14° Capítulo

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-Eu não acredito que estamos fazendo isso. -declarei, enquanto me apoiava em Igor tomando impulso pra descer.

- Se algum segurança nos ver aqui estamos lenhados. - continuei a falar um pouco receosa.

-Falou a puritana, você queria o que? Ficar mofando naquela fila? - Augusto disse, e eu tratei de ignora-lo.

A incrível ideia do Augusto, para não se dizer o contrário. Era entrar na The Rock's, pela saída de emergência. Só que ela estava trancada por dentro e só um minúsculo vasculhante estava aberto. Então tivemos que passar um por um, por ali.

-O importante, é que a gente já está aqui dentro. Será que da pra gente entrar logo nessa festa?- disse Chell, já empurrando a gente através do enorme corredor.

Dizer que a boate estava lotada era apelido, no meio da pista de dança as pessoas dançavam como se fossem se fundir umas com as outras. Eram luzes coloridas e negras para todos os lados. Garotas rebolando em cima de mesas e balcões, enquanto tomam suas bebidas.
Patético, que tipo de garota faz isso?

-Galera, eu vou pegar uma bebida. - Igor disse apontando na direção do Barman.

-Eu também quero, me espera. -disse Michelle já indo atrás dele no meio da multidão.

-Eu não sei vocês. Mas eu vou rodar por aí. - Felipe falou e saiu na direção contrária dos outros.

-Meninas vamos dançar.- disse Nandinhas, puxando eu e a Liza pelo braço.

(...)

O suor já escorria por dentro da minha roupa, o calor estava cada vez mais insuportável. Mas eu não saia da pista por nada. Já deve passar da meia noite, e eu e as meninas ainda estávamos ali dançando loucamente. Já perdi as contas de quantos drink's eu bebi, mais isso não quer dizer que estou bêbada.

Longe disso.

Mas uma coisa posso afirmar, estou sentindo uma felicidade que nunca senti antes. Uma enorme vontade de sair rindo e dançando pelas ruas. Um garçom passa por nós , e eu pego mais uma bebida virando de vez na boca.

-Quero ir ao banheiro, vocês vêem? - disse Liza falando perto da gente para que escutassemos.

-Vamos sim. - respondeu Fernanda, ainda ofegante da dança.

-Ahhh não, vão vocês. Eu fico aqui esperando.

-Tá bom, mas não sai daqui.
Concordei e elas saíram empurrando a multidão em direção ao banheiro. Dei de ombros rindo, e voltei a dançar.

FERNANDA POV

Segui Igor até o bar, e sentei em um dos bancos esperando o barman terminar o coquetel que ele estava fazendo.
Quando ele acabou, entregou a bebida a loira e virou para nós dois.

- Você vai querer o que?- perguntou Igor.

-Um sex oh the beach.- eu disse piscando pra ele que riu.

- Faça o dela e depois me traga uma sangria no capricho, por favor.

Uns dez minutos depois, e estávamos os dois bebendo nossos drink's. Quer dizer, eu. Porque o Igor estava conversando com uma garota morena, e o papo estava tão bom que ele até esqueceu a bebida. Fiquei ali quietinha bebendo e observando as pessoas dançando a minha volta, quando o Igor me cutuca.

-Que foi?

-Você se importa se...- ele disse apontando tímido pra garota.
Eu ri alto, jogando a cabeça para trás.

-Claro que não pode ir.

(...)

Começou a tocar um funk bem alto, então eu peguei meu sexto drink e fui pra pista dançar. Estava um calor sufocante, mas eu não conseguia parar de dançar, acho que os drink's subiram um pouco pra cabeça. Nada muito grave. Eu dançava e olhava as pessoas ao meu redor. A alegria era contagiante.
De repente sinto um par de mãos tocando a minha cintura.

-Olá Michelle.- disse uma voz rouca, que eu não consegui reconhecer por conta da música alta.
Deveria ser algum carinha do Colégio. Então não me importei muito.

- Como você sabe meu nome?

- Não sei, vai ver eu sou vidente.- disse no meu ouvido, me fazendo arrepiar.

- Haha, muito engraçado.

Fingi rir, já parando de dançar para ver quem era, mas ele me segurou pelo braço me fazendo voltar a dançar.

-O que você tá fazendo?

-Só dança garota.- disse o senhor estranho.

Ficamos dançando por algum tempo, a sua mão segurava firme em minha cintura. Mesmo de costas pra ele, eu conseguia sentir um leve cheirinho de álcool. Mas eu não podia reclamar, pois não duvido que ele estava sentindo o mesmo. Logo a música acabou, dando espaço para uma música eletrônica. Paramos de dançar, e aos pouco eu fui me virando, curiosa pra ver quem era. Quando olhei, não consegui enxergar nada, as luzes negras não deixavam. Só conseguia sentir a respiração dele.

-Quem é você ? -perguntei confusa.

-Você não consegue me ver?

-Se estou perguntando é porque não consigo.- retruquei e ele riu.- Sua voz não me é estranha, mas a música está alta demais para decifra-lá.

-Talvez seja o destino que não, quer que você saiba quem eu sou. - ele disse se aproximando mais de mim.

-É.. talvez.

Senti que a cada palavra ele se aproximava mais de mim. Sua respiração estava nitidamente no meu rosto, e o cheiro de álcool também, mais um pouco e estaríamos nos beijando.

-Acho melhor você me soltar e sair daqui.

-Porque?

-Minha mãe sempre me dizia que eu não devo falar com estranhos. - eu disse.

-Mas eu não sou um estranho. -sussurrou.

Ele então me puxou pela cintura, abaixou-se um pouco e me beijou.

Continua...









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