Tranquei a porta e fui para a varanda.
Sem autorização, as lágrimas escorriam. Tentava controlar a respiração, para não fazer sons altos que indicassem que estava a chorar.
Não queria que ele soubesse que me afetava.Coloquei os fones e, música enquanto me aconchegava naquele puff na minha varanda. Respirei fundo, sentindo a brisa a refrescar o meu corpo.
Por momentos fechei os olhos, deixando-me levar pelo momento.
Passado alguns longos minutos, levantei-me e fui em direção ao closet. Procurei algo simples, confortável mas, bonito. Vesti-me, retoquei a maquilhagem e, alisei o cabelo deixando-o cair nos meus ombros desnudos..
Pousei o casaco na cadeira da secretária.(..)
7:45pmPermanecia sentada no chão do closet, ainda com os fones nos ouvidos.
Arrumei as roupas que estavam fora do sítio tal como outras coisas. Queria distrair-me para passar o tempo antes de sair de casa.Pareceu ter ouvido um batuco, fazendo-me tirar um fone do ouvido. Esperei alguns segundos e a suspeita ideia confirmava-se.
Aiden, batucava na minha porta.- Deixa-me falar contigo se faz favor. - Pediu, batucando mais uma vez, na minha porta. - Samantha abre a porcaria da porta.
Sem paciência para mais discussões, ignorei-o, colocando novamente o fone e aumentei o volume da música.
Olhei para o telemóvel, e faltava pouco tempo para as oito. Nesse preciso momento, recebi uma mensagem.
- Justin Williams -
(7:50pm) - Estou despachado, e tu?
- Estou pronta já algum tempo.
(7:53pm) - Estou aí em 5.Levantei-me e olhei-me ao espelho.
O meu cabelo apanhara umas ondulações nas pontas devido a estar enrolado algum tempo. Não ficava mal, então não passei a placa novamente.
Poucos momentos depois, o meu telemóvel voltou a tremer.
- Justin Williams -
(7:57pm) - Estou aqui.
- Vou descer.Guardei o telemóvel dentro da pequena bolsa e destranquei a porta. Desejava para que não me cruzasse com o Aiden.
Desci as escadas rapidamente, percebendo que ele não se encontrava no andar de cima. Assim que coloquei a mão no maçaneta da porta principal, a sua voz ecoou no grande corredor.
- Onde vais Samantha? - Olhei para ele.
- Longe de ti. - Murmurei rude, saindo completamente de casa.
Ouvi-o a chamar por mim e isso fez que apressasse cada vez mais o passo, até ao carro do Justin.
Assim que tive alcance, abri rapidamente a porta, entrando do carro dele.- Apenas arranca se faz favor. - Ele não respondeu e pareceu ter ficado assustado com a rapidez que falei. Arrancou com o carro, fazendo-me suspirar de alivio assim que já estávamos uns metros afastados da minha casa.
Notei que olhava para mim algumas vezes, enquanto eu me focava na estrada.
- Está tudo bem? - Assenti.
Pareceu que tinha percebido que não iria prolongar muito mais do que um, sim.
Parámos em frente de uma zona de comida, que parecia ser comida fast-food.Saímos de dentro do carro e entramos para dentro do estabelecimento. Não estava muito movimentado, agradando-me.
Escolhemos aquilo que queríamos e ficámos na fila.- Podes te ir sentar, eu peço as coisas. - Falou, fazendo-me arquear a sobrancelha.
- Estás à espera que te deixe pagar a minha comida? -Ele assentiu, encolhendo os ombros. - Não preciso disso.
Mais uma vez, encolheu os ombros e deixou-me pagar a minha conta.
Sentamos-nos, e tirei a hambúrguer do papel que a embrulhava, apesar de não estar com muita fome. Suspirava algumas vezes e percebi que isso, de certo modo lhe incomodava.
- Não queres mesmo estar aqui? - Perguntou, fazendo-me olhar para ele.
- Eu avisei-te que não iria ser boa companhia Justin.
- E porque não? - Meteu uma batata entre os seus dentes. - Esta tarde estavas bem.. Só se fores bipolar. - Revirei os olhos, levantando-me dali. Sai do estabelecimento, com alguma brutalidade. - Samantha! - Gritou. - Eu estava só a brincar. - Agarrou-me no braço.
- Não estou com humor de brincadeiras. - Falei um pouco arrogante.
- Eu não te vou obrigar a estar aqui, se quiseres levo-te para casa. - Baixou a cabeça, juntado umas pedras.
- É a última coisa que quero, é ir para casa. - Disse derrotada.
Levantou a cabeça.
- Então podemos acabar de comer e depois vemos o que fazemos? -Assenti, seguindo-lhe até ao interior do estabelecimento. Ele pousou novamente os tabuleiros na mesa.
- Não tenho muita fome.
- Come o máximo que conseguires, pelo menos.
Dei de ombros, dando uma dentada na hambúrguer, o que pareceu ter me aberto do apetite.
- Agora podes-me dizer o porquê da atitude anterior? - Quebrou o silêncio. Para não lhe responder mal, apenas encolhi os ombros. - Que tal esqueceres isso?
- Tu nem sabes do que se trata..
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SoulMate
FanfictionEla muda-se para o Canadá, com o seu irmão mais velho, após a morte dos pais. Sensível e cautelosa, são os dois adjetivos que mais lhe caracterizam. Após a morte dos pais, torna-se numa pessoa fria. Teve de se mudar para o Canadá por decisão do irmã...