21° Capítulo

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Guto

Quando chegamos na República já passavam das 4 horas da tarde. Estacionei a moto na garagem e vejo a Clarie pular da moto já me entregando o capacete. Desço e fico observando ela passar as mãos descontroladamente no cabelo com o intuito de desemaranha-lo. Sem muito sucesso. Mal sabe ela que fica linda com o cabelo assim.

-Obrigado por ter me acompanhado ao shopping. -falei, enquanto desligava á moto.

-Não tem de que. Eu provavelmente teria passado o dia fazendo fotossíntese naquele sofá. – ela disse rindo e eu não pude deixar de pensar no quanto eu me enganei com ela.

Nos primeiros dias aqui na república, a Clarie sempre me pareceu uma garotinha patricinha e mimada. Aquele tipo de menina que eu sempre quis passar bem longe. Porém ela se mostrou muito distinta do que eu realmente pensava. Acho que é aquele velho ditado, não julgue o livro pela capa.

Entramos em casa, dando de cara com um bando de desocupados jogados pela sala. Esse povo não faz nada da vida não? Só andam assim...

-Até quem fim chegaram.- disse a Liza assim que eu fechei a porta atrás da gente.

Para se ter uma breve ideia, a sala estava um caos. A Nanda e o Lucas estavam  sentados em um dos sofás jogando vídeo game na maior altura. Enquanto a Liza e o Guto estavam levando um monte de sacolas que estavam espalhadas pela sala para a cozinha. O Felipe estava esparramado no outro sofá, mexendo no celular e a Michelle estava sentada em um dos últimos degraus da escada, observando os outros dois levando as coisas para a cozinha.

-Sentiu saudades maninha? Já te avisei que já passou da hora de cortar o cordão umbilical.- eu disse rindo e ela me mandou o dedo do meio. - Que grossa.

-Gente, que vício é esses de vocês ein? – falou a Clarie que agora está escorada nas costas do sofá, apontando para o Lucas e a Nanda.

A Fernanda automaticamente pausou o jogo, virando todo o seu corpo para falar com a Clarie.

-Claro, eu preciso descontar no Lucas toda a raiva que ele me fez passar hoje. Só que infelizmente matar na vida real é crime. Então só sobra o vídeo game. – ela diz e o Lipe começa a gargalhar que nem uma iena com dor de dente.

-Eiii, eu já pedi desculpa. -resmungou o Lucas, jogando o controle do vídeo game em cima de Felipe que não parava de rir.

-Afinal o que foi que aconteceu,  que até agora vocês não falaram?- perguntou Igor vindo da cozinha com um copo de agua na mão.

-O Lucas, sendo o idiota de sempre.- falou Felipe ainda rindo.

-Cuidado pra não morrer engasgado otário. -Clarie fala se jogando em cima do irmão.

-Saí sua gorda.

-Gorda é sua avó.- ela fala rumando uma almofada na cara dele logo após ele joga-la no chão.

-Ela é gorda mesmo. – ele diz dando língua pra ela, que rola os olhos.

-Será que dá para vocês deixarem de ser infantis? -perguntou Michelle que se manteve calada o tempo todo, até agora.

A Clarice rola os olhos E levanta do chão dizendo:

-Fala logo Nanda, o que aconteceu.

-Esta bem. Foi assim...Ahh, conta você Lipe. Que só de lembrar eu já fico irritada. – ela diz fuzilando o Lucas. E a Clarie da uma gargalhada gostosa e contagiante.

-Deixa que eu conto, foi mais ou menos assim...

~ Flashback  on Felipe ~

-Nanda, você olhou se essa conta deu certo? Essa carne saiu muito cara para o meu gosto.- falei quando estávamos saindo do açougue onde fomos comprar a carne. Porque segundo o Lucas “A carne era mais barata ali”. Só que não né.

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