Capítulo 37

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Aos poucos, a deliciosa refeição desfez o ciúme e o mau humor do pai de Henrique. Procurei falar de coisas mais triviais, de modo que meu sogro-amante esquecesse a situação na piscina. Quando terminamos de comer, ele pediu licença para começar a trabalhar.

– Quero terminar tudo bem rápido – dizia o governador, enquanto andávamos de mãos dadas na direção da porta do restaurante. – Daí posso ficar livre pra cuidar da minha menina.

– E o que eu vou fazer enquanto isso?

Um sorriso apareceu no canto da boca, e ele deu-me uma piscadela, dizendo:

– Vá pro seu quarto. Mandei uma ótima surpresa ir pra lá.

Ele guiou-me até a porta da minha suíte. Se eu fosse uma tola apaixonada, provavelmente poderia achar que ele queria ser galanteador ao acompanhar-me até os meus aposentos.

A verdade, contudo, era que Fernão me vigiava, procurando evitar a proximidade de seu adversário. Continuei fazendo-me de idiota, deixando ser levada até os meus aposentos.

Obedeci-o, esperando no quarto a tal surpresa. Uma hora depois, quando o relógio na parede já marcava três da tarde, escutei a campainha tocar. Levantei-me.

Apesar de ter entrado conscientemente no esquema de dominação de meu sogro, eu estava realmente curiosa para descobrir o que estava reservado para mim.

Abri a porta. Eram duas belas mulheres de pele morena e uma loira, vestidas com calça jeans e blusa, tudo branco. Todas sorridentes. Primeiro, pediram licença. Ao serem perguntadas do que se tratava, responderam que elas eram uma cortesia do senhor Alencar para mim. Deixei-as entrar, esperando que meu sogro não tivesse preparado uma orgia lésbica para o prazer dele.

Felizmente, Fernão havia encomendado para mim uma tarde de princesa. Primeiro, estenderam uma maca na sala da suíte. Pediram-me para retirar as roupas, o que fiz sem nenhuma vergonha. Afinal, recato só tenho quando é necessário.

Cremes maravilhosos percorreram meu corpo com aquelas mãos ágeis massageando a minha pele. Os diversos aromas penetraram minhas narinas, deixando-me absolutamente relaxada.

A segunda atendente preparou-me um banho de banheira. Meu corpo deslizou suavemente para dentro daquela água. Enquanto uma tratava dos meus pés, a outra cuidava do meu rosto.

Não sei quanto tempo passei ali, porém foi tão agradável que não perecia o suficiente. Quando terminaram, despediram-se, deixando-me à vontade para tomar uma ducha e vestir-me.

Saí do chuveiro praticamente flutuando. Voltei ao quarto e olhei na direção da varanda. O anoitecer já estava caindo. Virei-me para a cama, onde estava repousado um belo vestido negro deixado pelas massagistas. De acordo com o cartão sobre a roupa, era um presente do pai de Henrique.

Coloquei a roupa. O vestido preto era sustentado por duas alças finas todas decoradas com cristais, descendo reto até um palmo acima dos joelhos. O detalhe diferencial eram as costas totalmente nuas, revelando até um palmo acima do cóccix. Para aliviar um visual tão provocativo, usei meus cabelos negros soltos caídos pelos ombros.

Já totalmente pronta, saí da suíte. Às portas, um funcionário do hotel solicitava-me para que eu o acompanhasse até os aposentos de Fernão. O governador havia avisado que iríamos jantar lá.

Em meus pensamentos, questionei-me se era mais uma vez romantismo ou ele queria me esconder do resto dos hóspedes, especialmente de Cláudio Barros.

Entrei no quarto de Fernão. À minha espera, estava um atendente. O garçom guiou-me até a sala de jantar da suíte presidencial. De pé, ao lado da sua cadeira, Fernão aguardava-me.

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