Ele olhou para mim e, percebi que também estava fascinado, apesar de ter visto aquilo algumas vezes.
- Nunca me canso disto. - Comentou. - Continua a fascinar-me como se fosse a primeira vez. - Olhei para o céu, vendo as lanternas cada vez mais altas.
- É bastante giro. - Sorri.
- Consegui impressionar-te? - Assenti, ainda observando o céu. - Mas, ainda não acabou. - Olhei para ele, e franzi a testa.
- Não sei se reparaste, mas aqueles que frequentam este sítio, são apenas casais.
- Isso não significa nada. - Dei de ombros.
Ele voltou a sentar-se na cadeira fazendo-me sentar também.
Ainda éramos iluminados, pelas lanternas coloridas.- Queres mais? - Perguntou, mostrando-me um saco de marshmallows. Assenti.
Ele entregou-me outra bolacha, fazendo-me deliciar pela segunda vez com a mistura de sabores.
- Explica-me o porquê de te dares bem com toda a gente e, não comigo? Nem tive sequer uma oportunidade.
- Não concordo com a maneira que tratas as raparigas. Principalmente, quando te exibias perante as mesmas.
- Elas também não se dão ao respeito Samantha.. Eu não obrigo ninguém a estar comigo. Elas é que continuam a vir atrás de mim, e isso já é algo que não posso controlar.
- Há sempre maneira. - Comentei, olhando nos seus olhos.
- Queres mesmo falar nisso?
- Tu fizeste-me uma pergunta, eu apenas respondi. - Dei um trincada na bolacha.
Ele levantou-se, não me deixando acabar de comer e puxou-me pelo o braço.
- Espero que não tenhas vertigens.
Acompanhava o passo apressado do Justin, percebendo que andávamos ás voltas no meio daquela floresta.
- Justin, estamos ás voltas. - Ele agarrou num pequeno pau, e olhou para mim, pondo o pedaço de madeira no mesmo sítio.
- Isso é o que pensas. - Sorriu.
Dei de ombros, e continuava a andar a seu lado.
Aos meus olhos, uma vista de uma feira abandonada. Não era algo assustador, mas fez com que a minha adrenalina acendesse.
- Tens mesmo a certeza que não és um serial killer? - Ele olhou para trás, pois eu encontrava-me um pouco afastada dele.
- Tu fazes sempre tantas perguntas? - Encolhi os ombros.
Andávamos entre vários carrosséis sem vida, sem cor, e com panos a cobrir-lhes um pouco.
Logo uma roda gigante veio me á vista. Era enorme, e tinha várias cabines.
Ele clicou num botão, numa tabela de controlo, que supus ser o da roda. Logo ela fez um certo rosnido, mas começou a rodar lentamente.
- Não tem é luzes. - Falou, sorrindo.
Puxou até a uma das cabines, fazendo-me entrar lá dentro tal como ele. Fechou e passados poucos momentos a rotação começou.
Assim que chegamos ao topo, vários fogos de artifícios fizeram se ouvir, tal como as cores que estavam perante os meus olhos.
- Justin.. - Disse maravilhada, com o que me mostrava.
- Todas as lanternas que jogaram, agora passaram a ser fogos de artifício.
Já no chão, no exterior da pequena e velha cabine, Justin desligava a grande máquina.
- Que horas são?
Ele olhou para o relógio.
- Uma e meia da manhã. - Arregalei os olhos.
- O tempo passou a correr. - Disse vestindo o casaco que antes estava no meu braço.
- Ainda é cedo.
- Para quem não tem escola amanhã, talvez.
- Tenho treino. - Resmungou, suspirando.
- É melhor irmos andando. - Ele assentiu, e começou a fazer o caminho de volta até ao carro. Novamente, era como se tivéssemos a andar ás voltas.
Dei por mim já na estrada onde o Justin tinha estacionado o carro.
- Deves ter feito isto várias vezes. - Abri a porta, entrando dentro do carro. Percebi que ele ficara confuso com a minha afirmação. - Sabes o caminho na perfeição, enquanto para mim é tudo igual.
- Tens razão. Vim cá várias vezes, é o que fascina as raparigas. - Falou, fazendo-me arquear a sobrancelha. - Estou a brincar Samantha, não precisas de te por em modo defensivo.
- Não duvido.
- Percebeste o quão mágico cada momento naquele sítio é? Não iria trazer qualquer uma para aqui Samantha. Tens de parar de pensar tanto.
- Justin..
- Apenas amigos, eu sei. Não disse o contrário. - Suspirei, encostando a minha cabeça no vidro. - Agora já acreditas, quando te digo, que não sabes assim tanto sobre mim, como pensas? - Olhei para ele.
- Não estou a entender, onde queres chegar com esta conversa Justin.
Ele deu de ombros.
- Pelo menos consegui? - Arqueei a sobrancelha. - Consegui fazer-te esquecer do que se passava? - Assenti, sorrindo.
Ele deixou-me uma rua antes da minha casa.
- Tens a certeza que não preferes que te deixe mais perto de casa?
- Não. A minha casa é bastante perto daqui. - Sorri. - Obrigada.
Ele deu um sorriso e, eu sai do carro.
Deu uns quantos passos, até ouvir a sua voz a chamar-me novamente. Olhei para trás, e ele apressava o passo, até chegar a mim.
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SoulMate
FanfictionEla muda-se para o Canadá, com o seu irmão mais velho, após a morte dos pais. Sensível e cautelosa, são os dois adjetivos que mais lhe caracterizam. Após a morte dos pais, torna-se numa pessoa fria. Teve de se mudar para o Canadá por decisão do irmã...