Encontrávamos-nos naquela feira abandonada. Apesar do seu aspeto um pouco degradado, a mesma não perdia o seu encanto ou, magia.
- Sabes porque ficou abandonada? - Caminhávamos lado a lado, enquanto ele tinha as mãos nos bolsos do casaco.
- Todos os anos ela estava cá. Mas, o senhor que dirigia isto acabou por morrer.. - Olhou para mim. - Tive a oportunidade de o conhecer. Sei que os seus filhos nunca tiveram interesse em continuar com a feira, já que havia outras muito mais modernas.
- Que perda. - Suspirei.
- Quando era mais puto.. A Kimberly estava com a babysitter e os meus pais não estavam em casa, eu costumava vir par aqui. De bicicleta. - Deu uma pequena risada. - Ajudava a limpar as coisas para os grandes dias.. É um sítio muito especial para mim.
- Que giro.. - Fiz uma cara mais amorosa. - Eu sinto o mesmo.. Sinto mesmo que é um sítio especial. - Dei um pequeno sorriso. - Ao início, tinha um aspeto aterrorizador. Relembrava-me um cenário de filme de terror, em que dois adolescentes aventuram-se no mato e acabavam por encontrar uma feira abandonada e eram mortos por um psicopata que morava aqui.
Riu-se.
- Vês muitos filmes de terror. - Deu uma gargalhada, e olhou para mim.
- O meu irmão fez questão de me mostrar os piores filmes quando era pequena. - Sorri.
- Imagino. - Riu-se. - Até admira, esta feira cativar-te. Não diria que quisesses voltar aqui.
- Tenho boa companhia. - Encolhi os ombros.
Ele deu-me um sorriso de lado e, sem permissão entrelaçou as nossas mãos. Deixou um beijo curto na minha testa, fazendo-me encostar a minha cabeça no seu ombro.
A brisa esvoaça ligeiramente os meus cabelos, arrepiando os meus ombros desnudos.Caminhávamos entre os carrosséis observando as diferentes variedade mas, antigas que aquela feira entregava.
- Gosto mesmo da sua presença. - Endireitei a cabeça olhando para ele. - Eu sei que não acreditas mas, gostava que pudesses sentir o que sinto quando estou contigo.
Sentia as suas mãos a agarrarem não minha cara e, percebi que observava os meus lábios, lambendo os seus de leve.
Agarrei na sua mão fechando os olhos e, rapidamente sentindo os seus lábios colados aos meus.O toque e, charme dele era fascinante.
Era bastante atraente como o nosso beijo se completava. Como se tocava até.A falta de oxigénio obrigou-nos a quebrar o beijo, ficando com a sua testa colada á minha. Deu-me um beijo rápido nos lábios e, depois na testa.
- Justin.. Apenas não te quero magoar com a minha falta de confiança. Eu não consigo ter nada sério mesmo e, não quero dar-te esperanças disso.
- Isto ainda é sobre o Zac? - Desviei o olhar. - Eu vou-te mostrar que não sou igual. Não somos todos iguais Samantha e, tu própria o disseste.
- Justin, há uns minutos atrás tu disseste que eram todas iguais.
- Até te conhecer melhor. E é isso que quero fazer. Conhecer-te, estar contigo. - Agarrou-me na cintura. - Só tens de te deixar levar, e eu também. Eu quero sentir tudo de novo.
- E se eu..
- Não vamos pensar nos "e se's". - Assenti, acabando por me deixar ser enroscada nos braços tatuados.
Ele beijou a minha testa, agarrando a minha mão. Havia vários carrosséis que pareciam novos, e totalmente intocáveis. A noite era escura, mas a lua não deixou que isso lhe impedisse de brilhar.
- Estás feliz Justin? - Olhei para ele.
- Não totalmente, mas irei estar. - Olhou para baixo, dando um sorriso com os lábios.
- E se formos ao descampado? Apetece-me, o que está dentro daquele cesto. - Ele riu-se, acabando por assentir. - E depois fugimos, porque não vamos lançar nada.
- Não és obrigada a lançar.
- Eles não ganham dinheiro nenhum com aquilo, e ainda dão comida ás pessoas... São mesmo hippies. - Ele gargalhou mais uma vez.
- Eles ganham. Caso não tenhas reparado, mas antes de chegar ao descampado á uma máquina pequena que tens de por dinheiro para ajudares na próxima sessão. - Colocou o braço por cima dos meus ombros. - Queres ir? - Assenti.
Chegamos ao descampado, e estava lotado, o que me entristeceu.
- Sempre podemos ir á bomba, compramos e fazemos.
- Onde tens o fogo? - Gargalhou, e eu arqueei a sobrancelha. - Tu e essas gargalhadas, quando não há piada nenhuma Justin.
- É que tu fazes as perguntas mais engraçadas de sempre. - Rodou-me, fazendo-me ficar de frente a ele. - Babe, não leves tão a sério. - Murmurou.
Nunca antes me tinha chamado tal coisa, mas não posso negar que era de certo modo atraente. Abraçou-me, e caminhamos até ao carro novamente. Decidimos então, ir a um bar tranquilo, apesar de não estarmos vestidos em condições.
Passara duas horas desde que nós tínhamos sentado no bar, enquanto bebíamos cocktails. Falávamos de coisas aleatórias, mas bastante cativantes. As suas histórias de momentos passados com a Kimberly quando eram pequenos, ou até mesmo as suas aventuras com os amigos mais chegados.
Partilhei também algumas coisas da minha infância.As gargalhadas que controlava, tal como ele, eram algo fascinante. Tínhamos química, e principalmente algo mais do que 'apenas amigos'.

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SoulMate
Fiksi PenggemarEla muda-se para o Canadá, com o seu irmão mais velho, após a morte dos pais. Sensível e cautelosa, são os dois adjetivos que mais lhe caracterizam. Após a morte dos pais, torna-se numa pessoa fria. Teve de se mudar para o Canadá por decisão do irmã...