Pensamentos e um jardim

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[...]


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"Meu corpo era leve como a pena do mais nobre ganso. Sentia-me limpa, livre de todos os males da vida, o único que tive como iniciativa foi me sentar no campo de tulipas onde caminhava. A imagem de um homem loiro vestido de branco se aproximando de mim não me deixou com medo, pelo contrário, fiquei como estava, o esperando chegar cada vez mais perto. Quando me vi de uma vez por todas ao seu lado, ele se sentou comigo, ainda calado".



- Precisa voltar Anahí - sua voz fez meus olhos se fecharem como anestesia.


- Voltar? - perguntei.


- Mas antes de ir, têm que ter sua última recordação. - nem tive tempo de questionar, ele pôs sua mão na minha testa e eu não vi mais nada.




{...}



"Alfonso estava triste, sua raiva misturada a derrota e frustação por não tê-la em seus braços o consumia. A aula de francês não era agradável pela primeira vez. Edward agarrava Anahí com possessividade, e o encarava para certificá-lo a quem ela pertencia..."


"mesmo a dor estando presente no seu corpo ele não podia se controlar. Á queria em seus braços para sempre, a possuindo daquela forma arrebatadora. Aquela vampira podia até pensar que eu fosse a presa, pelo contrário, ela que era. Ele queria come-la viva se pudesse. Arrancar cada um dos seus suspiros e gemidos por todo o sempre".



{...}


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"Eu era uma sombra... Presente em todos esses momentos, porém, invisível. Era como estar na plateia de uma peça de teatro".



A vampira viu. Viu todas aquelas recordações invadirem seu subconsciente.




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Maite deu um grito alto e abafado, não de desespero, mas sim de esforço. A luz do lugar invadiu todas as janelas e portas, quebrando os vidros e maçanetas, até o tremor cessar.


A luz se apagou e a anja caiu sobre o chão, vagarosamente como uma folha.


Dulce correu para o seu lado apoiando a irmã nos braços. Maite abriu os olhos, suavemente, esperando o resto do eu fim chegar. Sorrindo, como se estivesse feliz, ela os fechou por completo.


Dulce lagrimou pela escolha, pela injustiça. A anja se converteu em pura luz e seu corpo foi decomposto em segundos deixando os restos de penas brancas sobre o chão, que desapareceram instantaneamente perante os olhos confusos e sofridos dos dois.


A fada não entendia nada. Maite era um ser especial, ela era recoberta de aura e espírito, por isso não podia ficar em matéria sobre a terra.


Já Alfonso não tinha ar ou fôlego. Tudo aquilo foi estranho e ele não conseguia entender.


Dulce ainda estava de joelhos, olhando o lugar onde Maite havia sumido, até que ele se aproximou e ficou como ao seu lado.



Alfonso: Para onde ela foi? Não entendo?



Dulce: Se foi - Dulce soltou um pequeno sorriso conformado. Ele não perguntou, mas no fundo havia entendido bem.



Seus olhares foram tomados pelo som da vampira grunhindo, despertando do que para todos tinha sido um pesadelo. Alfonso petrificou. Sem movimentos. Ele não podia crer no que seus olhos lhe mostravam. Era Anahí, e ela se movimentava com vida 'Não podia ser' pensou ele. Impossível? Tudo para aquelas irmãs era possível, ele agora acreditava mais ainda nisso.



Dulce: Anahí? - a fada perguntou indo para perto dela agarrando seu rosto como que em descrença.



Anahí: O que está acontecendo? - a voz falha e cansada dela se assemelhava a de uma pessoas ao despertar.



Dulce não respondeu, apenas se agarrou a irmã em recepção. A sua agonia e desespero se converteram em esperança. Maite parecia tê-la feito aceitar a situação de uma forma abençoada. Sua alma estava tranquila.

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