SoulMate

28.

1am

Remexia-me inúmeras vezes, e os meus suspiros eram frequentes.
Finalmente encontrei uma posição que me sentisse confortável o suficiente, para talvez adormecer.

O meu telemóvel vibrou, o que me assustou, olhando rapidamente para trás. A janela da varanda estava aberta, e o cortinas esvoaçavam para dentro do quarto, o que me arrepiou, assim que o ar frio tocou nos meus braços desnudos.

Levantei-me da cama, e fechei a janela. Fui até ao closet e tirei de lá uma blusa do Aiden que eu utilizava bastante. Era grande e quente. Coloquei outras meias mais compridas, por cima, das que já tinha. Fui até a casa de banho, e prendi o cabelo no cimo da cabeça.
Sentei-me, cruzando as pernas. Agarrei no telemóvel e tinha uma mensagem.

- Desconhecido -
(1:05am) - Estás acordada?
Justin.
- Como tens o meu número?
(1:17am) - Tirei do telemóvel da Kimberly.
- O que queres?
(1:20am) - Tens sono?
- Não, porquê?
(1:24am) - Posso ir-te buscar?
- Claro que não.
Não estou a perceber o porquê de me estares a mandar mensagem.
(1:27am) - Se vieres comigo, prometo que nunca mais te volto a chatear. Só quero saber de certas coisas.
- Que coisas?
(1:29am) - Sobre a Barbara.
- Já te disse tudo o que sabia.
(1:30am) - Temos acordo ou não?
- Não apites.
- Desconhecido -

Não acredito que estava prestes, a ir para algum sítio com o Justin. Não tinha sono, e ele também não. Como era óbvio, não iríamos fazer nada. Iria-lhe contar tudo o que tinha ouvido naquela casa de banho, apenas deixando uma delas de parte.

Vesti apenas umas leggins, e as minhas adidas.

Meti as chaves e o telemóvel na mão, pois não estava com intenções de ir para muito longe.

- Desconhecido -
(1:45am) - Estou cá fora.

Agarrei nas chaves, saindo de casa.

Vi-o sentado no capô do carro, a olhar na minha direção. Assim que me aproximei dele, percebi que o mesmo tinha o lábio um pouco cortado. Decidi não mencionar , pois não me queria envolver em mais nada.

- Vamos entrar? - Perguntou.

- Não. Há um parque já lá em baixo, não há necessidade de irmos de carro.

O caminho até ao parque foi silencioso, apenas um som do vento forte e frio. Sentamos-nos no banco, que tinha como vista um grande escorrega, dois baloiços, com mais figuras com molas paras as crianças. Estava escuro, e frio.

Ninguém dizia nada.

Farta do silêncio, e a sua falta de comunicação, estava me a irritar. Levantei-me caminhando.

- Onde vais?

- Para casa.

- Eu quero falar contigo.

Virei para trás, observando-o de pé.

- Queres falar comigo? Estamos aqui à algum tempo, e tu ainda não disseste nada Justin. - disse num tom um pouco rude. - Eu já te tinha dito aquilo que ouvi, e mesmo assim continuaste com ela, o que queres que diga mais? - perguntei, perdendo a paciência. - E só estou a ter tanta paciência pela Kimberly. - ele franziu a testa. - Porque se não fosse por ela, eu não estava com mais conversas.

Ele pareceu ter ficado com um pouco irritado, e caminhou na minha direção. Quando pensei que fosse reclamar, ou até mesmo empurrar-me, ele apenas passa por mim e continuou em frente sem me olhar.

Infantil.

- És mesmo grande otario. - Disse entre dentes.

A minha casa como não ficava muito distanciada do parque, rapidamente cheguei perto dela. O Justin tinha entrado no carro, e desaparecido na escuridão.

Revirei os olhos, com a sua atitude e entrei dentro de casa.

Apaguei as mensagens com ele, e deitei-me no sofá.

{..}

- Samantha!

Acordei super assustada com o berro que Aiden tinha dado, levantando-me logo.

- Que merda Aiden. - Resmunguei.

- Nunca mais acordavas! - Aiden riu-se.

Arregalei os olhos, e procurei o meu telemóvel.
4:45pm.

- Como é que me deixaste dormir até a esta hora?

- Estavas a dormir tão bem, nem te quis acordar. Acabei de chegar da casa da Kimberly. - Disse pondo o casaco na cadeira. - Onde foste ontem á noite?

- A lado nenhum.

- Pareceu ter ouvido a porta.

- Também ouvi, foi a porta do meu quarto, devido á corrente de ar. - menti. Ele abanou a cabeça, e sentou-se perto de mim. - É tão tarde, nem sei como dormi tanto tempo. Esta semana foi cansativa, os testes dão cabo de mim..

Ele riu-se, e eu coloquei as minhas pernas por cima da dele.

- O que vamos jantar? - Perguntei.

- Temos pizza congelada, a comida está a acabar. Temos de ir ás compras.

- Vamos já. - Falei, levantando-me. - Vou-me só arranjar.

Subi as escadas, penteando o meu cabelo, e coloquei-o novamente num rabo de cavalo. Mudei de roupa, e desci as escadas. Agarrei no telemóvel e saímos de casa.

Chegamos, e estávamos carregados de sacos, tal como de comida, como de roupa.

- Agora ainda fiquei mais cansada. - Rimos.