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- O que fazes aqui? - Perguntei incrédula.

- Não sei. - Respondeu, baixando a cabeça.

- Queres entrar? Está frio. - Ele encolheu os ombros, e entrou. Liguei as luzes, e fomos até á sala. - Vais ficar calado?

- Não sei o que diga, nem sei porque cá vim.

Percebi que algo lhe perturbava. Só não percebi o porquê de correr até mim, para o expressar.

- O que é quiseste dizer com aquilo esta manhã?

- Hoje fui á casa dela, e ela estava ao telemóvel com a Cassie.. Ouvi tudo. A confirmação do que me tinhas dito. - Suspirou. - Mesmo assim, ela foi capaz de negar.

- Eu tinha-te avisado.

- Algo que não me sai da cabeça.. Porque é que tu me avisaste, mesmo não gostando de mim?

- Faria com qualquer outra pessoa. Gosto imenso da tua irmã, e a tua irmã gosta imenso de ti. Logo se sofresses, a Kimberly sofria também.

- Então isto tudo foi por seres amiga da Kimberly?

Levantei-me.

- Não sei, senti a necessidade de te contar. Mesmo não gostando de ti, não quer dizer que te queira ver completamente sozinho. Era esse o plano delas. - Voltei a sentar-me. - Como é que ela reagiu quando a confrontaste?

- O típico choro, e o papel de vítima. - Passou a mão pelos seus cabelos. - Os berros, e a chapada. - Arregalei os olhos.

- Ela deu te uma chapada? - Ele assentiu. - Aposto que a entregaste de volta..

- Posso fazer muita merda, mas nunca toquei numa rapariga. - Desta vez os nossos olhares trocaram-se. - No sábado.. Ainda me recordo quando te vi cheia de marcas. A Barbara disse-me que vocês se tinham pegado, por minha causa.

- Não foi bem por tua causa. Quando lá cheguei, a tua irmã já se preparava para lutar com ambas, tal como a Alanna. Digamos que cheguei na altura H.

- A Barbara nunca foi assim. - Disse num tom de voz baixo, e doloroso. - Eu apaixonei-me por uma pessoa super ingénua, e humilde. Ela está super diferente.

- As pessoas mudam.. Por vezes para melhor, outras vezes é para pior, que é o caso dela. - Ele suspirou.

- Estás a ver porque é que sou como sou? Por tua palavras "magoa uma atrás de outra"? As raparigas são todas iguais. Principalmente eu, popular, com dinheiro. Elas querem-me por isso.

- As raparigas não são todas iguais. E isso não é desculpa. Se assim fosse, também as raparigas andavam com um e outro por saberem como são os rapazes.

- E achas que já não o fazem? São umas oferecidas.

- Hey! - Olhou para mim. - Eu também sou uma rapariga, e não me encaixo em nada do que dizes.

- É isso que me fascina em ti. - Franzi a testa. - Se fosse outra pessoa, faria de tudo para se dar com a minha irmã para se poder dar comigo. Como tens o teu irmão na equipa, ainda seria mais fácil.

- Eu nunca fui assim, nunca irei ser. Tenho mais que fazer, do que andar atrás de rapazes.. Há muito mais que aproveitar da vida.

- Bom.. - Levantou-se. - Só vim aqui, agradecer-te por me teres contado a verdade, mesmo que tenha demorado um bocado até eu perceber, mas contou muito. - Sorriu. Nunca antes tinha notado no seu sorriso, como naquele momento. - Amigos? - Esticou a mão, fazendo-me dar uma gargalhada pela sua atitude. - Vá lá, não me deixes pendurado.

- Amigos. - Apertei a sua mão, e sorri-lhe.

- Vejo-te amanhã? - Arqueei a sobrancelha. - Na escola Samantha..

- Sim. - Sorriu, baixando a cabeça, e depois levantando-a.

Assim que fechei a porta, fiquei totalmente incrédula com o que tinha acabado de acontecer, principalmente na harmonia que eu e o Justin estávamos.

Não tinha qualquer intenções com ele, nem ele comigo.
Éramos do mesmo grupo de amigos, logo acho que facilitava a comunicação e o ambiente quando tivéssemos todos juntos.

Desliguei as luzes, e subi novamente as escadas.

Não estava com intenções de esperar pelo o Aiden, portanto decidi enfiar-me dentro do quarto.

Preparei logo a roupa, e deitei-me na cama. Coloquei o alarme, e pus-me numa posição confortável.

Lentamente os meus olhos fechavam, acabando por adormecer.

{..}

Acordei, e agarrei no telemóvel.

Tinha apenas 15 minutos, até o autocarro.

Saltei da cama, e tomei duche rápido. Tive a sorte, de já ter a roupa escolhida. Naquele momento tinha apenas mais 7 minutos.
Apliquei muito rapidamente uma maquilhagem, agarrando na minha mala e saindo do quarto.

O meu telemóvel tremeu.

- Kimberly
(7:55am) - Estou no autocarro, mais duas paragens, e estamos perto da tua casa.
- Até já.

De tanta correria, consegui chegar a tempo, e o autocarro ainda não tinha passado.

Sentei-me num largo banco, e lá estava também um rapaz.

- Tanta correria. - Comentou, fazendo-me franzir a testa. - E ele ainda nem passou.

- Não o queria perder. - Sorri, apesar de a minha respiração estar ofegante.

- Então missão cumprida. - Sorriu, e em poucos segundos depois, o autocarro apareceu.

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