54° Capítulo

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Guto

Acho que em toda a minha vida eu nunca estive tão nervoso. Talvez seja pelo fato de que eu nunca fiz isso na minha vida. Além de que eu nunca pedi ninguém em namoro, eu nunca sequer namorei sério. Mas desde que eu conheci a Clarie, eu não consigo parar de pensar nela. E acho que, não existe  música melhor nesse momento, para descrever como eu me sinto em relação a ela do que essa música.

É como se ela fosse a merda de uma droga, e eu o viciado. E agora estou tremendo, como se eu estivesse em uma abstinência eterna. E apenas a resposta dela, me faria ficar bem de novo.

-Clarie, fala alguma coisa. - Eu digo nervoso, pois até agora ela só estava me encarando. Como se não soubesse o que dizer, ou como se…-Se você não quiser é só dizer não. Eu vou ficar chateado mas…

-Sim.- ela diz com uma voz baixa me trazendo a realidade..

-Como?

-Eu disse que sim. - ela sorri e eu abro um sorriso maior ainda.

-Sério?

-Sério!. - ela diz balançando a cabeça freneticamente.

Não espero muito, e a puxo pela cintura. Tirando os seus pés do chão e começo a gira-la como se não houvesse amanhã. E ela ri escandalosamente, me contagiando mais ainda com a risada dela. O que essa garota faz comigo?

Céus…

-Me coloca no chão, vai seu louco.- ela diz e eu a coloco no chão.-Muito bem gosto assim, me obedecendo.

-Nossa que engraçada. Estamos namorando a um minuto e já está abusada assim?

-Claro. - ela da de ombros, enquanto arruma o cabelo. - Assim você já fica ciente de quem manda.

Ela diz.

-É mesmo? Olhe. -  eu digo me aproximando dela.-Só porque hoje, eu estou de muito bom humor. Eu vou te conceber um desejo.

A puxo para mim novamente, e a levo até a parede da pista, a encurralado. Depósito uma das minhas mãos, ao seu lado. Ficando muito próximo de seu rosto.

-É mesmo? -ela pergunta com um sorriso malicioso e me puxa, mais para ela pela gola da minha camisa. Balanço a cabeça concordando e complemento, com um sorriso de lado.-Então eu exijo. Ou melhor, eu desejo que você... me beije. Agora.

Assim que ela termina de falar, eu desço meus olhos até a sua boca. Aproximo nossos lábios, roçando levemente. E logo a beijo. Ela tira a mão do meu pescoço, e leva até o meu cabelo fazendo um carinho gostoso. Suguei seus lábios de leve, antes de aprofundar mais o nosso beijo. Ela afasta um pouco as nossas bocas, mas não sem antes me da uma mordidinha no meu lábio inferior.

-Acho melhor, a gente voltar a patinar. Antes que expulsem a gente do shopping por atentado ao pudor. - ela diz rindo, ofegante. Porque ela é tao linda? Fico olhando para ela que nem babaca. E ela alisameu rosto.-O que foi?

-Você fica linda com essa boca toda vermelha.- eu digo e a ouço para outro beijo.

Nanda

Quando eu era pequena, minha avó paterna costumava me levar a pequenas galerias de arte. E a verdade é que eu sempre amei, esse mundo artístico. De pinturas e fotografias. Onde acabava se tornando, possível e real, eternizar um determinado momento. Ou uma determinada pessoa.
Avalio, um bom lugar no centro do meu scrapbook. E em seguida pego uma fotografia da minha avó e colo bem ali. No centro, bem no coração do meu scrapbook. Eu lembro muito bem, do dia em que eu mesma tirei essa foto. Foi a uns três anos atrás. Eu ainda era uma pirralha na época. Ela estava tão feliz. E apenas dois dias depois, ela morreu. A minha querida avó, sofria de esclerose múltipla e princípio de Alzheimer. E essas duas doenças, acabaram por levarem ela.

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