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- Tornaram-se sérias foi? - disse num tom de gozo, e elas olharam para mim chocadas. - Será que o teu plano vai funcionar? Talvez não, descobri tudo, e podes ter a certeza que vou contar. - ela riu-se.

- Achas que ele vai acreditar em ti? Claro que não.

- Isso é o que vamos ver.

Ia sair da casa de banho mas..

- Que tal ires perguntar ao Scott onde é que ele teve ontem á tarde? - riu-se. - Queres mesmo estragar amizades? Vou-te contar um segredo.. O Scott anda a comer forte e feio a Barbara. - pôs a mão na boca.

- Está calada! - elevei o tom de voz.

- Baixa o tom. - cerrei os dentes. - E agora tu. - Aproximei-me dela. - Já sei porque é que te dás tão bem com a Kimberly, afinal de conta têm muito em comum. - riu-se.

As amigas delas apenas assistiam, e olhava chocadas para ambos.

- Temos. Somos ambas bastante diferentes de ti, o que agradeço.

Virei as costas, apesar de rapidamente ter dado um impulso para trás, assim que senti as suas mãos a enrolarem-se no meu cabelo. As minhas costas bateram no chão, e elas começaram-se a rir. Levantei-me rapidamente, indo na sua direção.

- Tu não me provoques. - cerrei o maxilar. - Não te habilites a levar outra chapada. Não te chegou a que levaste no corredor? - ri-me.

A sua expressão passou de divertida, para ameaçadora.

- Tu tens tanta garganta.. - riu-se. - Qual é a sensação de ser uma sem ninguém? - colocou o seu dedo indicador na cara. - Quer dizer, só tens o teu irmão certo? Vê lá nem os teus pais aguentaram tanto tempo. - riu-se.

- Repete.. - disse num tom ameaçador.

Podia sentir o meu sangue a ferver, e a adrenalina a passar por cada canto do meu corpo.

- Ah desculpa.. Não queria te ofender. - riu-se. - Ou queria? - deu uma volta á casa de banho. - Para quem ficou sem pais, és muito valente Samantha.

Cerrei o punho.

- Cuidado com o que falas.

- Porquê vais me bater? Ou vais chamar os teus pais? Espera.. Eles estão enterrados. - riu-se.

Não respondi por mim, e o meu punho foi contra a sua cara. Senti lágrimas nos meus olhos, não por me ter afetado, ou talvez sim, mas por raiva que tinha.
Senti um arranhão na minha cara, e aí ceguei.

Agarrei na sua camisola empurrando-a contra a parede.

- Nunca mais fales dos meus pais nojenta. - dei-lhe outro murro.

Senti um forte impacto no meu lábio, e logo de seguida um gosto a sangue.

- Puta. - disse com tom o nojo possível. Ela começou as gritos, a pedir ajuda. - Cala-te fodasse!

Senti o meu corpo a embater no chão, e ela por cima de mim. Tentava-me desviar o máximo conseguia. Juntei mais alguma forças e empurrei-a contra a parede.

Os meus braços foram agarrados pelos seus minions, dando Cassie a oportunidade de me marcar. O seu punho foi contra o meu estômago, o que me fez contorcer. Larguei-me de ambos com alguma brutalidade. Assim que ia para lhe acertar, os meus braços foram novamente bloqueados. Kimberly meteu-se no meio.

- Samantha, ela não merece! - disse. - Olha para mim! - fazia de tudo para me largar, de quem me tivesse a agarrar.

- Samantha! - a voz do meu irmão fez-se ouvir, e olhei para trás.

Larguei-me com alguma brutalidade, e sai da casa de banho. Fui até a sala, interrompendo a mesma, peguei na minha mala e voltei a sair.
Sai da propriedade da escola, olhando para todos os caminhos. Só queria fugir dali.
Apressadamente comecei a andar em frente, sem destino.

- Samantha!

Não queria olhar para trás.

Alguém me puxou o pulso, e viu o meu estado lastimável. A minha respiração ofegante. Enrolou-me nos seus braços, e beijocou-me a cabeça, enquanto eu soluçava. Já é muito tempo que não fica tão vulnerável.

- Desculpa, eu não queria fazer aquilo. - solucei. - Deves ter vergonha de mim.

Logo me afastou, colocando as suas mãos nos meus braços.

- Nunca irei ter vergonha de ti. - olhou-me nos olhos. - O que é que ela te disse para lhe teres batido? - desviei o olhar. - Diz-me Samantha, preciso de saber.

- Falou dos pais.. Disse que nem os pais me aguentaram tanto, e que estavam enterrados. - solucei.

Ele arregalou os olhos, e saiu rapidamente de perto de mim. Limpei os vestígios de lágrimas, e corri atrás deles.

Dei por mim, a agarrar no seu braço, pois ele confortava a Cassie. Ela começou-lhe a fazer peitos, e a insultar-lhe. Jackson apareceu entretanto e agarrou Aiden com alguma força. Cassie continuava a fazer peitos, e eu empurrei-a fazendo-a cair no chão frio daquele corredor. Ela agarrou-se ao meus cabelos, e mais uma vez arranhou-me.

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