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Fomos até á cozinha e mais uma vez fiquei maravilhada. Adorava casas ainda com madeira, sempre apreciei, sendo que as modernas são mais feitas de pedra.
Acho que era uma das coisas que tinha em comum com Justin.. O gosto pelo exterior e, as coisas diferentes. As coisas invulgares.

Justin, improvisou, trazendo um taça com batatas e duas sandes com salsichas. Bebemos os pacotes de sumos de laranja para acompanhar.

- Agora é a parte em que me contas, que este sítio era onde tu e as tuas damas curtiam .. - Gozei fazendo-o rir.

- Pensei, que nesta altura pudesses pensar para além disso.  - Abanou a cabeça.

- Porque é que te dás tanto ao trabalho de me fazeres pensar para além do que penso? - Ele bebeu um pouco de sumo.

- Quero-te conhecer melhor, e percebi que isso não iria funcionar se não te mostrasse um pouco mais de mim, para "além"— - Fez aspas com os dedos. - Daquilo que ainda pensas, pelos vistos.

Dei de ombros, ficando sem resposta. Estava surpreendida, por ser uma pessoa que sempre tinha algo para responder e, naquele momento não ter tido qualquer coisa.

- Então é preciso as raparigas darem-te com os pés para tu quereres conhecê-las melhor?

Mordi um pouco da sandes, olhando-o.

- Já que tens tantas perguntas para mim, eu também tenho uma para ti. - Sorriu. - Cada vez que estamos juntos, diz-me o porquê de tu falares sempre no geral? Porque não falas, apenas de mim e de ti, mas sim em todas as outras? - Encolhi os ombros.

E mais uma vez, não tive resposta.

- Porque haveria de falar só de mim e de ti? Somos só amigos. Não há muito que possa falar..

Ele deu de ombros sacudindo as mãos.

Acabámos de comer e, ele saiu rapidamente da mesa deixando-me sozinha na cozinha.
Voltou com duas toalhas enorme mais, duas mantas.

- Segue-me. - Inclinou a cabeça e eu segui-lhe.

- Como a duvidar se deveria continuar a seguir-te com tanta facilidade Williams.

- Até parece que não foi tudo surpresas boas. Não gostaste?

Franziu a testa, fazendo-me desviar a cara por segundos.

- Estás a esconder a cara porque sabes que gostaste! - Ouvi-o a rir, quebrando também.

- Deixa de ser cromo!

Encontrávamos-nos no exterior e, um enorme lago foi visto. Fomos até a uma plataforma de madeira, onde dava uma melhor visão da água um pouco escura.
Ele começou-se a despir, ficando apenas de boxers.

Admito que engoli a seco e, a minha reação foi de desviar rapidamente a cara.

- Justin!

- Ficas aí? - Ouvi a sua voz alta olhando na sua direção.

As tatuagens ao longo dos seus braços eram bastante notáveis e, atraentes. Todo o seu corpo era uma atração..
Em segundos atirou-se para dentro de água.

Não estava propriamente calor mas, a tentação de experimentar aquela água era alguma. A adrenalina que tinha, fez com quem também de despisse ficando apenas de lingerie e, saltasse para a água.
Preparada para o impacto da água fria e, a temperatura alta do meu corpo, surpreendi-me ao perceber que a mesma se encontrava quente.

- Respondendo á tua suposição.. Este é um sítio que só eu conheço. E agora, tu.

Coloquei o cabelo para trás mostrando interesse ao que dizia.

- Encontrei esta casa quando ainda era puto e, estava numa viagem com os meus pais de carro por perto. Quando tirei a carta, procurei por ela e, encontrei-a.

O brilho no seu olhar bastou para perceber que dizia a verdade.

- Quando a encontrei estava completamente abandonada.. Sem qualquer vida. Eu decidi reconstruí-la e, mantém-la impecável. Tornou-se o meu sítio de refúgio, Samantha.

- Fizeste um ótimo trabalho Justin. - Sorri. - Até a decoração foi obra tua?

- Tudo foi obra minha. - Mostrei-me surpreendida. - Claro que tive ajuda de profissionais mas, tudo visão minha e, muito suor meu também.

- Estou realmente surpreendida contigo Williams. - Molhei-me com água rindo-me. - Tens bom gosto.. Pelo menos para casas.

- Tinha de vir algo mais. - Rimos. - Há várias coisas que não sabes sobre mim Parker.

- Parece que sim.

Dei por mim a levar com um grande jato de água na cara. Olhei para ele enquanto o mesmo se ria da expressão feita por mim. Fiz-lhe o mesmo e, desta vez, foi a minha vez de rir da sua expressão facial.

Senti os meus lábios a tremerem.

- Estás a ficar com os lábios roxos.

Ele saiu de dentro de água, ajudando-me também a mim. Logo enrolou-me numa toalha, pondo a seguir uma manta nas minhas costas.
A sua mão esfregava os meus braços cobertos.

- Vamos para dentro.

- Tu não tens frio?

- É algo que penso que é psicológico.

- Deixa-te disso. - Peguei também na toalha, enrolando-a nele. De seguida, pus a manta nos seus ombros. - Assim estás melhor.

Sorri, percebendo que ele fixava os meus lábios. A sua língua passou pelos seus. Ele inclinou-se na minha direção, e aí percebi a sua intenção.

- Vamos para dentro? - Falei, recuando.

Ele assentiu, seguindo-me. O desapontamento de não me ter acontecido, era notável nos seus olhos.

- É melhor ligar a lareira.

  Ele começou a colocar madeira dentro da lareira naquela sala mais simples. Parecia uma sala de uma cabana o que a tornava super confortável.
Tinha uma mistura de antigo com moderno também, devido ao ecrã enorme que cobria parte da parede.

Minutos depois, Justin sentou-se no sofá fazendo-me sinal também para o fazer.
Fazia zapping pelos canais parando num jogo de basquete.

- Importas-te? - Olhou para mim. Balancei a cabeça, negando.

- Também gosto.

Olhou novamente para mim arqueando a sobrancelha.

- Estás a mentir. - Revirei os olhos. - Estás a falar a sério?

- Sim Justin! - Dei uma pequena risada. - Juro.. Qual é o espanto? Não é coisas de "gajas" é isso?

- Uhm de algumas mas, não imaginava que fosse tua. Pensava que serias mais de novelas e, filmes românticos.

Gozou e, empurrei-o levemente.

- Cala-te.

Ele ria-se.

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