Durma "nada" bem

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{Quarta - feira / 9:26 }

Dulce Maria estava muito confusa contudo o que tinha descoberto na casa da tia. Naquele momento ela permanecia concentrada lendo um livro que a mulher a havia mandado ler. Era específico sobre a sua condição paranormal e de suas irmãs. Nas páginas eram citados fatos sobre mudanças fisiológicas, poderes, comportamentos, enfim, tudo o antes parecia incógnito.

Lucy: Pegue minha querida, esse é um chá que ajuda a acalmar as energias - falou adentrando a biblioteca.

Dulce: Obrigado, tia - ela se apoiou na cadeira e saboreou o chá. Tinha o mesmo gosto da bebida que sua mão costumava fazer - Este sabor é tão bom e familiar.

Lucy: Que bom que gostou! É uma receita de família — explicou, orgulhosa.

Dulce: Minha mãe fazia a igual.

Ambas se entreolharam dividindo a saudade que sentiam de Nora. Mas para Lucy, algo a mais lhe preocupava.

Lucy: Preciso dizer uma coisa importante... – a fada a encarou curiosa enquanto dava outro gole na bebida quente.

Dulce: Sobre?

Lucy: Maria, não se envolva com esse rapaz que atualmente te interessa.

Dulce disfarçou o olhar, não compreendendo completamente sobre o que ela falava.

Dulce: Que rapaz, tia? — questionou pondo a xícara sobre uma mesa que havia ao seu lado.

A bebida mal pôde descer por sua garganta.

Lucy: Não contei nada antes por que você já soube coisas demais, mas, eu posso ver além dos outros. Prevejo o que ainda vai acontecer... por isso sei que você vai se machucar.

Dulce: Não tenho nada com ninguém, pode ficar tranquila.

Lucy: Fiz a minha parte de lhe dar o aviso. Mesmo assim, o destino somos nós que traçamos através das nossas escolhas, Maria.

Dulce se relembrou de quem ela poderia estar falando. "Christopher" só podia ser ele. Nada ainda parecia fazer sentido, porém sua tia aparentava uma preocupação visível.

Ela ficou com os pensamentos distantes por algum tempo, até vir mais uma questão a sua mente. Em uma das discursões com Maite a anja a fez pensar sobre o assunto que menos lhe interessava, mas que agora parecia ser apropriado falar.

Dulce: Tia, você pode ver quem são nossos verdadeiros pais? De onde realmente viemos? - Lucy se ergueu de imediato, olhando Dulce com dureza.

O assunto não pareceu tão agradável.

Lucy: Eu sei quem são.

Dulce: Sabe? – repetiu incrédula. Nem mesmo ela imaginava que a reposta seria rápida- Então minha mãe também sabia?

Lucy: Não é o momento para você entender esse assunto.

Dulce: Como não?! Nunca soubemos nada a respeito.

A mulher se aproximou o máximo que pôde, para tentar passar confiança a sobrinha. Dulce não estava tranquila, mas Lucy sim. Foi quase instantânea a sua mudança de comportamento. Agora já bem mais calma, com sua mão aconchegante, segurou o rosto dela. Afetuosamente.

Lucy: Tenha paciência. Tudo será resolvido e esclarecido na hora certa - a voz dela era tranquilizadora, tanto que acabou consolando-a

Dulce: Me sinto tão sobrecarregada, tia. Minhas irmãs precisam de mim, especialmente Anahí. Ela está em um momento muito difícil e eu sei que sofre. Annie se fechou para todos.

As lágrimas de desespero de Dulce foram aparadas por Lucy. Ela pegou a sobrinha pelo ombro e a fez senta-se novamente.

Lucy: Você e suas irmãs são abençoadas, meu amor. Nora era ótima, soube cria-las bem. Tenha fé - bastou isso para Dulce esquecer o assunto.

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Já era noite e a fada tentava dormir, mas a sua mente não conseguia sossegar as emoções. Seu corpo se mexia de um lado ao. O sono não foi nada agradável, muito menos, quando o susto repentino a fez se levantar com os batimentos acelerados.

— Que som é esse? — pensou.

Os gritos que vinham do quarto de Lucy eram altos e incessantes. Ela observou o relógio na parede para se situar. Os ponteiros marcavam quase duas horas da manhã. Angustiada se pôs de pé e correu até o local de onde vinham os gritos.

Assim que empurrou a porta, percebeu que Lucy ainda dormia, debatendo-se aos prantos, e de olhos fechados.

Dulce segurou seus braços e começou a chama-la

Dulce: Tia acorde! Acorde!

Depois de alguns segundos ela abriu os olhos, assombrada e coberta por suor. O olhar de Lucy não parecia agradável. Ela segurou os braços de Dulce com força, em choque. A fada se assustou ainda mais com aquilo.

Lucy: Você precisa voltar! Urgente! Anahí... Anahí...

Dulce: Se acalme! O que houve com Annie?

Lucy: Ela fez... Fez! - mal se podia ouvir ou entendê-la. Lucy chorava sem cessar.

Dulce: Está me assustando tia, o que ela fez? Do que está falando?

Lucy: Anahí descumpriu a promessa! Agora está tudo acabado! Tempos de tormenta virão!

—Do que ela falava? Tudo estava confuso. A imagem da tia desmoronando a sua frente a paralisou. — Eu não sei o que fazer!

Supernatural Love (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora