3pm
Acordei, remexendo-me naquela colchão desconfortável. À luz do dia já ilumina um pouco do quarto. Esfreguei os olhos na tentativa de me habituar á claridade, e levantei-me.
Barbara ainda permanecia aconchegada nos meus lençóis. Fechei mais as cortinas, para não a incomodar, entrando na casa de banho.
Tomei um duche, rápido, e envolvi-me numa toalha, saindo do quarto.Cheguei á cozinha, e a Kimberly comia o almoço. Aqueci para mim também o que estava dentro da panela, e sentei-me perto dela, olhando para a televisão. O ambiente estava tenso.
- O que é que a Barbara faz aqui? - cortou o silêncio.
- Ela estava super bêbeda ontem á noite, e não podia ir para casa.
Kimberly deu uma pequena e irónica gargalhada.
- Ainda me lembro quando tu disseste que não eras estúpido, muito menos burro.
- E não sou. - revirei os olhos. - E se vais começar com essa conversa de merda, prefiro que te mantenhas calada. - ela arregalou os olhos.
- Só uma noite com ela, e vê como já falas comigo. - abanou a cabeça, e colocou o seu prato dentro do lava-louça, preparada para sair da cozinha.
- Eu não quero falar mal contigo, só quero que não te metas nisto.
- Não estou importada, se queres que te seja sincera. - deu de ombros. - Quando tiveres mal, é com ela que vais falar. Estou cansada de te ver mal por causa dela, e mesmo assim continuas atrás daquilo que te destrói. Qualquer das maneiras é a tua vida não é? Fazes dela o que queres.
Saiu da cozinha, deixando-me sem resposta.
Continuei a comer, e mudava de canais no televisor da cozinha.
Momentos depois Kimberly entrou novamente na cozinha, agarrando numa garrafa de água. Estava vestida, tinha as chaves do seu carro, e estava pronta para sair.
- Tu ainda não tens carta, onde é que vais com as chaves do carro? - perguntei.
- É a minha vida, faço dela o que quiser.
- Essa atitude, só te fica mal.
- Mas como ainda te tenho de dar justificações, porque infelizmente ainda sou menor.. Vou ter com a Samantha. Não quero estar aqui, enquanto a Barbara também o está, portanto quando ela se retirar da minha casa, liga-me. - encolheu os ombros, e saiu da cozinha.
Abanei a cabeça.
Estava tudo a virar-se de pernas para o ar novamente. No início da minha relação com a Barbara, todas as pessoas, nos adoravam, e apoiavam, mas a meio da mesma, os meus amigos afastavam-se de mim, tal como Kimberly. O facto de tal coisa poder voltar-se a repetir, fez com que a minha garganta ficasse com um nó.
Na nossa relação, eu envolvia-me frequentemente em lutas, devido ao que dizem dela, e como falava com ela. Nunca estava em casa, passava tardes com ela em casa, ou com as amigas delas. Ia sempre jantar fora, ou passear. Kimberly nunca deu muitas confianças á Barbara, nunca gostou dela realmente..
Perdido nos meus pensamentos, uns braços enrolaram-se no meu pescoço.- Boa tarde. - sussurrou no meu ouvido.
- Já estás vestida? Vou-te levar a casa. - levantei-me, colocando as louças na máquina.
Ela sentou-se na bancada de mármore, enquanto brincava com os pés.
- Estás me a mandar embora?
- Se esperavas o convite, para cá ficares, iludiste-te de uma maneira errada. Ontem ficaste cá, porque não estavas em condições de ir para cabeça, e sabe-se lá com que irias acabar por ir. - dei de ombros.
Ela saiu de cima da bancada, e correu lá para cima. Terminei o que estava a fazer, e subi as escadas também. Entrei dentro do meu quarto, e ela vestia-se rapidamente. Ignorei a sua atitude, e procurei algo para vestir.
- Agora é isso que pensas que sou? Uma puta qualquer? - elevou o tom de voz.
- Sendo sincero, não vejo o contrário.
O seu movimento da mão, fez me crer que me ia dar uma chapada, mas eu agarrei no seu pulso, momentos antes.
- Não me vais dar nenhuma chapada. - disse num tom grave.
Ela largou-se com brutalidade, e atou o cabelo.
Acabei de me vestir, e entrei na casa de banho, lavei os dentes, coloquei um pouco de gel, e sai da mesmo.
- Vamos. - ela levantou-se da cama, seguindo-me até ao carro.
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SoulMate
FanfictionEla muda-se para o Canadá, com o seu irmão mais velho, após a morte dos pais. Sensível e cautelosa, são os dois adjetivos que mais lhe caracterizam. Após a morte dos pais, torna-se numa pessoa fria. Teve de se mudar para o Canadá por decisão do irmã...