5° Capítulo

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No começo fiquei um pouco assustada com a reação dele e um pouco surpresa também.
Mas logo comecei a corresponder o beijo, e uma coisa posso dizer o Lucas beija muito bem.

A sensação de ter os lábios do meu melhor amigo nos meus era uma coisa totalmente nova e chegava a ser hilária, afinal eu nunca enxerguei o Lucas dessa forma.
Mesmo ele sendo muito lindo.
E põe lindo nisso, sem contar que ele tinha o corpo totalmente definido por horas na academia que a gente frequentava todo o verão.
Como ele conseguia manter esse corpo durante o resto do ano? Não sei.
E olhe que as sextas-feiras da pizza não contribuíam muito para isso.

Ficamos nos beijando por um tempo, até que a Michelle começou a cutucar a gente enquanto resmungava que queria continuar o jogo.
Nos separamos e pude ver a expressão completamente envergonhada dele.

Lancei para ele um sorriso doce e amarelo enquanto voltava para o meu lugar observando o meu amigo fazer o mesmo.
Olhei para a cara de espanto dos outros e senti a culpa me abater ao olhar para a Nandinha que estava com os olhos repletos de água e com uma expressão completamente triste.
E se eu tinha alguma dúvida de que ela era apaixonada pelo Lucas, agora eu tenho a plena certeza.
Não demorou muito e os olhos de Fernanda se encontraram com os meus.

Droga!

Tratei logo de abaixar a cabeça para desvia-los e rodei a garrafa quebrando aquele silêncio quase suicida.
A garrafa rodou, rodou e rodou.
E por incrível que pareça parou no Igor, que estava com uma expressão mais que indescritível presa no rosto, o que me deixou sem reação para a pergunta que veio a seguir.

-Verdade ou consequência?

-Verdade.- Igor respondeu e eu prossegui com a próxima pergunta.

-Alguma vez você ja se apaixonou Igor?

Sim eu perguntei isso, na verdade essa é uma curiosidade um pouco velha minha da Nanda e da Chell.
Porque todos sempre falam que o Igor não passa de uma pedra fria de mármore.
O que eu totalmente discordo.
O Igor é um amigo maravilhoso, já até perdi as contas das quantidades de vezes em que eu chorei no colo dele e ele soube me confortar como ninguém.

E se uma pessoa tem a capacidade de ser um amigo tão paciente e presente nos momentos da bad, acho que esse amigo tem toda e total capacidade de se apaixonar.
E ate de amar.
Pelo menos é o que eu acho.
Encarei Igor em busca de uma resposta e ele logo se manifestou atraindo olhares surpresos de todos, inclusive o dos meninos.

-Sim, mas foi uma vez só. E eu não quero falar sobre isso, então sem mais perguntas. - respondeu até um pouco grosso.

Mas não dei muita importância, talvez eu tenha enfiado o dedo em alguma ferida aberta dele.

Quem sabe? Talvez.

Depois disso continuamos o jogo por um tempo, mais logo ficou chato e resolvemos todos irmos deitar pois já passava das três da manhã.
E eu ja tinha passado do estágio "Cair de sono" à um bom tempo.
Entrei no meu quarto e literalmente capotei, sem parada para um banho.

No outro dia acordei completamente quebrada, a cabeça doendo e as costas pinicando.
Empurrei os lençóis e fui para o banheiro exercer a minha higiene matinal.
Por fim me vi descendo as escadas com um vestidinho de verão que a minha tia Marília havia me dado de presente no meu aniversário de dezesseis anos.
Cheguei no andar de baixo que estava completamente vazio, provavelmente estavam todos dormindo ainda.
Fiz meu caminho para a cozinha e puxei logo a gaveta de remédios pegando uma aspirina.
Busquei por um copo d'água e tomei o remédio. Depois sentei em um dos bancos que eram ligados a mobília.
Apoiei meus cotovelos no balcão e depositei a cabeça em minhas mãos esperando pelo alívio do remédio reagido em meu organismo.

-Clarie, será que eu posso falar com você? - perguntou uma voz masculina e muito conhecida atrás de mim.

Continua...

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