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Caminhámos lado a lado apesar de, alguma vezes termos parado para o Justin cumprimentar alguns rapazes, que o admiravam, por ele ser popular, ou até pelo o futebol.

- Não te cansas? - Ele olhou para mim. - De parar sempre para cumprimentar ou até falar com pessoas que talvez não conheces de lado algum? - Ele encolheu os ombros.

- Estou habituado. Desde de pequeno que isso acontece. Se não é pelo futebol, é por ser um Williams. - Entramos dentro do carro. - Os meus pais sempre fizeram questão de serem reconhecidos a qualquer lugar que fossem, e trouxe-nos consequências. Eu e a Kimberly, passámos por ter tratamento especial em cada escola que íamos. Os amigos cada vez aumentavam. - Começou a conduzir. - Faz parte, no mundo do dinheiro.

- Se tens assim tantos amigos, porque andas sempre com os mesmos? - Cruzei os braços.

Senti o carro em andamento.

- Samantha, depois de um tempo, tu percebes que nem todos são teus amigos e, muitos deles por interesse.. Desde de pequeno que conheço o Chad, Ryan e o Jackson. Eles também são de grandes famílias e sempre perceberam muito aquilo que falava.

- Só tens amigos ricos, queres dizer..

- Achas que eles se exibem com aquilo que têm, ou que são arrogantes para outros? - Neguei. - É disso que falo.

- Quem diria t—

- Qual é a piada de momento? Tens sempre algo a dizer. - Interrompeu-me.

- Surpreendida, chega para expressar aquilo que sinto.

Ele ajeitou-se no banco, tirando o seu telemóvel de dentro do bolso. Um longo suspiro saiu pela sua boca. Colocou-o na parte perto das mudanças, e não demorou muito, para o mesmo fazer imenso barulho assim que tremeu várias vezes.

- Talvez seja melhor atenderes..

Ele olhou para o telemóvel.
Pareceu ter pensado no assunto, e acabou por seguir o meu conselho.

- O que é que queres? - Consegui ouvi os berros de uma voz bastante familiar. - Eu não tenho de te dar explicações foda-se. O que é que tens haver com isso? Aposto que tens uma lista enorme de gajos para foder.

Franzi a testa ao ouvir a sua maneira de falar com ela. Notei que ele estava irritado com a conversa, o que já não me estava a agradar.

- Vai-te foder Barbara. - Revirei os olhos. - Amei, dizes bem. Agora não passas de mais uma porca. Quem te disse a ti que não fiz o mesmo? - Forçou uma gargalhada. - Estás mesmo a viver uma ilusão então. Não me chateeis meu!

Jogou o telemóvel de volta onde ele estava.
Sentia um ambiente constrangedor, depois do que acabara de ouvir.

- Tens a certeza que queres ir almoçar?

Ele nem sequer olhou para mim e, apenas num movimento brusco deu a volta ao carro, apanhando o caminho de volta. Levei aquilo como um sim, remexendo-me num banco. Tínhamos passado a escola e estávamos um pouco longe.

- Justin, onde estamos a ir?

- Longe daqui.

Falou, ainda concentrado na estrada.

Parámos numa bomba de gasolina e ele saiu de dentro do carro. Deixou-me sozinha no carro durante alguns minutos, voltando recheado snacks e bebidas. Colocou tudo no banco trás e, foi colocar gasolina do veículo.

Entrou dentro do carro, sem dizer qualquer palavra.

- Justin..

- Posso te pedir que confies em mim até chegarmos? - Olhei para ele percebendo o seu humor pesado.

Encolhi os ombros, mantendo uma expressão também mais séria. Senti-o bastante tenso e agitado.

Longos minutos de estar no silêncio, arrisquei e, aumentei o volume da rádio. Por coincidência, estava a dar uma música que me era bastante familiar, e do meu agrado.
Comecei por canta-lá num tom baixo, e cada vez ir aumentando.

"Roses" dos Chainsmokers.

"Taking it slow, but it's not typical
He already knows that my love is fire
His heart was a stone, but then his hands roamed
I turned him to gold and it took him higher

Well, I'll be your daydream, I'll be your favorite things
We could be beautiful
Get drunk on the good life, I'll take you to paradise
Say you'll never let me go"
Assim que começou a batida mais forte, eu comecei a movimentar as mãos em formas de onda, e até os braços. Balançava-me ao som da música, não muito extravagante.

Pelo o canto do olho, percebi que lhe tinha conseguido tirado um sorriso e até uma gargalhada.

Assim que a música acabou, comecei-me a rir, fazendo-o rir novamente.
Ele olhou para mim, e balançou a cabeça.

- Já tinha pensado em ir para cantora.. - Tentei-me manter séria.

- Acho devias. - Revirei os olhos ligeiramente. - Chegámos.

O carro parou e eu olhei pela janela. Vi uma casa, rodeada de árvores. Considerada, uma casa na árvore mas, bastante suportada por terreno.

- Será que tu só tens sítios mesmo a filme de terror?

- Acho que vês demasiado disso. - Ele retirou tudo aquilo que tinha no banco de trás.

Dentro do porta-luvas ele retirou a chave e eu segui-lhe até á porta da casa. Era moderna, mas ao mesmo tempo trazia um modelo rústico.
Assim que abriu a porta, a vista era completamente maravilhosa. A forma como a casa foi decorada, e até onde era situada. Era algo admirável.

- Vamos comer.. Depois quero mostrar-te uma coisa.

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