A República

30° Capítulo

Clarie

Existem momentos na vida, que você simplesmente congela. E não sabe o que fazer. Troco um olhar com o Guto e suspiro, antes de erguer meus olhos já imaginando o que estava por vir. Deixo meus olhos vagarem até a diretora Cassandra que estava para a dois pés da gente, com os braço cruzados e com uma cara nada boa.

-Vocês vão levantar ou querem que eu peça para trazerem logo uma cama?- pergunta sarcástica e rude. Sinceramente essa mulher me dá calafrios.

Saio de cima do Guto, e nos dois levantamos em silêncio sem olhar para ela.

-Até que não seria uma má ideia.- Augusto sussurra me fazendo arregalar os olhos com receio de que a diretora tenha escuta-lo. Mas para a nossa sorte ela pareceu não ouvir, ou fez que não ouviu. Olho para o Guto de soslario e dou uma cotovelada nele o fazendo se calar.

-Então, quem vai dizer quem começou com isso?- pergunta nos olhando de forma rígida.

-Você esta perguntando do...- começo mais o Guto me corta respondendo com um pequeno sorriso nos lábios.

-Depende do ponto de vista, na verdade acredito que nos dois começamos juntos.

Olho para ela esperando uma reação, e ela arregala os olhos demonstrando não estar para muitos amigos.

-Eu não estou falando desse disparate de vocês dois estarem se atracando dentro do colégio.Isso eu resolvo depois.- Diz mexendo nervosamente em suas unhas, perfeitamente pintadas de vermelho. - Eu quero saber qual de vocês começou essa brincadeira idiota de sair colorindo todo o colégio, como se isso aqui fosse um circo.

Parece que a ideia dos idiotas realmente surtiu efeito. A mão dela estava tremendo tanto que ela poderia dar um treco a qualquer momento.

-Não vamos dizer nada.- respondi tirando uma falsa coragem de algum lugar.

-Ahh! Não vão?- resmunga e eu troco um olhar com o Guto. Que balança a cabeça em sinal de negação ao mesmo tempo que eu.- Pois bem,  QUERO OS DOIS AGORA NA MINHA SALA.

Diz o projeto de Malevola, antes de nos dar as costas e sair pisando fundo, rumo ao predio da diretoria.

-Acho que estamos lenhados.- Guto resmunga em meu ouvndo, me fazendo arrepiar um pouco ao sentir o seu alito em minha orelha. Droga de corpo idiota!

-Você acha?- respondo irônica e saio andando atrás da bruxa.

(...)

-Estou esperando?- fala entre dentes demonstrando já estar sem um pingo de paciência.
Já devíamos estar aqui na sala dela a quase um vinte minutos.

-Já dissemos que não vamos falar nada.- Guto diz me olhando e eu concordo com a cabeça

-Eu poderia muito bem chamar os pais dos dois aqui.- fala ríspida e eu sou de ombros.
Duvido que meu pai apareça por aqui

-Não. -Guto diz sério e rápido.

-Porque, não?

-Porque eu já tenho dezoito anos, posso muito bem resolver os meus problemas. Não preciso de papaizinho algum. - ele sério e com um certo rancor na voz. Olho surpresa para ele, porém o mesmo continua olhando para a megera.

-Bom, já que são tão adultos assim. O castigo dos dois será limpar toda a escola. - diz com um sorriso malicioso no rosto.

-O que esta louca?-praticamente gritei e ela me olha furiosa.

-Olha como você fala garota. - responde entredentes. -Não foi fácil sujar? Espero que seja mais fácil ainda limpar.

-Mas não fizemos isso sozinhos? - responde o Guto com uma sobrancelha erguida.

-Eu não perguntei se fizeram ou não. Quando era para dizer, não falaram. Então vão arcar sozinhos.- diz me deixando indignada.- Amanhã mesmo podem vir limpar.