhou – Seja qual for o seu problema, reflita. Um dia desses, se sente, relaxe e esvazie a mente para refletir sobre tudo o que está acontecendo na sua vida. Só assim vai encontrar uma solução. As respostas sempre estão dentro de nós mesmos minha irmã.

O beijo suave sobre sua testa selou o fim da conversa entre as duas. Anahí não podia imaginar o quão bem lhe fez conversar com Maite. A anja se afastou juntando os sapatos e fechando a porta do quarto. Deixando-a sozinha a pensar durante toda a noite. A vampira buscava o sentido em tudo o que havia escutado.

De olhos fechados ela sentiu as mãos de Alfonso massagear seu rosto. Até o sabor do seu beijo era possível de sentir, aquilo fez a vampira ir às nuvens... Num sonho perfeito. O sonho que calou seu choro e toda a sua agonia.

Supernatural Love (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora