15.

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3pm

Acordei, remexendo-me naquela colchão desconfortável. À luz do dia já ilumina um pouco do quarto. Esfreguei os olhos na tentativa de me habituar á claridade, e levantei-me.

Barbara ainda permanecia aconchegada nos meus lençóis. Fechei mais as cortinas, para não a incomodar, entrando na casa de banho.
Tomei um duche, rápido, e envolvi-me numa toalha, saindo do quarto.

Cheguei á cozinha, e a Kimberly comia o almoço. Aqueci para mim também o que estava dentro da panela, e sentei-me perto dela, olhando para a televisão. O ambiente estava tenso.

- O que é que a Barbara faz aqui? - cortou o silêncio.

- Ela estava super bêbeda ontem á noite, e não podia ir para casa.

Kimberly deu uma pequena e irónica gargalhada.

- Ainda me lembro quando tu disseste que não eras estúpido, muito menos burro.

- E não sou. - revirei os olhos. - E se vais começar com essa conversa de merda, prefiro que te mantenhas calada. - ela arregalou os olhos.

- Só uma noite com ela, e vê como já falas comigo. - abanou a cabeça, e colocou o seu prato dentro do lava-louça, preparada para sair da cozinha.

- Eu não quero falar mal contigo, só quero que não te metas nisto.

- Não estou importada, se queres que te seja sincera. - deu de ombros. - Quando tiveres mal, é com ela que vais falar. Estou cansada de te ver mal por causa dela, e mesmo assim continuas atrás daquilo que te destrói. Qualquer das maneiras é a tua vida não é? Fazes dela o que queres.

Saiu da cozinha, deixando-me sem resposta.

Continuei a comer, e mudava de canais no televisor da cozinha.

Momentos depois Kimberly entrou novamente na cozinha, agarrando numa garrafa de água. Estava vestida, tinha as chaves do seu carro, e estava pronta para sair.

- Tu ainda não tens carta, onde é que vais com as chaves do carro? - perguntei.

- É a minha vida, faço dela o que quiser.

- Essa atitude, só te fica mal.

- Mas como ainda te tenho de dar justificações, porque infelizmente ainda sou menor.. Vou ter com a Samantha. Não quero estar aqui, enquanto a Barbara também o está, portanto quando ela se retirar da minha casa, liga-me. - encolheu os ombros, e saiu da cozinha.

Abanei a cabeça.

Estava tudo a virar-se de pernas para o ar novamente. No início da minha relação com a Barbara, todas as pessoas, nos adoravam, e apoiavam, mas a meio da mesma, os meus amigos afastavam-se de mim, tal como Kimberly. O facto de tal coisa poder voltar-se a repetir, fez com que a minha garganta ficasse com um nó.

Na nossa relação, eu envolvia-me frequentemente em lutas, devido ao que dizem dela, e como falava com ela. Nunca estava em casa, passava tardes com ela em casa, ou com as amigas delas. Ia sempre jantar fora, ou passear. Kimberly nunca deu muitas confianças á Barbara, nunca gostou dela realmente..
Perdido nos meus pensamentos, uns braços enrolaram-se no meu pescoço.

- Boa tarde. - sussurrou no meu ouvido.

- Já estás vestida? Vou-te levar a casa. - levantei-me, colocando as louças na máquina.

Ela sentou-se na bancada de mármore, enquanto brincava com os pés.

- Estás me a mandar embora?

- Se esperavas o convite, para cá ficares, iludiste-te de uma maneira errada. Ontem ficaste cá, porque não estavas em condições de ir para cabeça, e sabe-se lá com que irias acabar por ir. - dei de ombros.

Ela saiu de cima da bancada, e correu lá para cima. Terminei o que estava a fazer, e subi as escadas também. Entrei dentro do meu quarto, e ela vestia-se rapidamente. Ignorei a sua atitude, e procurei algo para vestir.

- Agora é isso que pensas que sou? Uma puta qualquer? - elevou o tom de voz.

- Sendo sincero, não vejo o contrário.

O seu movimento da mão, fez me crer que me ia dar uma chapada, mas eu agarrei no seu pulso, momentos antes.

- Não me vais dar nenhuma chapada. - disse num tom grave.

Ela largou-se com brutalidade, e atou o cabelo.

Acabei de me vestir, e entrei na casa de banho, lavei os dentes, coloquei um pouco de gel, e sai da mesmo.

- Vamos. - ela levantou-se da cama, seguindo-me até ao carro.

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