8° Capítulo

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Depois do sermão que o tio Rick deu no Felipe e na Michelle, os dois se desculparam e cada um fez seu caminho para algum canto da casa. Porém o clima chato e estranho ainda estava presente no ar mesmo depois que os animos se acalmaram. Levantei do sofá no qual eu estava deitada na maior preguiça, aproveitei que estavam todos distraídos com suas próprias tarefas e fiz meu caminho para o andar de cima.
Subi as escadas lentamente, parei em frente à porta do quarto da Nanda e bati esperando por uma resposta.
Não demorou muito e uma Nanda com a cara toda amassada, a roupa toda amarrotada e esfregando os olhos veio abrir a porta. Ela abriu os olhos e pude ver uma expressão surpresa em seu rosto ao perceber que era eu.

-O que você quer Clarice?- Perguntou com uma voz rouca pelo sono.

Estranhei o jeito que ela falou o meu nome. Eu nem me lembrava da última vez que ela me chamou de Clarice.

-Er... Eu queria conversar com você. -falei mordiscando o meu lábio inferior.

Ela me olhou apreensiva enquanto apoiava o peso do próprio corpo no parapeito da porta.

-Sobre?

-Você sabe.- respondi e ela me olhou exasperada.

-Olha Clarie, eu não quero falar sobre isso. -ela disse suspirando e eu logo rebati.

-Mas eu quero falar sobre isso Nanda. Eu preciso explicar o que você viu.

-Clarie eu não sou nenhuma criança, eu sei muito bem o que eu vi.-ela disse meio cabisbaixa.
Mesmo que a Nanda tentasse não demonstrar, eu podia sentir o quanto ela estava chateada comigo. Acho que nós duas nunca estivemos em uma situação como a que nos encontramos agora.

-Nanda por favor, me deixa entrar. Eu preciso conversar com você. Você é uma das minhas melhores amigas e não é justo que a nossa amizade sofra por causa de um mal entendido.- Praticamente implorei e pelo olhar da Fernanda isso mexeu com ela. Não que eu achasse que isso era o suficiente para a Nanda se abrir e ter essa conversa comigo. Mas para a minha surpresa ela deu alguns passos para trás liberando a passagem e disse apontando para dentro do quarto:

-Ta, entra.

Entrei no enorme cômodo que tinha uma linda decoração em tons pastéis e sentei em uma poltrona que ficava ao lado da janela.
Eu já me sentia mais do que familiarizada com aquele lugar, então eu meio que não precisava pedir para sentar. Acho que em algum estágio da amizade, você fica tão próximo do seu amigo que você começa a sentir que tudo o que pertence à ele também pertence à você.

-Pode começar. - resmungou a minha amiga enquanto sentava na ponta da cama.

-Bom, eu não sei como começar essa conversa então eu vou ser direta. Eu não tenho nada com o Lucas.-Joguei tudo de uma vez para fora e observei o olhar irônico que a Nanda me lançou.

- Ah claro, percebe-se. Foi justamente por isso que vocês dois estavam aos beijos mais cedo na cozinha.

-Nanda, aquilo foi só um beijo.- Praticamente gritei e uma lágrima escorreu pelo rosto dela me deixando mais nervosa do que eu já me encontrava.

-Talvez para você, não tenha passado de um simples beijo. Mas com ele não foi assim não Clarie.- ela disse balançando a cabeça como se quisesse expulsar alguns pensamentos.

Levantei na mesma hora da poltrona onde eu estava sentada e fui correndo abraça-la. À apertei forte em meus braços e pude sentir a cabeça da minha amiga deslizar e cair no meu ombro.- É tão difícil Clar, saber que eu não tenho ninguém que possa me amar.

-Do que você esta falando Nanda? Você tem a gente lembra? Somos uma família, e sempre seremos. Tá, brigamos o tempo todo. E o nosso tutor é mais atrapalhado que tudo. Más nos amamos, e isso é o que importa.-falei dando um beijo na cabeça dela e sentindo suas lágrimas escorrendo sobre mim.

-Eu sei Clar, e eu amo vocês. Mas eu sinto falta de um outro tipo de amor. E eu sempre achei que o sentimento que eu tenho pelo Lucas poderia me proporcionar isso. Mas não Clar, ele gosta mesmo é de você.

Continua...

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