Capítulo 7

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Por conta do piso de madeira do quarto, ouvi Henrique aproximar-se. Eu já estava sentada na cama, ainda de lingerie preta de renda. O meu roupão vermelho estava displicentemente aberto.

Na minha mão esquerda, uma taça vazia para fingir que eu tinha bebido. Para incrementar a minha atuação, esfreguei rapidamente e com força os olhos, a fim de deixá-los um pouco vermelhos por minha suposta bebedeira.

– Vamos tomar um banho de piscina? – disse Henrique, adentrando o quarto – São quase três da tarde. Temos que aproveitar enquanto o sol está alto.

Demonstrando estar um pouco alegre por conta do álcool nunca ingerido, falei:

– Sim... vai ser interessante.

Fitou-me por mais dois segundos, com uma expressão pouco contida de desejo. Era visível a sua excitação e satisfação em me ver levemente alcoolizada e em trajes tão sumários.

Foi se aprontar para ir à piscina, e eu também. Após vestirmos nossas roupas de banho, descemos.

Andamos abraçados como dois namorados, saindo pela porta da cozinha. Ele, vestindo apenas um sungão azul. Já eu, um biquíni negro, roupão de mesma cor, óculos escuros e o cabelo preso num coque displicente.

O vento descia já gélido no fim da tarde. Disse-lhe que, naquele clima frio, não me sentiria confortável em mergulhar. Ele sorriu e revelou que a piscina tinha sua temperatura regularizada por controle eletrônico.

À borda da piscina, Henrique desceu a mão por minhas costas, despindo-me do roupão. Alisava-me, querendo conhecer todo o meu corpo com as mãos, tal qual um cego a explorar o desconhecido. Depois, tomou-me nos braços e andou comigo para a água.

Carregando-me, desceu alguns dos grandes degraus dentro da piscina. Parou depois de três deles. Lentamente, agachou-me, assentando-me num degrau. Logo em seguida, deitou sobre mim, alojando-se entre minhas pernas.

Apoiada com os braços no fundo, joguei minha cabeça para trás. Algumas mechas soltas do coque tocaram na água. Ele passou a beijar toda a minha nuca. Passeava com sua língua, roçava os dentes. Queria provar-me novamente. Mais uma vez, sorver meu delicado e raro sabor.

Com seu quadril devidamente encaixado no meu, ele esfregava-se. Separando nossos genitais, apenas o tecido das roupas de banho. Cada vez mais rápido. Aumentando o furor.

De olhos fechados, ele já gemia. De olhos bem abertos, eu o encarava. Não estava a fazer sexo comigo, sim consigo. Mesmo estando com uma mulher a sua frente, simplesmente parecia masturbar-se.

Via sua mão entrar na água. Logo depois, percebi o que o rapaz havia feito. Ele desceu a parte da frente de sua sunga. Logo em seguida, tornou a esfregar o seu quadril em mim. Começou a geme alto. Eu não. Ele não se importava. Queria apenas prazer.

Parou um pouco. Não para falar comigo, sim para tentar afastar a parte de baixo do meu biquíni. Segurei a sua mão. Como se estivesse a despertar de um transe, encarou-me com seus olhos amarelos e esbugalhados. Arfava, enquanto tentava retornar à realidade.

Procurando arfar também para indicar prazer, falei:

– Não podemos continuar... não pode ser assim.

Ele olhou para um lado, depois para o outro. Ao compreender o que ocorria, franziu o cenho. De dentes trincados, deu um soco na água:

– Que droga, garota! Para de tanto charme, eu sei que você também quer.

Naquele momento, quem havia esbugalhado os olhos fora eu. Minha face contorceu-se em indignação. Já ele, começou a rir, questionando:

– Vai fazer a ofendida? Vai dizer o quê? Que é virgem?

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