Epílogo

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Meses mais tarde...

A Vida em Pluckley parecia mais tranquila. Dulce e eu continuamos as nossas aulas e dissemos a todos os conhecidos, que Maite havia feito uma viajem a outro país para concluir seus estudos. Seguir sem ela era difícil para as duas, mas com o tempo Dulce me convenceu de que ela foi embora feliz. William nunca deixou de frequentar a nossa casa e sempre trocávamos recordações e situações engraçadas. Ele vivia um dia de cada vez e a superação parecia estar longe, porém, não faltavam esperanças. Ele havia revelado que por várias vezes sonhava com ela, num belo lugar, andando ambos de mãos dadas e Maite sempre lhe pedia a mesma coisa "pode seguir, porque eu estou muito bem" Não duvidei de ser realmente ela que invocasse aqueles sonhos. Maite sempre seria a anja que nos rondeava transmitindo paz e tranquilidade. A propósito, antes de ir ela me deu o maior dos presentes. Ao me ressuscitar, gradativamente fui voltando a minha forma humana, o que era incrível. Não conversei com Alfonso depois daquilo, já que mesmo após saber disso, resolvi deixá-lo ser feliz. Edward e Liriu nunca mais haviam voltado a aparecer, mesmo assim minha mãe, Aysla, sempre se encarregava de fazer novas buscas a cada semana. Sim, eu e ela já estávamos nos dando bem, mesmo com a minha nova condição meus pais me aceitavam e me protegiam. A princípio senti medo, já hoje não sinto mais.
Eu estava sentada no sofá, tentando ler algo quando Dulce se aproximou sentando-se ao meu lado.

Dulce: Atrapalhei?

Anahí: Não - disse fechando as páginas e utilizando o marcador para não se perder na leitura.

Dulce: Vim te fazer um pedido - hesitando por uns segundos, ela falou - Quero que vá agora até a casa de Alfonso e se acertem - Anahí por um segundo perdeu o fio de voz.

Anahí: Porque isso agora?

Dulce: Porque ele vai embora hoje de tarde, e não gosto de vê-los distante. Até porque, vocês se amam Anahí e nada mais impede isso. Você é humana agora. Quando vai esquecer esse medo? - ela não respondeu, apenas chorou com aquelas palavras.

Anahí: Acho que tenho que sair... Resolver alguns assuntos - Dulce se levantou com o maior sorriso que podia ter, abraçando a irmã que lhe retribuiu - Obrigada por me avisar.

Dulce: Vá ser feliz - disse, antes de a menina correr as pressas até a garagem para pegar seu carro. Neste instante, ela sentiu falta do poder de correr veloz.

Christopher entrou, sendo esbarrado por Anahí que se desculpou rápido continuando o trajeto aos passos largos.

Christopher: Ela vai atrás dele? - perguntou ciente.

Dulce: Graças! Estava na hora.

Christopher: E você... Quando vai parar de me enrolar e se casar comigo?- perguntou agarrando sua cintura, com um belo sorriso provocador.

Dulce: Casar? - suspirou ela, sem respostas - Está falando sério?

Christopher: Mais sério impossível - ela o beijou, nem precisando responder o obvio "sim".

Lucy, Sua tia, entrou sem cerimonias interrompendo os dois com um sorriso satisfeito.

Lucy: Quer dizer que vão casar?

Dulce: Pois é tia. Aliás, pode vir comigo um minuto? - perguntou se soltando de Christopher e se aproximando da mulher. Ambas foram para o canto do quarto, e ela então, sussurrou sua dúvida - Sobre o que você me disse da vez passada. Vou sofrer após meu casamento? - a mulher sorriu aliviada por a pergunta ser simples.

Lucy: Deus nos dá o caminho e nós fazemos o nosso destino, e isso não significa... - disse já em tom alto, indo para próximo do rapaz - Que não podemos mudá-lo. Ele mudou o destino de vocês dois. Até porque, antes esse aqui era um safadinho de meia tigela! - brigou dando algumas tapas no ombro dele, que se protegeu sorrindo.

Christopher: Ai! Tia eu mudei. Não precisa me bater - Dulce não segurou as risadas ao ver os dois se debatendo, ela se agarrou nele, o beijando em proteção.

Era uma bela cena.

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Alfonso estava concentrado arrumando a mala, quando sentiu a porta se abrir, fazendo Anahí surgir na sua frente. Ela estava diferente, tinha mais cor e era rosada. Seus lábios eram vermelhos, naturais, não havia batom. Estava mais linda do que lembrava.

Ele a encarou enquanto ia para mais perto.

Anahí: Às vezes por medo fazemos muitas coisas insensatas... E uma delas, foi o dia que por mais uma vez te deixei ir embora - ela não conteve a emoção segurando a garganta que já ardia. Mas ele permaneceu imóvel - Eu não quero que vá. Não posso mais viver longe de você... - Alfonso se aproximou, deixando a mala de lado. Segurou o rosto dela, e fez a última afirmação

Alfonso: Eu quero que você olhe para mim e veja a pessoa que você sempre conheceu e perceba que o que temos é tão mais incrível do que uma mera e passageira atração física.

Anahí: É amor. Alfonso, eu te amo. - ele encostou sua testa na dela, arrancando um beijo voraz.

Anahí não sentiu mais seu corpo. Como humana, a sensação era forte igual, ela pensava que por ser vampira seus sentimentos eram a mil, e eram, mas em sua nova condição o desejo por ele era o mesmo. Louco. Impossível de conter. Indescritível. Ele a jogou na cama, arrancando sua roupa. Sem pensar por duas vezes. Anahí se entregou por completo. Sentindo cada fio do seu ser sendo invadido por aquele homem por quem ela agradecia estar viva.

" Eu não sou dona da verdade para ditar o que é certo ou errado, mas eu acho que não existe essa de 'perigoso demais' porque todo amor é potencialmente perigoso, não tem jeito. Relacionamentos são difíceis e as chances de você se dar mal são sempre enormes, e nós não temos como escapar disso. Se você não quer sofrer, não se apaixone. Amar dói e exige esforço diário de ambas as partes para que dê certo, mas infelizmente muitas pessoas não encaram isso por três motivos: por terem medo, não ter maturidade suficiente ou simplesmente não quererem de verdade. Todo mundo já sofreu por amor "ou pelo que julgou ser amor, mas no fim das contas era paixão e olhe lá", mas isso não deve ser uma "desculpa" para desistir e perder as esperanças em tentar novamente "com outras pessoas ou com a mesma, por que não?" O amor sempre vale a pena, não importa as consequências. É bobagem não se deixar viver algo tão bonito devido ao medo do que pode vir depois. Por isso, se entregue a vida! Como eu me entreguei ao Alfonso, como a Dulce ao Christopher e a Maite ao William".

End.


Supernatural Love (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora